terça-feira, 28 de julho de 2009

Personagens de desenhos estão crescendo



A segunda matéria da Época, desta vez falando das personagens que "cresceram". É curta, é simples, mas fala do anime das Meninas Super Poderosas e de Mônica Jovem. Escolhi a imagem desses dois para colocar aqui. Nada tenho contra o Ben 10, mas não vou colocar Luluzinha teen aqui no meu blog. Eu me recuso.

Personagens de desenhos estão crescendo

Tanto nos gibis, quanto na televisão, protagonistas que eram crianças agora chegam na adolescência
Nelito Fernandes

O criador da Mônica, Mauricio de Sousa, cultiva um ritual com o filho caçula, Marcelo, de 11 anos. O garoto é o primeiro a receber, das mãos do pai, as novas edições da Turma da Mônica, com outras novidades que estão nas bancas. O filho sempre pegava a Mônica primeiro, depois as outras. Há um ano, Mauricio levou um susto. “Cheguei com a Mônica e o Ninja Naruto. Ele balançou e ficou com cara de ‘qual revista eu pego?’”, diz Mauricio. O menino crescera. E a Mônica, pensou, precisava crescer também.

Nascia, ali, a Turma da Mônica jovem, expoente nacional de uma tendência que está pegando entre as produções voltadas ao público infantil: personagens consagrados agora em versão adolescente. Além da Mônica, que na versão original tinha 7 anos e agora tem 15, as bancas têm a Luluzinha teen, com a turma da Lulu crescida e um inacreditável Bolinha... magro! Não foi a única mudança radical. Na Turma da Mônica, Cascão agora toma banho. Os planos infalíveis de Cebolinha não são mais para pegar o coelho de Mônica. Na edição número 4 da série, ele aparece prestes a pegar... a Mônica! A capa, com os dois a ponto de dar um beijo na boca, foi a mais vendida da história dos personagens: 410 mil exemplares, ante os 200 mil das edições da “turma pequena”. E as crianças menores adoraram.

“A infância encolheu. As crianças querem ver personagens que fazem o que elas não podem ainda”, diz Mauricio. Aos 73 anos, ele acessa Orkut, Twitter e outras redes de relacionamento para “entender a nova geração”. “Tudo muda toda semana. Não podemos ter uma revista para esse público com uma linguagem já velha”, diz Mauricio, que tem seus 50 anos de carreira celebrados numa exposição no Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo.

A internet, claro, está presente na vida dos novos personagens. Em vez do diário, Luluzinha tem um blog. E é apaixonada pelo Bolinha. O dono do clube onde menina não entrava quer namorar a versão em quadrinhos da roqueira Pitty. As alterações em Luluzinha foram uma iniciativa brasileira, autorizada pela Random House, editora inglesa que publica originalmente a série. Glorinha Khalil dá consultoria sobre as roupas que a menina usa e, a exemplo de Pitty, outras personalidades reais vão aparecer nas histórias. “Houve uma mudança no perfil do público. Séries como Crepúsculo e livros como Harry Potter confirmam a tendência”, diz Daniel Stycer, editor-chefe da Luluzinha teen, que vende cerca de 100 mil cópias mensais.

Na televisão, até personagens que levavam a idade no nome cresceram. Ben 10 tem 15 anos no desenho animado Ben 10 força alienígena. O 10 permaneceu apenas no nome da série. O garoto virou um rapaz e agora se chama apenas Ben. “Ele está levando as coisas mais a sério”, diz o produtor da série, Glen Murakami, que no mês passado esteve no Brasil. “Em breve o Ben vai ter uma namorada.” O Programa de Aceleração do Crescimento das personagens, porém, às vezes esbarra na reação do público. O anjinho da Mônica ganhou um nome em inglês, Cell Boy, que fazia trocadilho com céu, mas teve de mudar. O público odiou o nome novo e protestou na internet. Anjinho passou a se chamar apenas Anjo. Às vezes, a rejeição é maior. As Meninas superpoderosas ganharam uma versão chamada Meninas superpoderosas geração z. A primeira temporada da série, exibida no Japão, durou 52 episódios. Não agradou. O mangá sobreviveu a apenas dois volumes. Os produtores, porém, não desistiram e lançaram a nova versão, agora adaptada ao público ocidental. Mas onde essas mudanças vão parar? Será que, no futuro, teremos a Mônica na terceira idade? “Quem sabe? O pessoal agora está envelhecendo muito bem”, diz Mauricio, rindo.

4 pessoas comentaram:

Muito Legal essa reportagem Valéria. Bacana vc compartilhar aqui no blog. P quem não tem oportunidade de ler a Época, é uma boa idéia. E tipos de reportagens como essa são bem incomuns de ver.

A Luluzinha Teen pode não ter agradado os antigos fãs, mas a nova geração parece q aderiu. Enfim, vai entender esses jovens. hehhe.

abraços!

Ainda estou pensando em dar uma chance a nova Luluzinha, mas tenho acompanhado bem a Turma da Monica, e apesar de alguns percalços ,tenho gostado.

Feliz por saber que vão alterar o nome do Anjo, aquele tava ridiculo, se bem que acho que Angelo seria melhor. E os estudios do Mauricio podiam aproveitar a ideia da concorrencia e melhorar a interação de seus personagens com o publico via internet.

E gostei do comentario final do Mauricio, ja que bem ou mal, ele parece ter consciencia de que quadrinhos podem ter publicos de qualquer idade.

Seria bom que mais autores e editoras nacionais tivessem essa mentalidade.

oi, eu não curti a adaptação japonesa das superpoderosas, acho que elas ficaram sem graça e os desenhos americanos experimentavam muito mais. vide o episódio em que a docinho virou um versão sombria e infantil do spawn. li os 10 números da turma da mônica jovem e não me pegou, o almanaque da tina ficou sem graça tb.eu ficaria feliz se o mauricio de sousa chamasse o cassaro e a erica awano e essa dupla fizesse um mega especial da turma da mônica jovem.

Também não gostei da versão japonesa das Meninas Superpoderosas. A versão original era um desenho bem fora do normal, com sacadas geniais, enquanto a versão anime virou um genérico de Sailor Moon.

Turma da Mônica jovem tb não consgio engolir, sorry.

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