Ainda estou lendo Flower of Life (フラワー・オブ・ライフ), primeiro, porque não tenho o último volume, e, também, porque deixei o mangá na geladeira aqui em casa como muitos outros mangás (*melhor nem começar a contar*). Eu comprei esta série de Fumi Yoshinaga, por causa de de Antique Bakery, porque Flower of Life tinha sido indicada para o prêmio Eisner e porque estou me roendo para ler Ohoku que a Viz só lançará em agosto. Nem sabia direito do que se tratava, mas isso é que é acertar no escuro!
A série tem como protagonista um garoto de 17 anos chamado Harutaro. Ele ficou um ano sem freqüentar a escola, porque estava lutando contra a leucemia. Ao chegar no colégio, ele atira esse dado na sua apresentação, já que chegou um mês depois do início das aulas. Todos ficam sabendo de sua doença na escola e os colegas ficam cheios de dedos com ele. Esse "detalhe" e sua personalidade expansiva neutralizam qualquer possibilidade de bullying. Seu primeiro amigo será Shota Mikuni, um garoto baixinho e gordinho, além de tímido. Seus colegas de turma dizem que existe “gordos maus” e “gordos bons”, e que ele é um “gordo bom”. Quando Harutaro ouve isso fica indignado e passa um sabão nos colegas de turma... e dá certo! Mikuni é amável e embora se mantenha sempre low profile, ou talvez por isso, todos terminam gostando dele.
A terceira ponta do triângulo é Kai Majima, talvez o otaku hardcore mais detestável que eu já vi em mangás ou animes. E quando falo “detestável” me refiro à sua personalidade, porque o cara é o bonitão do mangá, alto, atlético (*ele faz part-time job e como é um ZERO à esquerda nos estudos, só pega trabalho braçal*). Só que ele não tem amigos, salvo Mikuni, exatamente porque o garoto é bonzinho demais; não faz nada que não traga compensações econômicas, pois seus hobbies são caros; e despreza todo mundo. Além disso, não estuda, é o pior aluno da classe e, claro, é presidente do clube de mangá. Só que não desenha, não escreve, é uma porta. Nada a ver com os gentis otakus de Genshiken.
Lendo Flower of Life – estou passando da metade do segundo volume – a impressão é que Fumi Yoshinaga não tem uma linha de história muito firme. No volume um drama e comédia se equilibram, pois o foco é em Harutaro e sua doença é mostrada em flashback. O pai e a irmã do garoto aparecem bastante, e, diga-se de passagem, os pais de Harutaro tem a profissão mais... err... diferente que eu já vi em um mangá. E os colegas de turma também têm função na história, pois um dos eixos da trama é a amizade e contada ao estilo Fumi Yoshinaga. Há o protagonista, mas há outras mini-tramas e eu sinto algo de autobiográfico na narrativa.
Falo isso, porque um dos focos da história é o clube de mangá, que com a chegada de Harutaro ganha mais membros. O rapaz desenha, graças ao isolamento do tratamento, mas nunca fez mangá e junto com Mikuni e mesmo com a “ajuda” de Majima, ela aprende alguma coisa. No segundo volume, a autora introduz uma personagem muito legal que é Sumiko Takeda. E a autora solta uma “verdade” no segundo volume em relação aos mangás “Você pode ler mangá sem que suas notas caiam, mas não pdoe fazer mangá sem sofrer as conseqüências”. Mas vamos falar de Takeda...
Takeda se esconde atrás dos óculos e de um cabelo ao estilo Sadako do filme The Ring. A menina desenha shoujo mangá clássico misturado com romance Harlequin. Flower of Life foi feito exatamente 30 anos de pois da Rosa de Versalhes, e duvido que a trama do mangá de Takeda não se inspire na série. Ela esquece um dos seus rascunhos e ele é encontrado por Majima, que ameaça mostrar seu trabalho para toda a escola, caso ela não deixe ele ler o resto. Só que ele mostra assim mesmo, pois quer que a garota entre para o clube de mangá, incentivada pelos elogios dos leitores e leitoras. O plano é explorá-la, fazer com que ela produza um doujinshi para que ele entre de graça no Comiket (*o maior evento de fanzines do Japão*) caso ela seja aceita. Além disso, como seu agente, quer ficar com 1/3 dos ganhos da moça.
Aí começa um dos melhore capítulos de mangá que eu já li. Na verdade, mangá falando de mangá. Majima quer que a menina transforme seu shoujo em yaoi, porque é isso que vende de verdade no Comiket; quer também que ela tire a ação dos Estados Unidos do século XVIII e coloque no Japão atual; Transforme a heroína em um uke, etc. Yoshinaga conversa com os leitores ao longo da história dando uma aula sobre as diferenças entre shoujo clássico e yaoi, além disso, mostra a queda de braço entre Takeda e Majima. E o confronto dos dois, com a menina cada vez mais segura e Majima cada vez mais sinistro continua.
Enfim, não teve nenhum romance até agora, e em quatro volumes (*Por que tão curto?*), talvez nada aconteça, mas o humor, a história ao mesmo tempo bem amarrada e livre, as referências aos vários animes e mangás (*Majima é um otaku hardcore*), a brincadeira com Glass Mask, as aulas de mangá que a autora dá dentro do mangá, não têm preço. Vale cada página. Não é Antique Bakery, mas é Fumi Yoshinaga, e esta autora sempre merece atenção.
P.S.: Terminei o volume 2 e cheguei à conclusão que o Majima é detestável e "evil". O que ele aprontou com a Takeda e com Shigeru, a professora andrógina, é para entrar no rol das ações mais cruéis e infames dos shoujo mangá.
A série tem como protagonista um garoto de 17 anos chamado Harutaro. Ele ficou um ano sem freqüentar a escola, porque estava lutando contra a leucemia. Ao chegar no colégio, ele atira esse dado na sua apresentação, já que chegou um mês depois do início das aulas. Todos ficam sabendo de sua doença na escola e os colegas ficam cheios de dedos com ele. Esse "detalhe" e sua personalidade expansiva neutralizam qualquer possibilidade de bullying. Seu primeiro amigo será Shota Mikuni, um garoto baixinho e gordinho, além de tímido. Seus colegas de turma dizem que existe “gordos maus” e “gordos bons”, e que ele é um “gordo bom”. Quando Harutaro ouve isso fica indignado e passa um sabão nos colegas de turma... e dá certo! Mikuni é amável e embora se mantenha sempre low profile, ou talvez por isso, todos terminam gostando dele.
A terceira ponta do triângulo é Kai Majima, talvez o otaku hardcore mais detestável que eu já vi em mangás ou animes. E quando falo “detestável” me refiro à sua personalidade, porque o cara é o bonitão do mangá, alto, atlético (*ele faz part-time job e como é um ZERO à esquerda nos estudos, só pega trabalho braçal*). Só que ele não tem amigos, salvo Mikuni, exatamente porque o garoto é bonzinho demais; não faz nada que não traga compensações econômicas, pois seus hobbies são caros; e despreza todo mundo. Além disso, não estuda, é o pior aluno da classe e, claro, é presidente do clube de mangá. Só que não desenha, não escreve, é uma porta. Nada a ver com os gentis otakus de Genshiken.
Lendo Flower of Life – estou passando da metade do segundo volume – a impressão é que Fumi Yoshinaga não tem uma linha de história muito firme. No volume um drama e comédia se equilibram, pois o foco é em Harutaro e sua doença é mostrada em flashback. O pai e a irmã do garoto aparecem bastante, e, diga-se de passagem, os pais de Harutaro tem a profissão mais... err... diferente que eu já vi em um mangá. E os colegas de turma também têm função na história, pois um dos eixos da trama é a amizade e contada ao estilo Fumi Yoshinaga. Há o protagonista, mas há outras mini-tramas e eu sinto algo de autobiográfico na narrativa.
Falo isso, porque um dos focos da história é o clube de mangá, que com a chegada de Harutaro ganha mais membros. O rapaz desenha, graças ao isolamento do tratamento, mas nunca fez mangá e junto com Mikuni e mesmo com a “ajuda” de Majima, ela aprende alguma coisa. No segundo volume, a autora introduz uma personagem muito legal que é Sumiko Takeda. E a autora solta uma “verdade” no segundo volume em relação aos mangás “Você pode ler mangá sem que suas notas caiam, mas não pdoe fazer mangá sem sofrer as conseqüências”. Mas vamos falar de Takeda...
Takeda se esconde atrás dos óculos e de um cabelo ao estilo Sadako do filme The Ring. A menina desenha shoujo mangá clássico misturado com romance Harlequin. Flower of Life foi feito exatamente 30 anos de pois da Rosa de Versalhes, e duvido que a trama do mangá de Takeda não se inspire na série. Ela esquece um dos seus rascunhos e ele é encontrado por Majima, que ameaça mostrar seu trabalho para toda a escola, caso ela não deixe ele ler o resto. Só que ele mostra assim mesmo, pois quer que a garota entre para o clube de mangá, incentivada pelos elogios dos leitores e leitoras. O plano é explorá-la, fazer com que ela produza um doujinshi para que ele entre de graça no Comiket (*o maior evento de fanzines do Japão*) caso ela seja aceita. Além disso, como seu agente, quer ficar com 1/3 dos ganhos da moça.
Aí começa um dos melhore capítulos de mangá que eu já li. Na verdade, mangá falando de mangá. Majima quer que a menina transforme seu shoujo em yaoi, porque é isso que vende de verdade no Comiket; quer também que ela tire a ação dos Estados Unidos do século XVIII e coloque no Japão atual; Transforme a heroína em um uke, etc. Yoshinaga conversa com os leitores ao longo da história dando uma aula sobre as diferenças entre shoujo clássico e yaoi, além disso, mostra a queda de braço entre Takeda e Majima. E o confronto dos dois, com a menina cada vez mais segura e Majima cada vez mais sinistro continua.
Enfim, não teve nenhum romance até agora, e em quatro volumes (*Por que tão curto?*), talvez nada aconteça, mas o humor, a história ao mesmo tempo bem amarrada e livre, as referências aos vários animes e mangás (*Majima é um otaku hardcore*), a brincadeira com Glass Mask, as aulas de mangá que a autora dá dentro do mangá, não têm preço. Vale cada página. Não é Antique Bakery, mas é Fumi Yoshinaga, e esta autora sempre merece atenção.
P.S.: Terminei o volume 2 e cheguei à conclusão que o Majima é detestável e "evil". O que ele aprontou com a Takeda e com Shigeru, a professora andrógina, é para entrar no rol das ações mais cruéis e infames dos shoujo mangá.
3 pessoas comentaram:
Ain, eu quero! T_T Ontem mesmo eu assisti o filme coreano de Antique e já fiquei na seca de reler o mangá e rever o anime. Acho que a Fumi Yoshinaga vai me conquistar também. =)
Não sabia que mangás também concorriam ao Eisner!!!
Gente esse mangá parece muito bom! Já li antique bakery e outros mangas dessa autora no mangafox.com mas não consegui acher o Flower of Life em nenhum lugar... T.T será que você sabe onde tem algum scan?????
Ou, sei lá,de repente você mesma Poderia escaniar esse e outros mangas impossíveis de se achar!!!1( sabe como é, estudante não tem grana para gastar muito em mangá "^.^). Bjus
Sarah.
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