terça-feira, 28 de julho de 2009

Cresce adaptação de livros para HQ



Era isso que eu queria ler... Não bem isso, ainda falta focar em literatura infanto-juvenil e sempre me lembro da coleção Veredas, dos Karas, dos livros de Pedro Bandeira. De qualquer forma, clássicos da literatura brasileira em quadrinhos é muito bom, também. Segue matéria da Folha de São Paulo.
Cresce adaptação de livros para HQ
Gênero ganha força com lançamento de versões de 7 clássicos e volta de Luiz Gê, consagrado nos anos 80

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Não é de hoje que editoras nacionais investem em adaptações de clássicos da literatura brasileira para quadrinhos, mas 2009 está sendo um ano de crescimento do gênero. Entre os lançamentos recentes estão "Jubiabá" (ed. Quadrinhos na Cia., 96 pág., R$ 33), em que Spacca recria Jorge Amado; "O Pagador de Promessas" (ed. Agir, 72 pág., R$ 44,90), peça de Dias Gomes ilustrada por Eloar Guazzelli; Luiz Gê e Ivan Jaf transportando "O Guarani" (ed. Ática, 96 pág, R$ 22,90), de José de Alencar, aos quadrinhos; e uma nova adaptação de "O Alienista" (ed. Ática, 72 pág., R$ 22,90), agora por Luiz Antonio Aguiar e Cesar Lobo.

Esses lançamentos e as promessas de novas adaptações mostram que editoras e quadrinistas têm se aprofundado no gênero. Para 2009, estão previstos "O Ateneu", de Bira Dantas (Escala); "O Cortiço", de Ivan Jaf e Rodrigo Rosa (Ática); e "Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Edgar Vasques e Flavio Braga (Desiderata).

Uma novidade é o reaparecimento de Luiz Gê, grande quadrinista dos anos 80, que volta a fazer HQs para uma editora depois de quase uma década parado. O resultado é "O Guarani", que não deixa o lado romântico de lado, mas prima pelas sequências de aventura.

"É preciso ter estrutura editorial para fazer quadrinhos de página [publicados em livros ou revistas], que é diferente das tiras em quadrinhos [publicadas em jornais]", diz Gê, ao explicar por que se envolveu com projetos fora das HQs. "As editoras grandes abriram os olhos e estão publicando quadrinhos. É a primeira vez na minha vida que existem boas condições para fazer quadrinhos no Brasil."

Se "O Guarani" foi para Gê um retorno aos quadrinhos, "Jubiabá" foi para Spacca uma mudança de gênero -suas três últimas obras foram biografias de pessoas ligadas à história brasileira. O livro é uma adaptação de um dos primeiros romances escritos por Jorge Amado, em 1935.

"A história traz muitas situações que seriam abordadas em outras obras de Jorge Amado: circo, greve, pai de santo, Recôncavo Baiano, boxe como espetáculo público, jagunço...", comenta Spacca.

Já em "O Pagador de Promessas", Eloar Guazzelli adapta a peça de teatro de Dias Gomes. "É impossível adaptar uma peça de teatro sem fazer interferências. Posso cortar, mas não posso colocar nada extra", diz. "A diferença é a liberdade. Em um trabalho autoral, faço o que quero."

"O Alienista" parece ter caído no gosto dos quadrinistas nacionais. A versão de Luiz Antonio Aguiar e Cesar Lobo é a terceira em três anos -as outras duas foram dos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, em 2007, e a de Lailson de Holanda Cavalcanti, no ano passado.

Futuro

Para Spacca, a onda de adaptações literárias pode servir para criar novos leitores de quadrinhos. "Espero que sejam uma brecha para impactar os leitores e mostrar que as histórias em quadrinhos são muito mais que isso."

Guazzelli vê um paralelo entre as adaptações da literatura para os quadrinhos de hoje com as para a televisão feitas décadas atrás. "A televisão começou assim e, se você olhar hoje para adaptações televisivas, verá que são verdadeiras obras-primas", afirma. "É um espaço que se está criando. Tenho certeza de que o nível do material está entre médio e bom."

"Cada um que aparece mostra um jeito independente de adaptar", pondera Luiz Gê. "Muito pode ser feito. O gênero está longe de se esgotar."

3 pessoas comentaram:

Uma boa noticia sem duvida.

Uma verssão atualizada dos Karas seria realmente uma boa ideia e , embora saiba que vc não curte muito, alguns livros da coleção vaga-lume (uma das alegrias da minha infância) tb renderiam boas adaptações.

Pode mesmo ser um começo pro mercado de quadrinhso no Brasil.Também acho que a série os Karas leva jeito pra ser para quadrinhso,a coleção Vagalume também.A Globo bem que poderia adaptar algumas de suas novelas para quadrinho. Acho que a novela ''A gata comeu'' daria um bom quadrinho feminino.

comprei num sebo " o alienista" dos irmãos moon e bá. ainda não li o texto, só as figuras. não gostei do papel (brilhoso demais) diferente das impressões de outras obras dos irmãos. fiquei com raiva pois a edição que eu comprei traz um carimbo do PNDE - que é um projeto do governo brasileiro que seleciona obras literárias, compra e distribui pelas escolas brasileiras. o livro que eu comprei é fruto de roubo de carga.

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