Essa agora foi um soco no estômago. Will Eisner não pode ser lido or adolescentes?! Will Eisner pedófilo? Esse pesoal tem o que na cabeça? Esses idiotas não têm mais o que fazer? Se houve erro na escolha do outro quadrinho, neste caso não há equívoco nenhum. Mas,claro, nossos adolescentes podem sofrer violência, mas não podem vê-la em livros, HQs, e novelas e refletir sobre elas. Estou quase escrevendo um palavrão aqui. Colocar pedofilia e Eisner na mesma linha é heresia. Esse artigo veio daqui.
Livro para biblioteca escolar exibe até pedofilia
Adriana Ferraz
do Agora
A história se repete, desta vez no âmbito federal. Um livro distribuído pelo MEC (Ministério da Educação) às escolas públicas de São Paulo contém cenas de violência, sexo explícito, estupro e até pedofilia. A linguagem de "Um Contrato com Deus" é a dos quadrinhos, porém indicados para os alunos do ensino médio --a partir de 15 anos.
A obra, no entanto, chegou a colégios onde há turmas a partir da 5ª série, quando os alunos têm, em média, 11 anos.
A publicação faz parte do acervo do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) e é enviada diretamente para os colégios cadastrados. No Estado, são 5.682 participantes, das redes estadual e municipal, que recebem as caixas.
O livro não é didático e, por isso, não segue direto para as mãos dos alunos. Fica à disposição nas bibliotecas como instrumento complementar de leitura. O autor, Will Eisner, é considerado o artista mais importante dos quadrinhos e da cultura pop do século 20.
Os textos e ilustrações exigem um elevado poder de interpretação. Em "Um Contrato com Deus", uma criança levanta a roupa para um adulto após pagamento em dinheiro. Não há violência física, mas sugestão de pedofilia.
Em outro capítulo, uma mulher é estuprada, outra é espancada e um bebê, arremessado em um sofá por um homem bêbado, aos gritos desesperados da mãe. Para a professora Marta Scarpato, da pós-graduação da PUC-SP, um contexto extremamente violento que exige discussões politizadas na sala de aula.
"Está havendo mesmo um descuido. A realidade de nossos alunos e nossas escolas não colabora para o desenvolvimento de um trabalho crítico, necessário nesse caso. Os alunos mal sabem ler e escrever, os professores têm de cuidar de turmas superlotadas e as bibliotecárias não têm preparo para recomendar livros de acordo com a idade."
Para Vitor Paro, da Faculdade de Educação da USP, falta respeito e conhecimento e sobra ignorância. "As pessoas têm um conceito vulgar da coisa. Acham que é preciso apelar para estimular a criança ou o jovem a ler. Não sabem que a educação é muito mais complexa, que, para ensinar, é preciso ter conhecimento técnico. Que comissão é essa que escolhe esse livro? Por que dar preferência a isso? Esse tipo de educação é de entretenimento", diz.
Caça às bruxas
"Por que os livros de Jorge Amado ou Machado de Assis não recebem indicação para adultos? Por que a censura com os quadrinhos? Isso só mostra o maravilhoso poder de comunicação deles", afirma Rogério de Campos, diretor da Conrad, editora especializada no segmento.
Para Campos, a atual "caça às bruxas" pode levar a uma censura extrapolada. "Quantos livros, quadros ou filmes sugerem violência? Mesmo a Bíblia tem muitas passagens que podem ser censuradas."
A Devir, editora de "Um Contrato com Deus", diz que não faz classificação etária do livro.
Adriana Ferraz
do Agora
A história se repete, desta vez no âmbito federal. Um livro distribuído pelo MEC (Ministério da Educação) às escolas públicas de São Paulo contém cenas de violência, sexo explícito, estupro e até pedofilia. A linguagem de "Um Contrato com Deus" é a dos quadrinhos, porém indicados para os alunos do ensino médio --a partir de 15 anos.
A obra, no entanto, chegou a colégios onde há turmas a partir da 5ª série, quando os alunos têm, em média, 11 anos.
A publicação faz parte do acervo do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) e é enviada diretamente para os colégios cadastrados. No Estado, são 5.682 participantes, das redes estadual e municipal, que recebem as caixas.
O livro não é didático e, por isso, não segue direto para as mãos dos alunos. Fica à disposição nas bibliotecas como instrumento complementar de leitura. O autor, Will Eisner, é considerado o artista mais importante dos quadrinhos e da cultura pop do século 20.
Os textos e ilustrações exigem um elevado poder de interpretação. Em "Um Contrato com Deus", uma criança levanta a roupa para um adulto após pagamento em dinheiro. Não há violência física, mas sugestão de pedofilia.
Em outro capítulo, uma mulher é estuprada, outra é espancada e um bebê, arremessado em um sofá por um homem bêbado, aos gritos desesperados da mãe. Para a professora Marta Scarpato, da pós-graduação da PUC-SP, um contexto extremamente violento que exige discussões politizadas na sala de aula.
"Está havendo mesmo um descuido. A realidade de nossos alunos e nossas escolas não colabora para o desenvolvimento de um trabalho crítico, necessário nesse caso. Os alunos mal sabem ler e escrever, os professores têm de cuidar de turmas superlotadas e as bibliotecárias não têm preparo para recomendar livros de acordo com a idade."
Para Vitor Paro, da Faculdade de Educação da USP, falta respeito e conhecimento e sobra ignorância. "As pessoas têm um conceito vulgar da coisa. Acham que é preciso apelar para estimular a criança ou o jovem a ler. Não sabem que a educação é muito mais complexa, que, para ensinar, é preciso ter conhecimento técnico. Que comissão é essa que escolhe esse livro? Por que dar preferência a isso? Esse tipo de educação é de entretenimento", diz.
Caça às bruxas
"Por que os livros de Jorge Amado ou Machado de Assis não recebem indicação para adultos? Por que a censura com os quadrinhos? Isso só mostra o maravilhoso poder de comunicação deles", afirma Rogério de Campos, diretor da Conrad, editora especializada no segmento.
Para Campos, a atual "caça às bruxas" pode levar a uma censura extrapolada. "Quantos livros, quadros ou filmes sugerem violência? Mesmo a Bíblia tem muitas passagens que podem ser censuradas."
A Devir, editora de "Um Contrato com Deus", diz que não faz classificação etária do livro.
10 pessoas comentaram:
só posso lamentar ao ver gente com nível superior falando asneiras como essa. eu tento ter fé nesse país, mas tem dias que tá difícil -__-
e quem nunca leu "contrato com Deus" ou qualquer outra obra de Will Eisner, para já oq ue estiver fazendo e vá ler!!
Will Eisner ??????????????
Esses imcpopetentes estão falando em besteira com o nome de Will Eisner ????????????
Não vou escrever um palavrão aqui, mas garanto que estou falando varios...
Meu Deus....sera que eses "tecnicos" não sabem fazer uma pesquisa de 3 segundos no google???????
Aquele post que vc prometeu sobre quadrinhos não serem apenas p/ crianças é urgentemente necessario, só lamento que dificilmente ele vai chegar a que mais precisa.
A culpa é sempre do governo. eles compram e jogam nas escolas. essa é a expressão correta. o professor não tem culpa e acredite a maioria das escolas públicas brasileiras, cerca de 99,99999999% nem sabe o que é uma bibliotecária. as escolas não tem biblioteca, quando muito possuem salas de leitura ou sala multimeios, e quem é responsável por essas salas (quando existe alguém) são professores.
Na verdade, agora, a culpa não é do governo. é de um tarado ou tarada que quer promover sua agenda ou se promover atacando os quadrinhos. em nenhuma hipótese Will Eisner é contra-indicado para adolescentes ou pré-adolescentes.
Parece que as pessoas não sabem diferenciar as coisas, se fosse um mangá como Love Hina que explora a sexualidade de meninas de 5 e 13 anos eu entenderia que fosse tachado de pedófilo, porque nesse caso é mesmo. Mas um material de denúncia?? As pessoas perderam a noção do ridículo e querem aparecer a qualquer custo mesmo.
De qualquer forma eu preferiria ver um Nausicaä, um Seton como material de leitura para pré-adolescentes.
Os três materiais se qualificariam, mas Contrato com Deus está na lista do Ensino Médio, não do Fundamental. Mas, no fim das contas, toda esta plêmica é sem sentido e criminosa.
De qualquer forma isso de censura é uma furada. Tudo depende da capacidade pessoal, tenho adultos que frequentam a biblioteca em que trabalho que nunca leram nada melhor que Sidney Sheldon, Danielle Steel e Agatha Christie(e tenho colegas funcionários que leram menos ainda)e adolescentes que lêem Victor Hugo, Hermann Hesse, Sartre entre outros grandes escritores e discutem de igual para igual com qualquer adulto.
Maturidade não depende de idade, mas bom senso e um funcionário que saiba com o que trabalha, é muito triste ver que a maioria dos funcionários não se importam com livros e nem querem saber de nada.
Como Gaiman disse em sandman: A longevidade de um reino pode ser avaliada com o tratamento dispensado aos seus bibliotecários(não foi bem isso mas é o que eu me lembro).
Eu realmente não vejo demérito em quem só lê literatura popular. Aliás, quadrinho é literatura popular, Victor Hugo em sua época também era. O importante é que leiam e façam suas escolhas livremente. Ler Sartre não torna inguém mais inteligente ou capaz de interagir com o mundo.
No mais, é preciso que funcionários bem formados e que conheçam o seu trabalho, que não entreguem qualquer livro na mão de uma criança, ou que só o façam com autorização dos responsáveis. O fato de uma criança ou pré-adolescente ser ou acreditar ser apto para ler qualquer coisa, não quer dizer que possa fazê-lo sem orientação.
Aliás, essa inadequação de livros em prateleiras é comum nas megastore e rendeu algumas das poucas piadas interessantes em Mensagem para Você.
Eu nem acreditei quando vi "Um contrato" na biblioteca da escola (também tinha utra HQ dele "Os sonhadores"), achei q a secretária de educação finalmente tinha percebido q os adolescentes também podem ler coisas diferentes da série vagalume (nada contra), e agora isso???
Acho q vou pega-lo na segunda-feira antes q os inquisidores cheguem (eles vão recolher a HQ??)
Assunto old, mas gostaria de deixar um comentário.
Ano passado a diretora da minha escola também meio que "rodou a baiana" nessa história: Eu tava na sala de leitura e ela chegou e começou a acusar que Contrato com Deus tinha pornografia (????).
Como eu só conheci o autor e a obra logo depois, não questionei muito na hora, depois que eu vi que tudo isso não passa de um puta exagero. A última coisa que Eisner pode ser, é de um pedófilo. Gente imbecil. Não bastasse o preconceito generalizado com quadrinhos, ainda inventam essa. Sem falar que uma vez eu até já folheei um livro com ilustrações que tinha um nível muito maior de violência e humilhação entre os personagens. E, ironicamente, ainda tá lá, por ser livro.
Detalhe: a minha escola só tem gente do ensino médio!!! (embora eu não me surpreendo ao ver tal atitude da diretora, ela é verdadeiramente ridícula, mas não só por isso).
Postar um comentário