Já tinha falado da moda dos "herbívoros" aqui, e agora apareceu uma matéria que aponta para algumas mudanças na forma como os japoneses solteiros na casa dos 20 e 30 anos encaram suas perspectivas de casamento, e eu só lamento não ler japonês e ter que recorrer a outros sites que traduziram ou comentaram a pesquisa.
Foi feita uma pesquisa com 1135 japoneses solteiros. Acho a tiragem pequena, mas os resultados são interessantes de se comentar. 78% disse desejar casar. Os outros são os “herbívoros”, e o site japonês usa o termo. Desses 78%, 79% desejam uma esposa que trabalhe fora. 40% acham que o trabalho da esposa deve ser em tempo integral, e somente 20% desejam uma esposa “do lar”. Em pesquisa semelhante dez anos atrás, somente 27% dos japoneses desejava uma esposa que trabalhasse fora.
Outro resultado da pesquisa é que 70% dos entrevistados dizem aceitar uma divisão igualitária das tarefas domésticas caso a esposa trabalhe fora. A pesquisa também mostra que 60% dos homens na casa dos 20 e 70% dos na casa dos 30 dizem que não se importariam em serem “do lar” se a esposa ganhasse muito bem e pudesse sustentar a casa sozinha. Esses homens prendados e dispostos a serem donos de casa são referidos no texto em japonês como otomen. Lembram do mangá? Outro dado da pesquisa diz que 95% dos homens deseja casar por amor. Acho os dados muito curiosos. Será que têm representatividade? De qualquer forma, como análise qualitativa serve e aponta para uma mudança nas formas de encarar os papéis de gênero.
Espero que sinalizem uma mudança no comportamento dos homens por lá. Mas fico na dúvida se estes homens falam sério, ou se estão sendo pressionados pela crise econômica e, por isso, desejem esposas trabalhadoras, só que em caso de melhora, exigiriam um retorno ao lar. O fato é que se não houver mudança na forma como educam as crianças, nas leis trabalhistas por lá e na forma como tratam as mulheres no local de trabalho, especialmente as casadas, será difícil que as mulheres possam ou aceitem permanecer no mercado de trabalho ou mesmo estejam dispostas a casar com a mesma freqüência de antes.
Foi feita uma pesquisa com 1135 japoneses solteiros. Acho a tiragem pequena, mas os resultados são interessantes de se comentar. 78% disse desejar casar. Os outros são os “herbívoros”, e o site japonês usa o termo. Desses 78%, 79% desejam uma esposa que trabalhe fora. 40% acham que o trabalho da esposa deve ser em tempo integral, e somente 20% desejam uma esposa “do lar”. Em pesquisa semelhante dez anos atrás, somente 27% dos japoneses desejava uma esposa que trabalhasse fora.
Outro resultado da pesquisa é que 70% dos entrevistados dizem aceitar uma divisão igualitária das tarefas domésticas caso a esposa trabalhe fora. A pesquisa também mostra que 60% dos homens na casa dos 20 e 70% dos na casa dos 30 dizem que não se importariam em serem “do lar” se a esposa ganhasse muito bem e pudesse sustentar a casa sozinha. Esses homens prendados e dispostos a serem donos de casa são referidos no texto em japonês como otomen. Lembram do mangá? Outro dado da pesquisa diz que 95% dos homens deseja casar por amor. Acho os dados muito curiosos. Será que têm representatividade? De qualquer forma, como análise qualitativa serve e aponta para uma mudança nas formas de encarar os papéis de gênero.
Espero que sinalizem uma mudança no comportamento dos homens por lá. Mas fico na dúvida se estes homens falam sério, ou se estão sendo pressionados pela crise econômica e, por isso, desejem esposas trabalhadoras, só que em caso de melhora, exigiriam um retorno ao lar. O fato é que se não houver mudança na forma como educam as crianças, nas leis trabalhistas por lá e na forma como tratam as mulheres no local de trabalho, especialmente as casadas, será difícil que as mulheres possam ou aceitem permanecer no mercado de trabalho ou mesmo estejam dispostas a casar com a mesma freqüência de antes.
4 pessoas comentaram:
Valeria, sei não... Será que estes homens que dizem topar serem "do lar" se a esposa trabalhasse fora em tempo integral topariam mesmo? Ou estão pensando em se tornarem malandros "à brasileira", destes que são sustentados pela mulher sem dar nada em troca? Os pesquisadores japoneses não pensaram nesta possibilidade?
Bem, eu acho que falar é sempre fácil...
gentee... desse jeito eu vo pro japao sem os homens machistas!! heheh
Também fico com o pé atrás, sabe?!
Exatamente porque na teoria é legal posar de progressista e até dizer que dividiria tarefa doméstica, mas na prática é fácil jogar nas costas da mulher a responsabilidade pela casa ficar sempre em ordem (e continuar "dando uma ajudinha").
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