segunda-feira, 11 de maio de 2009

Ter filhos é um dever patriótico



Todos os que acompanham as notícias sabem que o Japão é um país com cada vez menos crianças. Não sei se já saiu a estatística do ano passado, mas em 2007 morreram mais pessoas do que nasceram. Agora, parece que a questão está ganhando proporções de crise de governo. Segundo o Japan Probe, um membro do governo japonês teve que se desculpar porque se pronunciou dizendo que era um dever para com a pátria ter filhos. O governo foi bombardeado por críticas e o sujeito teve que dizer que errou ao usar a palavra “dever”.

Agora, a ministro de estado responsável por lidar com a crise de natalidade se pronunciou a respeito para tentar desanuviar o ambiente: “Não é absolutamente uma questão de dever para com a nação. Trata-se de uma decisão livre. Nós tendemos a ouvir histórias de quanto é duro (*ter e educar filhos*), mas temos que tirar uma mensagem para além disso, ter filhos e filhas é algo cheio de divertimento e alegria.” A notícia não diz se a ministra tem filhos, claro.

6 pessoas comentaram:

Segunda movimentada de post hein?

Bem, acho normal que o gonverno do Japão esteja preocupado com a queda da natalidade, afinal é um problema que afeta o pais.

Só não acho que vão mudar isso na base da propaganda de que ter filhos é algo magico ,especial, etc.

Se quiserem mesmo encarar a questão, não vão poder fugir de uma reflexão e ação sobre a questão de disegualdade de generos, de tudo oq leva as mulheres a postergar ou mesmo disistir do casamento, etc

e seria bom tb rever a questão de preconceito contra imigrantes.

Sem isso, duvido mesmo que apelos patrioticos vão ter algum efeito.

eu ouvi algo parecido com isso!!
parece que os japones estão incentivando as mulheres a ter filhos!!
q ironia não
enquanto a china tem uma super população, pais devem pagar para o governo quando nasce um filho, no japão, eles tem que incentivar a ter filhos!1 xD
adoro muito vi a este blog, sempre cheio de notícias e coisas interessantes do mundo dos animês...

a sim, feliz dia das mães atrasado n.n'
bjos

Parir, parir, parir! ¬¬ A tal MM me deixou de mau humor!

Bem, para ter filhos elas precisam casar, afinal, mães solteiras são escória ou quase lá no Japão. Para casar, é preciso que um sujeito tome a iniciativa e aí temso outro problema. Casando elas devem abandonar os empregos, e vão infernizá-las apra fazer isso. E casando, acabou o romance, se é que havia algum... Casar?! Boa parte das japonesas vai pensar duas vezes.

Enquanto não forem repensadas as relaçõs de gênero por lá, e falo inclusive do fosso que existe entre o mundo dos meninos e das meninas, a situação não muda. E essa do dever de estado parece ser uma das vias: forçar a barra.

E veja bem, não é que falte crianças, as taxas de aborto são altas no Japão, há orfanatos com crianças sobrando e há até roda dos expostos. A questão é que estas crianças não interessam.

Esse assunto é tenso, e acho que a questão não envolve apenas as discussões de desigualdade de gêneros.

Outra parte do problema é que a economia está construída em cima da idéia de que a população vai crescer sempre. Ou traduzindo: que os casais vão ter no mínimo 2/3 crianças, pra repôr a própria existência no mundo. Era o que acontecia quando não havia contraceptivos e outras perspectivas pras mulheres, mas agora a situação não é mais assim. Fora que uma hora não vai ter espaço e recursos pra todos.

É preciso repensar esse modelo tb.

Só que uma coisa é repor população (*2 geram 2*); outra bem diferente é população em declínio evidente. Este é o caso do Japão, e isos preocupa.

Agora, o não casar e, portanto, não reproduzir (*já que há o estigma da mãe solteira*), tem como base a desigualdade de gêneros e a resistência, mesmo que não consciente das mulheres.

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