Dias atrás, fiz um post sobre a candidata anoréxica ao Miss Austrália e discuti a questão dos padrões de beleza (*bem superficialmente*). A Gabriela inclusive deixou um comentário bem pertinente denunciando a falácia das revistas de moda que colocam propaganda contra a anorexia, mas só usam modelos excessivamente magras. Pois é, hoje abrindo o G1 encontrei essa martéria sobre a modelo brasileira Fluvia Lacerda. Ela é uma modelo "plus size" e trabalha no exterior, porque aqui no Brasil praticamente não há propaganda e demanda por modelos gordinhas. Afinal, existe um padrão de beleza e diversidade não é bem-vinda, ainda que possa reverter em lucro, pois, como mostrou matéria de um desses programas de variedade do domingo passado, mulheres com mais de 80 cm de cintura estão caminhando a passos largos para a cova. Mulheres felizes devem ser perigosas, é preciso nos manter sempre ansiosas perseguindo um modelo de beleza muito opressor, culpadas e, claro, com medo da morte ou de perder o "seu" homem.
Modelo brasileira que veste 48 e trabalha nos EUA defende moda GG em SP
Fluvia Lacerda chegou à capital paulista nesta terça-feira (28).
Brasileira trabalha como modelo ‘plus size’ há quatro anos.
Claudia Silveira
Do G1, em São Paulo
A modelo Fluvia Lacerda, de 28 anos, sempre foi gordinha, nunca considerou o seu excesso de peso um problema e, por isso, jamais fez regime. Ela também não imaginou que o seu manequim 48 seria fundamental para que fosse descoberta por uma ‘olheira’ e conquistasse o sucesso profissional como modelo.
Fluvia é uma modelo “plus size” da agência Elite nos Estados Unidos, ou seja, ela trabalha profissionalmente e estrela catálogos de marcas que produzem peças tamanho G e GG. “Aqui no Brasil, esse segmento de modelos praticamente não existe. Lá fora, muitas agências têm modelos tamanho 48 porque há demanda das marcas”, afirma.
É justamente sobre essa demanda que Fluvia tenta chamar a atenção das grifes nacionais. “O dinheiro de uma mulher gorda aqui não vale nada porque ela não encontra muitas opções de roupas bonitas, elegantes e com bom acabamento”, dispara. “As roupas para gordinhas no Brasil são geralmente malfeitas ou parecem um saco de batatas”, completa.
Antes de ir morar no exterior, Fluvia conta que nunca tinha pensado que poderia ser uma gordinha fashion. “Até porque nunca encontrei algo legal que servisse em mim”. Mas, apesar de achar que a moda brasileira está longe de atender à demanda das mulheres vaidosas e acima do peso, Fluvia reconhece que a situação está melhorando.
“Mas os empresários precisam reconhecer que há uma demanda muito grande. Moda para gordinhas é uma mina de ouro”, diz a modelo, citando como exemplo um dia em que decidiu comprar biquíni durante férias no Brasil e descobriu que o tamanho GG tinha sido o primeiro a esgotar nas lojas.
“Se há essa ditadura da magreza e os biquínis maiores se esgotam rapidamente, alguma coisa está errada”, afirma.
Convite
Como nunca tinha pensado em ser modelo, Fluvia achou estranho quando, há quase quatro anos, uma mulher aproximou-se dela durante uma viagem de trem nos EUA e perguntou sem meias palavras qual número ela vestia.
“Tomei um susto na hora e fiquei meio desconfiada”, relembra. A mulher, que trabalhava em uma revista “plus size”, afirmou que Fluvia tinha uma rosto exótico e poderia se dar muito bem na carreira de modelo.
Depois de ponderar com a família, Fluvia decidiu procurar a agência e, em pouco mais de um mês, já assinava o seu primeiro contrato. Logo, ela largou o emprego como babá para lidar com moda e flashes. Desde então, a modelo já fotografou para revistas internacionais e contabiliza uma centena de campanhas de moda. Seu trabalho mais recente é como capa do primeiro calendário das modelos “plus size”, nos Estados Unidos.
Saúde no prato
Apesar de ter o emprego dos sonhos de toda modelo – poder comer de tudo sem medo de engordar –, Fluvia conta que segue uma dieta bastante equilibrada, em que os alimentos com conservantes não têm vez. “Não conto calorias e não curto mais comer fast food”, diz
Fluvia também está cortando a carne vermelha do cardápio e só come arroz, massa e pães integrais. “Desde que mudei alguns hábitos, meu sono ficou mais tranqüilo, meu cabelo ficou mais bonito e até minha unha mais forte”.
Como toda modelo, a preocupação com a imagem faz parte do dia-a-dia. Fluvia frequenta a academia cinco vezes na semana, faz ginástica localizada, ioga e aulas de spinning, além de ter a bicicleta como meio de transporte. “Vou para a academia não para emagrecer, mas para enrijecer os músculos e ganhar massa muscular”, afirma.
Depois de saber que Fluvia malha, anda de bicicleta e só come comida saudável, fica difícil entender porque ela continua vestindo 48. “Eu sempre fui assim, esse é o meu biótipo. Minha família é toda cheinha como eu”, conta a modelo, que mantém a mesma numeração de roupa há anos, vai ao médico todo ano para fazer checkup e mantém todas as taxas regularizadas.
Modelo brasileira que veste 48 e trabalha nos EUA defende moda GG em SP
Fluvia Lacerda chegou à capital paulista nesta terça-feira (28).
Brasileira trabalha como modelo ‘plus size’ há quatro anos.
Claudia Silveira
Do G1, em São Paulo
A modelo Fluvia Lacerda, de 28 anos, sempre foi gordinha, nunca considerou o seu excesso de peso um problema e, por isso, jamais fez regime. Ela também não imaginou que o seu manequim 48 seria fundamental para que fosse descoberta por uma ‘olheira’ e conquistasse o sucesso profissional como modelo.
Fluvia é uma modelo “plus size” da agência Elite nos Estados Unidos, ou seja, ela trabalha profissionalmente e estrela catálogos de marcas que produzem peças tamanho G e GG. “Aqui no Brasil, esse segmento de modelos praticamente não existe. Lá fora, muitas agências têm modelos tamanho 48 porque há demanda das marcas”, afirma.
É justamente sobre essa demanda que Fluvia tenta chamar a atenção das grifes nacionais. “O dinheiro de uma mulher gorda aqui não vale nada porque ela não encontra muitas opções de roupas bonitas, elegantes e com bom acabamento”, dispara. “As roupas para gordinhas no Brasil são geralmente malfeitas ou parecem um saco de batatas”, completa.
Antes de ir morar no exterior, Fluvia conta que nunca tinha pensado que poderia ser uma gordinha fashion. “Até porque nunca encontrei algo legal que servisse em mim”. Mas, apesar de achar que a moda brasileira está longe de atender à demanda das mulheres vaidosas e acima do peso, Fluvia reconhece que a situação está melhorando.
“Mas os empresários precisam reconhecer que há uma demanda muito grande. Moda para gordinhas é uma mina de ouro”, diz a modelo, citando como exemplo um dia em que decidiu comprar biquíni durante férias no Brasil e descobriu que o tamanho GG tinha sido o primeiro a esgotar nas lojas.
“Se há essa ditadura da magreza e os biquínis maiores se esgotam rapidamente, alguma coisa está errada”, afirma.
Convite
Como nunca tinha pensado em ser modelo, Fluvia achou estranho quando, há quase quatro anos, uma mulher aproximou-se dela durante uma viagem de trem nos EUA e perguntou sem meias palavras qual número ela vestia.
“Tomei um susto na hora e fiquei meio desconfiada”, relembra. A mulher, que trabalhava em uma revista “plus size”, afirmou que Fluvia tinha uma rosto exótico e poderia se dar muito bem na carreira de modelo.
Depois de ponderar com a família, Fluvia decidiu procurar a agência e, em pouco mais de um mês, já assinava o seu primeiro contrato. Logo, ela largou o emprego como babá para lidar com moda e flashes. Desde então, a modelo já fotografou para revistas internacionais e contabiliza uma centena de campanhas de moda. Seu trabalho mais recente é como capa do primeiro calendário das modelos “plus size”, nos Estados Unidos.
Saúde no prato
Apesar de ter o emprego dos sonhos de toda modelo – poder comer de tudo sem medo de engordar –, Fluvia conta que segue uma dieta bastante equilibrada, em que os alimentos com conservantes não têm vez. “Não conto calorias e não curto mais comer fast food”, diz
Fluvia também está cortando a carne vermelha do cardápio e só come arroz, massa e pães integrais. “Desde que mudei alguns hábitos, meu sono ficou mais tranqüilo, meu cabelo ficou mais bonito e até minha unha mais forte”.
Como toda modelo, a preocupação com a imagem faz parte do dia-a-dia. Fluvia frequenta a academia cinco vezes na semana, faz ginástica localizada, ioga e aulas de spinning, além de ter a bicicleta como meio de transporte. “Vou para a academia não para emagrecer, mas para enrijecer os músculos e ganhar massa muscular”, afirma.
Depois de saber que Fluvia malha, anda de bicicleta e só come comida saudável, fica difícil entender porque ela continua vestindo 48. “Eu sempre fui assim, esse é o meu biótipo. Minha família é toda cheinha como eu”, conta a modelo, que mantém a mesma numeração de roupa há anos, vai ao médico todo ano para fazer checkup e mantém todas as taxas regularizadas.
4 pessoas comentaram:
Eu li uma entrevista dela não faz muito tempo. Muito bonita mesmo! *_* Eu ficaria muito mais feliz se essa realidade comercial do exterior se repetisse aqui. É um inferno ter 24 anos e só achar roupas que me fazem parecer um botijão de gás cafona e que nem minha avó vestiria.
Algumas marcas têm a audácia de modificar a numeração dos manequins do nada. Por exemplo, tenho duas calças da mesma marca que me vestem perfeitamente mas, a mais antiga é 44 e a mais nova 46! Sempre sofro com as numerações bizarras e tamanhos para gnomos.
Uma amiga minha veste 48 para o busto e pasta para encontrar uma lingerie que realmente agrade. Porque, se é confortável é horrorosa, se é um pouco mais bonitinha, é desconfortável. Não há um consenso.
Basta olhar pelas ruas, o Brasil está muito distante de ser um país de filés de borboleta. E eu não vou ficar me torturando com dietas bizonhas só prá caber no padrão alheio. =P
Jáder, O Pitoresco disse...
Pra mim essa Flavia Lacerda dá de mil a zero na Giselle Bundchen. Quem gosta de osso é cachorro!
Esse é um bom exemplo de que dá para ser saudável independente do peso.E acho que ai está a verdadeira beleza. Está na energia e vida estampada no corpo.Um corpo não saudável automaticamente reflete em uma imagem feia.Não acho que o tipo físico possa atrapalhar porque todas as pessoas tem sua beleza própria,fator único de cada um,e pra isso não há padrões.Mesmo na indústria da moda acredito,que seria muito mais criativo e lucrativo, aqui no Brasil por exemplo, variar os perfis,afinal o público no geral é variado,pelo menos grande parte da população tem perfis estéticos variados."Modelo da mídia" é somente uma amostra,mas nem sempre isso condiz com a realidade em que vivemos.
Cada pessoa física tem o seu estilo próprio e as publicidades devem seguir esse mesmo ritmo.
Sério que quem tem mais de 80 de cintura tá no bico do corvo? Tô morrendo de medo, ohmeudeus! *ironia*
Eu já desconfiava dessa história de manequins bizarros, e há pouco tempo comprovei na prática: quando compro roupas não numeradas, 80% das vezes tenho que levar GG. Meio por acaso acabei vestindo um short de malha meu de uns 10 anos atrás (mas bem conservado, da Pakalolo), que ficou até largo quando ganhei e hoje está bem confortável (ele não alargou, o modelo é mais soltão mesmo). Olhei a etiqueta e estava escrito "M". Duvido q encontraria o mesmo short com a mesma numeração hoje.
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