Faz umas duas semanas que recebi o segundo volume italiano da Rosa de Versalhes (*Laura, não esqueci da sua oferta, desculpe não ter entrado em contato*) e estou aqui traduzindo a segunda parte da entrevista com a autora. Como eu desconfiaa, vão esticar a entrevista o quanto puderem. Foram somente duas páginas desta vez. Para as partes 1, 2 e 3 basta clicar nos links. Segue a tradução.
Entrevistadora: Segundo você, a que se deve o fato de depois de 35 anos o público ainda ser tão aficionado por sua obra, tanto no Japão, quanto no estrangeiro?
Ryoko Ikeda: Acredito que o fato de “Versailles no Bara” ser um mangá histórico tenha desempenhado um papel importante no sucesso. A “História” não envelhece nunca, então uma série histórica não se arrisca a ficar fora de moda.
Entrevistadora: Esta e muitas de suas obras mostram o seu grande interesse pela cultura européia...
Ryoko Ikeda: É um amor que nutro desde menina: na universidade, mesmo que não tenha quase freqüentado os cursos porque estávamos em pleno 68, [Nota da tradutora: Ela se refere às agitações estudantis que marcaram este ano em vários países do mundo] escolhi me especializar em filosofia, especialmente a alemã. Com 37 anos, quase dez anos depois da publicação de “Versailles no Bara”, fiquei por quatro meses na Alemanha, onde freqüentei os cursos de língua do Instituto Goethe, e antes disso realizei o meu sonho de visitar Versalhes.
Esta viagem me ajudou a perceber a imensa lacuna entre a cultura européia como eu havia concebido e a realidade. Pensemos, por exemplo, na arquitetura: para uma japonesa como eu que nasceu e cresceu em um país no qual as casas são tradicionalmente de madeira, era impossível imaginar a grandiosidade dos palácios parisienses. Recordo-me, por exemplo, que até ter a possibilidade de visitar a Europa, não conseguia compreender uma passagem de “The Black Cat” de Edgar Allan Poe no qual o protagonista empareda a mulher e o gato na adega. Fora o fato de nas casas japonesas quando tradicionais não existir um porão, é fisicamente impossível “emparedar” uma pessoa em uma parede de madeira de poucos centímetros!
Também em “Versailles no Bara” é possível encontrar vários erros em virtude da minha inexperiência: por exemplo, quando visitei Versalhes, descobri que as colunas eram infinitamente maiores do que eu havia desenhado, e mesmo as paredes eram muito mais grossas. Ao contrário, os candelabros eram muito mais baixos do que eu havia imaginado, porque as velas ser acessas uma a uma pelos criados. Há ainda outros detalhes, como o balcão no qual Maria Antonieta aparece durante suas últimas horas em Versalhes, era totalmente diferente de como o havia imaginado. Foi um verdadeiro choque descobrir isso!
De qualquer forma, em “Orpheus no Mado”, que desenhei depois das minhas experiências de viagem, a representação dos ambientes é muito mais detalhada e precisa que em “Versailles no Bara”.
(Continua...)
Ryoko Ikeda: Acredito que o fato de “Versailles no Bara” ser um mangá histórico tenha desempenhado um papel importante no sucesso. A “História” não envelhece nunca, então uma série histórica não se arrisca a ficar fora de moda.
Entrevistadora: Esta e muitas de suas obras mostram o seu grande interesse pela cultura européia...
Ryoko Ikeda: É um amor que nutro desde menina: na universidade, mesmo que não tenha quase freqüentado os cursos porque estávamos em pleno 68, [Nota da tradutora: Ela se refere às agitações estudantis que marcaram este ano em vários países do mundo] escolhi me especializar em filosofia, especialmente a alemã. Com 37 anos, quase dez anos depois da publicação de “Versailles no Bara”, fiquei por quatro meses na Alemanha, onde freqüentei os cursos de língua do Instituto Goethe, e antes disso realizei o meu sonho de visitar Versalhes.
Esta viagem me ajudou a perceber a imensa lacuna entre a cultura européia como eu havia concebido e a realidade. Pensemos, por exemplo, na arquitetura: para uma japonesa como eu que nasceu e cresceu em um país no qual as casas são tradicionalmente de madeira, era impossível imaginar a grandiosidade dos palácios parisienses. Recordo-me, por exemplo, que até ter a possibilidade de visitar a Europa, não conseguia compreender uma passagem de “The Black Cat” de Edgar Allan Poe no qual o protagonista empareda a mulher e o gato na adega. Fora o fato de nas casas japonesas quando tradicionais não existir um porão, é fisicamente impossível “emparedar” uma pessoa em uma parede de madeira de poucos centímetros!
Também em “Versailles no Bara” é possível encontrar vários erros em virtude da minha inexperiência: por exemplo, quando visitei Versalhes, descobri que as colunas eram infinitamente maiores do que eu havia desenhado, e mesmo as paredes eram muito mais grossas. Ao contrário, os candelabros eram muito mais baixos do que eu havia imaginado, porque as velas ser acessas uma a uma pelos criados. Há ainda outros detalhes, como o balcão no qual Maria Antonieta aparece durante suas últimas horas em Versalhes, era totalmente diferente de como o havia imaginado. Foi um verdadeiro choque descobrir isso!
De qualquer forma, em “Orpheus no Mado”, que desenhei depois das minhas experiências de viagem, a representação dos ambientes é muito mais detalhada e precisa que em “Versailles no Bara”.
(Continua...)
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