Blood Ties: Mais Vampiros

Hoje não consegui fazer o podcast, porque meu computador de mesa deu pau e eu estou me virando com o notebook. Na verdade, conhecendo o notebook, porque ele foi comprado ontem... Acreditem, foi pura sorte. Também não posso assistir mais um episódio de Blood Ties, porque o seriado está trancado no computador bixado... Na verdade, até poderia ver um episódio, minha amiga Natania me avisou que ele passa no AXN hoje, mas era exatamente o que eu assisti ontem antes de dormir... Um... Não posso assistir, mas posso comentar e é isso que decidi fazer para ter pelo menos um post hoje.

Como comentei no podcast passado, Blood Ties é mais um seriado de vampiro cancelado. Sim, meus amigos, vampiros estão na moda, mas é uma ou duas temporadas e acabou. Não há nenhum fenômeno Buffy. E eu apostaria, e ganharia, que True Bood terá, no máximo, mais duas temporadas ou então vão chutar os livros para o espaço meeeeesmo. Mas vamos lá, o assunto é Blood Ties.

Blood Ties é uma série canadense que tem como protagonista a policial aposentada Vicki Nelson (Christina Cox). Ela abandonou a polícia, porque descobre que tem uma doença degenerativa e está ficando cega. Pois bem, Nelson presencia um assassinato e isso a coloca em contato com o quadrinista Henry Fitzroy (Kyle Schmid), que ela descobre ser um vampiro, na verdade, o único filho bastardo reconhecido por Henrique VIII. Sim, pessoal, o Tudor pegador que costumava se livrar das esposas. Na sala do moço tem uma foto de papai. Completam o time regular, Coreen (Gi na Holden), que é obcecada pelo sobrenatural e o oculto que larga a faculdade para ser secretária de Vicki e tentar atrair a atenção de Henry; e Mike Celucci (Dylan Neal), policial e ex-colega e ex-caso de Vicki. No início, Celucci não crê o sobrenatural, mas depois acaba se convencendo e entrando no time.

O que dizer da série? Ela não me impressionou como Moonlight, até agora a minha favorita, ou True Blood. A idéia de mais um seriado policial de vampiros, não me deixou muito empolgada. Como sempre, o vampiro é um homem, queria que trocassem um pouco. Uma vampira protagonista seria pelo menos uma variação do tema. Nos três primeiros episódios faltou humor, tempero fundamental nessas histórias vampirescas, especialmente para mim. Além disso, Henry, apesar de fofinho, me pareceu um vampiro fraco demais. Aquela de dizer que não conseguia controlar a mente de Vick porque ela era teimosa demais, foi uma explicação absolutamente non sense

Já Vick é a pessoa quase cega mais vidente que eu já vi... mas este não é o problema, o que me incomoda é a história de que mulher forte é mulher mandona (bossy) e que fica fazendo especialmente o vampiro de gato e sapato. Isso me irrita muito, seja a personagem homem ou mulher, e a personagem de Cox é chata boa parte do tempo, assim como o policial Mike Celucci que é um mala. Coreen e Henry são os melhores no elenco.

Com o passar dos episódios, dão uma maneirada no “gênio” de Vick Nelson, ela se torna menos abusiva com o vampiro, por assim dizer, ou Henry tem sua personagem mais bem desenvolvida, seus poderes, motivações e caráter ficam bem delineados. Talvez a resposta esteja aqui. Henry não é um vampiro culpado, ele é um predador, não sai por aí matando gente, mas se precisar ou for merecido, ele não fica pensando duas vezes. No mais, ele não é vegetariano e não dispensa uma bela mulher, embora arraste uma asa para a protagonista. Henry também tem uma aversão, que é um toque de humor, ao oculto. Se puder não se meter com outros seres sobrenaturais, ou bruxas ou... para ele está ótimo. E, sim, o humor ganha espaço na série, não em grandes doses, mas um humor refinado, que me faz rir com o canto da boca.

Falando em vampiros, em Blood Ties eles não vivem em bandos (ninhos/nest), são seres territoriais. Daí, não vamos ver Henry interagindo com outros vampiros e se algum aparecer, certamente é motivo de conflito. Blood Ties abunda em seres sobrenaturais, mas o recorte é sempre sério, o clima é tenso. No último episódio que assisti, o grupo enfrenta ninguém menos que Medusa, a górgona. Ah, houve uma exceção! O episódio muito engraçado, o do demônio do amor! Aliás, o pobre sucubus latino é acusado injustamente, o bichinho só estava no condomínio para dar amor, carinho e sexo selvagem para umas pobres mulheres carentes de atenção. O papo dele com o Henry sobre as mudanças dos últimos 300 anos foi uma delícia.

No mais, eu vou assistir tudinho até o fim. São 22 episódios somente, a série não vingou. Ah, ia esquecendo, Vick Nelson formada em História, mas a não ser que tenha feito monografia ou TTC sobre os Tudor, duvido que mataria de cara que o Henry era o filho do Henrique VIII, afinal, todo bastardo reconhecido era Fitzroy (*filho do rei*) e pouco se fala desse garoto que morreu aos 17 anos. Além disso, com o passar o seriado, paece que ela não é fã de livros, se não forem ligadas a profisão de policiais. Outro ponto que me pareceu forçado, foi ela dar de beber ao vampiro logo no primeiro episódios. Acredito que alguém sem contato com o sobrenatural teria medo, mas ela não pensa duas vezes, não treme e ele bebe, claro.

Talvez eu esteja sendo chata e seja uma característica da personagem, este engajamento. E, sim, Henry e Mike Celucci se bicando por causa da Vick é cansativo, tão cansativo quanto Kail largar o exército na frente de batalha para trocar sopapos com o Ramsés em Anatolia Story. Gente, mas que imaginação para nomes de personagens de série de vampiros, olha só: em Moonlight, o vampiro investigador se chama Mick; e Maldição Eterna, o vampiro policial se chama Nick; em Blood Ties, a ex-policial e nvestigadora se chama Vick...

Enfim, Blood Ties é interessante. Ter um vampiro tão jovem na aparência, se passar em outro país que não é os EUA, ter um tom mais sério. Conta a favor. Aliás, um dos pontos interessantes de True Blood é apresentar outro Estados Unidos ao nos levar para o Sul Profundo, quase um outro país. Blood Ties é também um derivado de livros, os romances escritos por Tanya Huff. Como fiquei tentada, já encomendei o primeiro livro da série. Espero que sejam legais.