Esta é a sexta parte do terceiro capítulo, a anterior está aqui. Para quem não sabe do que se trata, estou postando uma história que venho escrevendo faz algum tempo. O primeiro capítulo se chama Ecos do Passado e o segundo Sem Olhar para Trás. Prometi postar continuamente até o capítulo 3 e fico sempre no aguardo dos comentários e sugestões, pois assim posso melhorar e mexer em coisas que não estejam funcionando. Como escrevi essa parte faz mais de dez anos e fiz várias revisões, talvez hoje fizesse tudo diferente, ou não. Esta parte deveria ter sido postada mais cedo, junto com a parte 5, mas eu não tinha terminado de revisar. Enfim, aguardo os comentários e boa leitura.
Ventos de Mudança
Capítulo 3: Sem Olhar Para Trás (Parte 6)
Capítulo 3: Sem Olhar Para Trás (Parte 6)
Apesar dos últimos acontecimentos, a Rainha estava muito segura de sua posição. Conhecia as profecias com precisão e aguardara por muito tempo até que sua inimiga fizesse o primeiro movimento. Sabia que Ádina iria depositar suas esperanças naquelas crianças e seria isso que poria seus planos a perder. Havia educado Marina para ser uma tola, incapaz de dar um passo sem que alguém a guiasse e tinha plena certeza de que quando a moça visse os perigos que teria a enfrentar recuaria, só esperava que antes ela pudesse obter a Espada Mágica. Não sabia a qual tipo de prova Marina teria que se submeter.
“Ádina não conseguirá levar a cabo seus planos... Enquanto eu tiver Marc em meu poder e o paradeiro de sua filha como meu maior segredo, ela não poderá usar todos os seus poderes, ao passo que eu poderei fazer tudo o que desejar. Além disso, depender daquelas crianças será seu maior e último erro!” Descobriu o cristal mágico, o mesmo que Marina vira no dia anterior.
— Como está, meu belo Marc? — Perguntou para a imagem do homem dentro da pedra. — Assim não poderá me responder, não é mesmo? Vamos ver o que posso fazer por você. — Pegou seu cetro e agitando-o no ar e murmurou algum encantamento. Um raio partiu do cetro e atingiu o cristal fazendo com que a imagem de um homem se projetasse, era só uma sombra e, como um fantasma, podia se ver através dele. — Está tão belo como sempre, meu doce Marc. Sabia que sua querida esposa está tentando me vencer? Ela convocou os guerreiros... Talvez ela ainda tenha esperanças de reencontrá-lo. Embora eu creia que nem no Reino dos Mortos poderá fazer isso.
— Maldita, já não possui tudo o que pode desejar? O que ganha me atormentando ainda mais? O que ganha prejudicando Ádina e minha filhinha? — Sua voz era grave e cortada pelo desespero que só os longos anos de agonia podem imprimir. — Deixe-me em paz! Deixe minha esposa em paz!
— Marc, Marc, deixá-lo em paz? Como pode ser tão ingrato se o que mais desejo é sua felicidade. E sua felicidade, é estar ao meu lado. — Ela sorria. — Eu lhe ofereci meu amor e o poder absoluto ao meu lado, só que você preferiu Ádina. Foi a escolha mais pobre, levando-se em conta que podia decidir entre a Grande Silena e eu mesma. — Disse referindo-se a maior de todas as Rainhas das Fadas e mãe da própria Ádina. — Ela era velha, eu sei... Mas era muito mais poderosa que eu... E você nos recusou. — Ela fez uma pausa e suspirou. — Como não sou ciumenta, meu Marc, eu o perdôo por sua traição. Quando quiser, você poderá ter uma segunda chance.
— Nunca obterá nada de mim, sua insana. Jamais conseguirá me dobrar mesmo que eu tenha que passar a eternidade neste inferno. — Ele respondeu aos gritos.
— A eternidade? — Ela sorriu em deleite. — A eternidade é muito tempo, meu amado. Mas se desejar, também a eternidade pode estar a sua disposição. — Ela sentou-se em uma cadeira alta e coberta de bordados e pedrarias. — Só que Ádina brevemente deixará de existir e então, quando sua esperança se for, eu duvido que continuará tão resistente e disposto a esperar por toda a eternidade pelo resgate que jamais virá. — Falou com desdém e confiança.
— Você subestima muito seus inimigos, mulher. Pode ter assassinado Estevão e calado com sangue a voz de alguns inocentes, mas não derrotou completamente aqueles que desejam a paz e a justiça no reino. — Seus olhos brilharam. — Ádina irá mostrar do que é capaz, as profecias se cumprirão e toda a sua obra maligna será desfeita!
— Claro que sim, claro que sim... Eu não tenho tempo para contrariá-lo agora. — Disse como se estivesse falando com uma criança teimosa. — Tenho que me preparar para um casamento. A filha de seu amigo De Mülle se casa hoje. — Fez pausa. — Creio que ele não estava previsto nas profecias, o que é uma mostra de que elas não são tão inexoráveis como você acredita. — Tocou o cristal. — Adeus, querido Marc, continue sonhando com sua liberdade, mas lamento informar que ela só existe ao meu lado!
A imagem do Duque Marc desapareceu rapidamente, em seu rosto a imagem do mais profundo desespero. Um barulho na antecâmara chamou a atenção da Rainha.
— Jerôme! Pensei que tinha esquecido nosso compromisso. — O rapaz estava de pé no aposento exterior. A Rainha acreditava muito nas capacidades daquele jovem cavaleiro de ambição desmedida, inteligência e sensualidade aguçadas. Ainda quando o Rei, seu marido, era vivo e Jerôme, pouco mais que um menino, o tomara como amante, para desgosto e grande oposição de seu mais fiel aliado, e mestre do rapaz, Sir Richard. — Você retornou na hora certa, meu caro. Já reencontrou Richard?
— Não, embora eu tenha certeza de que ele já sabe que voltei, mesmo contra sua magnânima vontade. Sabe melhor do que eu, Senhora, que ele me despreza e odeia desde que seu novo discípulo, Konrad De Sayers, chegou. — Jerôme desejou ser igual a Richard, mas Evilblood o considerou incapacitado para dominar tão grandes poderes, preferindo Konrad De Sayers. Desde então, Jêrome se sentia humilhado e desejava se vingar de ambos. — Eu o tenho observado... Ele me parece tão inocente e inofensivo quanto quando chegou aqui... Acredita mesmo que ele poderá ser tão útil quanto Sir Richard espera?
— Deixe estes assuntos para mais tarde. — Respondeu com um olhar faminto que o rapaz compreendeu muito bem. “Não o chamei aqui para falar de Richard e seus planos.”
— Compreendo... Mal pude suportar a separação durante todo este tempo... — Aproximou-se e beijou-lhe as mãos com fingida devoção. — Está mais bela do que nunca, Majestade.
— E você se tornou um homem. — Falou acariciando seus cabelos ruivos e encaracolados. Cabelos de anjo... olhar de anjo... e um corpo... — Esperava ansiosa que pudesse me demonstrar o que aprendeu durante este período que esteve ausente. Espero que não tenha se dedicado somente à arte das armas...
— Será um prazer demonstrar-lhe, Majestade. — Dito isto sua forma começou a mudar e a Rainha, para seu grande espanto, o viu tomar a forma de Sir Marc De Voleuil, tão belo e sorridente quanto quando ela o vira pela primeira vez. — Talvez possa lhe ser mais agradável assim. — Ela não lhe respondeu por palavras, pois seus olhos e os braços em volta dele diziam tudo o que ele precisava saber.
“Ádina não conseguirá levar a cabo seus planos... Enquanto eu tiver Marc em meu poder e o paradeiro de sua filha como meu maior segredo, ela não poderá usar todos os seus poderes, ao passo que eu poderei fazer tudo o que desejar. Além disso, depender daquelas crianças será seu maior e último erro!” Descobriu o cristal mágico, o mesmo que Marina vira no dia anterior.
— Como está, meu belo Marc? — Perguntou para a imagem do homem dentro da pedra. — Assim não poderá me responder, não é mesmo? Vamos ver o que posso fazer por você. — Pegou seu cetro e agitando-o no ar e murmurou algum encantamento. Um raio partiu do cetro e atingiu o cristal fazendo com que a imagem de um homem se projetasse, era só uma sombra e, como um fantasma, podia se ver através dele. — Está tão belo como sempre, meu doce Marc. Sabia que sua querida esposa está tentando me vencer? Ela convocou os guerreiros... Talvez ela ainda tenha esperanças de reencontrá-lo. Embora eu creia que nem no Reino dos Mortos poderá fazer isso.
— Maldita, já não possui tudo o que pode desejar? O que ganha me atormentando ainda mais? O que ganha prejudicando Ádina e minha filhinha? — Sua voz era grave e cortada pelo desespero que só os longos anos de agonia podem imprimir. — Deixe-me em paz! Deixe minha esposa em paz!
— Marc, Marc, deixá-lo em paz? Como pode ser tão ingrato se o que mais desejo é sua felicidade. E sua felicidade, é estar ao meu lado. — Ela sorria. — Eu lhe ofereci meu amor e o poder absoluto ao meu lado, só que você preferiu Ádina. Foi a escolha mais pobre, levando-se em conta que podia decidir entre a Grande Silena e eu mesma. — Disse referindo-se a maior de todas as Rainhas das Fadas e mãe da própria Ádina. — Ela era velha, eu sei... Mas era muito mais poderosa que eu... E você nos recusou. — Ela fez uma pausa e suspirou. — Como não sou ciumenta, meu Marc, eu o perdôo por sua traição. Quando quiser, você poderá ter uma segunda chance.
— Nunca obterá nada de mim, sua insana. Jamais conseguirá me dobrar mesmo que eu tenha que passar a eternidade neste inferno. — Ele respondeu aos gritos.
— A eternidade? — Ela sorriu em deleite. — A eternidade é muito tempo, meu amado. Mas se desejar, também a eternidade pode estar a sua disposição. — Ela sentou-se em uma cadeira alta e coberta de bordados e pedrarias. — Só que Ádina brevemente deixará de existir e então, quando sua esperança se for, eu duvido que continuará tão resistente e disposto a esperar por toda a eternidade pelo resgate que jamais virá. — Falou com desdém e confiança.
— Você subestima muito seus inimigos, mulher. Pode ter assassinado Estevão e calado com sangue a voz de alguns inocentes, mas não derrotou completamente aqueles que desejam a paz e a justiça no reino. — Seus olhos brilharam. — Ádina irá mostrar do que é capaz, as profecias se cumprirão e toda a sua obra maligna será desfeita!
— Claro que sim, claro que sim... Eu não tenho tempo para contrariá-lo agora. — Disse como se estivesse falando com uma criança teimosa. — Tenho que me preparar para um casamento. A filha de seu amigo De Mülle se casa hoje. — Fez pausa. — Creio que ele não estava previsto nas profecias, o que é uma mostra de que elas não são tão inexoráveis como você acredita. — Tocou o cristal. — Adeus, querido Marc, continue sonhando com sua liberdade, mas lamento informar que ela só existe ao meu lado!
A imagem do Duque Marc desapareceu rapidamente, em seu rosto a imagem do mais profundo desespero. Um barulho na antecâmara chamou a atenção da Rainha.
— Jerôme! Pensei que tinha esquecido nosso compromisso. — O rapaz estava de pé no aposento exterior. A Rainha acreditava muito nas capacidades daquele jovem cavaleiro de ambição desmedida, inteligência e sensualidade aguçadas. Ainda quando o Rei, seu marido, era vivo e Jerôme, pouco mais que um menino, o tomara como amante, para desgosto e grande oposição de seu mais fiel aliado, e mestre do rapaz, Sir Richard. — Você retornou na hora certa, meu caro. Já reencontrou Richard?
— Não, embora eu tenha certeza de que ele já sabe que voltei, mesmo contra sua magnânima vontade. Sabe melhor do que eu, Senhora, que ele me despreza e odeia desde que seu novo discípulo, Konrad De Sayers, chegou. — Jerôme desejou ser igual a Richard, mas Evilblood o considerou incapacitado para dominar tão grandes poderes, preferindo Konrad De Sayers. Desde então, Jêrome se sentia humilhado e desejava se vingar de ambos. — Eu o tenho observado... Ele me parece tão inocente e inofensivo quanto quando chegou aqui... Acredita mesmo que ele poderá ser tão útil quanto Sir Richard espera?
— Deixe estes assuntos para mais tarde. — Respondeu com um olhar faminto que o rapaz compreendeu muito bem. “Não o chamei aqui para falar de Richard e seus planos.”
— Compreendo... Mal pude suportar a separação durante todo este tempo... — Aproximou-se e beijou-lhe as mãos com fingida devoção. — Está mais bela do que nunca, Majestade.
— E você se tornou um homem. — Falou acariciando seus cabelos ruivos e encaracolados. Cabelos de anjo... olhar de anjo... e um corpo... — Esperava ansiosa que pudesse me demonstrar o que aprendeu durante este período que esteve ausente. Espero que não tenha se dedicado somente à arte das armas...
— Será um prazer demonstrar-lhe, Majestade. — Dito isto sua forma começou a mudar e a Rainha, para seu grande espanto, o viu tomar a forma de Sir Marc De Voleuil, tão belo e sorridente quanto quando ela o vira pela primeira vez. — Talvez possa lhe ser mais agradável assim. — Ela não lhe respondeu por palavras, pois seus olhos e os braços em volta dele diziam tudo o que ele precisava saber.
2 pessoas comentaram:
Sinto prazer enorme quando alguém tão vaidoso e egocentrico quanto a rainha é levada pelo nariz por alguém mais experto e sedutor. Casanova e canalha o Jerôme tem mil e uma utilidades *_* Vai lá Jerôme!!!
Jêrome é um sujeito com sua própria agenda. Ele tem objetivos que não tem nada a ver com aquilo que a rainha quer. E, sim, ele odeia o Richard, proque ele percebeu quem ele é.
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