Esta é a quarta parte do terceiro capítulo, a terceira está aqui. Para quem não sabe do que se trata, estou postando uma história que venho escrevendo faz algum tempo. O primeiro capítulo se chama Ecos do Passado e o segundo Sem Olhar para Trás. Prometi postar continuamente até o capítulo 3 e fico sempre no aguardo dos comentários e sugestões, pois assim posso melhorar e mexer em coisas que não estejam funcionando. Como escrevi essa parte faz mais de dez anos e fiz várias revisões, talvez hoje fizesse tudo diferente, ou não. Aguardo os comentários e boa leitura.
Ventos de Mudança
Capítulo 3: Sem Olhar Para Trás (Parte 4)
Capítulo 3: Sem Olhar Para Trás (Parte 4)
— Pare onde está, verme! — Lívio não parou. Afinal, por que alguém iria chamá-lo de verme? Sua resposta veio na forma de uma mão pesada que o atirou contra a parede, sentiu seu rosto doer e a forte pressão. Era Humberto De Dorsos. — Não sabia que era surdo? — Lívio sentiu seu coração acelerar. “Ah, não! Será que ele nos ouviu?”
— Não entendo o motivo desta agressão, Senhor. Não o conheço. — Ele falou com dificuldade, tentando parecer inocente.
— O que fez vejamos... — Desferiu um soco violento no estômago do outro que dobrou em dois. — Isso é por ter ousado olhar para minha noiva. E isso... — Outro soco. — por ousar tocar nela, ontem à noite. — Lívio ia levantar, mas Humberto plantou a bota no seu rosto. — Da próxima vez... O que é isso? — Sentiu uma lâmina fria perfurar-lhe a pele perto das costelas. — Ora, a irmãzinha! Vai me matar?
Lucília ignorou a pergunta de Humberto e falou com voz pausada:
— Lívio, levante-se. É uma vergonha ter um irmão incapaz de se defender de um imbecil como esse. Agora suma daqui! Falo com você depois. — Ele obedeceu com certa dificuldade. — Nunca mais ouse se aproximar do meu irmão, ouviu? Ou eu vou matá-lo como se mata um porco! — Ela tirou a faca. O corte tinha sido superficial.
— Eu poderia aniquilar vocês dois sem esforço... — Humberto tinha sangue nos olhos.
— Posso lhe dar a chance de tentar a sorte um dia, se quiser... — Sua voz era de uma frieza glacial e seu rosto estava duro como pedra. — Mas agora, sua Majestade o aguarda e ela detesta esperar.
— Outro dia então... — Disse se retirando com um sorriso de desdém. — Mulherzinha imbecil, nunca ouse me dar às costas ou será o seu fim, seu e de seu irmão.
— Mesmo?! — Ela sorriu com superioridade. — Aproveite e repita as mesmas palavras para a minha tia, a Rainha, e vejamos o que ela diz. Com licença,... Ah! Pode tentar agora que estou de costas. — Humberto não fez nada como seria de esperar, mas sempre haveria uma próxima vez.
A Rainha recebeu as medidas de Alda e imaginou que tipo de vestido faria. Seria uma magia simples, mas era uma forma de manter-se em forma. O tecido estava sob uma bancada. Uma peça de brocado dourado, caríssimo, e outra de um tecido vermelho mais fino. Ela tomou seu cetro mágico e agitando-o no ar fez com que o tecido se desdobrasse e começasse a dançar diante dela. “Por onde começaremos? Ah, já sei!”, um raio tênue saiu do cetro e atingiu os tecidos que começaram a ganhar as formas de um vestido. “Um pouco de caimento na manga, um decote mais generoso... Não deixa de ter alguma graça...” Um pouco mais de brilho e mágica e o vestido estava pronto e belíssimo, por sinal. “Se não tem um noivo digno pelo menos terá um belo vestido! Aliás, ela já deve estar preste a chegar.” Realmente, Alda não demorou a aparecer.
— Bem-vinda, minha querida. — A Rainha falou tão logo a viu. Alda fez uma mesura profunda, adequada à posição que a outra ocupava. — Espero que esteja ansiosa para hoje à noite.
— Como poderia não estar, Majestade? — Alda falou com sinceridade, pois realmente estava ansiosa.
— Ótimo, então. — “Queria ter os poderes de Richard, agora, para saber o que vai em sua mente. Por que não foi com os outros?” — Seu vestido está pronto. Veja. — Descobriu o belo vestido e Alda não pode se furtar uma exclamação de admiração. — Espero que goste. Desejo que seja o único que usará na vida.
— É lindo, realmente. — Fez pausa, para controlar sua voz. — Mas como foi feito tão rápido?
— Nossas costureiras são muito hábeis, menina. — A Rainha sorriu. — E eu sou muito exigente.
— Entendo. — “Sua mágica é muito poderosa, quer dizer. Se pudesse, eu rejeitaria este vestido!”
— Mas, temos algumas coisas que conversar. — A Rainha começou séria. — Seu noivo se queixou que não o trata como devia e que não se comporta de acordo com sua posição.
— Se queixou!? — Alda se fez de desentendida. — Não vejo em que lhe fui desagradável. Ele deveria ter senso de humor e não se aborrecer por causa do torneio. — Dominique ficou surpresa ao ouvir palavras tão levianas.
— Creio que seu pai lhe disse quem é seu noivo, quer dizer lhe explicou de onde vem e sua fama como grande guerreiro. — “Grande guerreiro! Pois, sim! Salteador e assassino!”, Alda pensou furiosa. — Ele não está acostumado a ser contrariado e espero que entenda que é seu dever, como esposa, agradá-lo e obedecê-lo. Além disso, eu ordeno que assim o faça. — As palavras eram duras, mas o tom de voz era cordial.
— Eu compreendo. — Falou Alda sentando-se mais ereta.
— Sei que não teve um exemplo de lar ideal no que se espelhar e que seu pai a educou de uma maneira, digamos, inadequada... Não, não me interrompa. Deve esquecer o seu passado. — Foi enfática. — Sua vida será diferente daqui para frente e espero que esteja atenta ao que vou dizer agora. — Dissertou cerca de duas horas sobre os deveres e obrigações de uma esposa, de como Alda deveria se comportar e o que era esperado dela na noite de núpcias. Alda sentia-se invadir por um sentimento de ódio e repugnância, mas permaneceu como estava, na face uma leve, e falsa, expressão de atenção. — Creio que me compreendeu, pois vejo que mesmo não seja sábia, é inteligente. Nunca tive uma filha e esperava poder instruir Marina quando fosse sua hora... Senti que era meu dever fazer isso por você. Já que não tem mãe e seu pai se mostrou tão relapso. — Alda se sentiu ofendida pelo comentário, mas sabia que não deveria retrucar. A Rainha levantou-se e a beijou no rosto. — Espero que seja feliz, — Sorriu, um sorriso falso. — como eu mesma fui.
Ela se levantou, o que obrigou Alda a se por de pé. Ela estava sendo despachada.
— Pode ir agora. — Alda foi em direção à saída e quando ia abrir a porta, a Rainha a chamou. — Esqueça, também, o que aconteceu ontem. Breve resgataremos Marina e a cabeça daqueles traidores estarão penduradas nas ameias desse castelo. — Falou em tom ameaçador. “Eu duvido que ela tenha coragem de seguir-lhes os passos, agora. Além disso, é filha de De Mülle, não acredito que possa agir de forma tão diferente da dele!” — Do aposento contíguo, saiu Humberto de Dorsos. — Espero que esteja satisfeito com a instrução de sua noiva.
— Satisfeitíssimo, Majestade. — Ele falou.
— Acredito que ela não será mais tão rude e insubmissa daqui para frente. E se não se emendar, você saberá como lidar com a situação, eu suponho. — Ela percebeu o olhar perverso de Humberto e teve certeza de que ele tinha experiência no assunto.
— Antes de sair, eu tenho mais um pedido a fazer.
— Pedido? — A Rainha se surpreendeu.
— Mantenha seu sobrinho longe dela e de mim, também. Ontem eu os vi juntos à tarde e ele ousou dançar com minha noiva mesmo sabendo que estava comprometida comigo. — Sentia-se inferiorizado frente qualquer homem por causa de sua face deformada e o incidente que ocorrera mais cedo o deixara possesso. — Tire-o do meu caminho, ou eu terei que fazer isso com minhas próprias mãos!
— Meu sobrinho!? Francamente, Sir Humberto, meu sobrinho é inofensivo e creio que o interpretou mal. — Era isso que ela achava realmente. — Ele nunca se interessou por mulheres, queria mesmo seguir carreira eclesiástica... Além disso, é um péssimo cavaleiro e extremamente ingênuo para ameaçar um homem como você. Nenhuma mulher olharia para um fedelho com ares de padre quando pode pertencer a um guerreiro poderoso. Seria ridículo! — Ela adulou, mas no fundo sentia desprezo por ele. De qualquer forma, iria ficar atenta ao que seu sobrinho andava fazendo. — Esqueça-o, eu ordeno. — Fez pausa. — Creio que, a partir de hoje, será dever seu zelar pela virtude de sua esposa, não meu. Fui clara?
— Claríssima, Majestade. — “Farei o que me ordena... pelo menos, por enquanto...” .
— Não entendo o motivo desta agressão, Senhor. Não o conheço. — Ele falou com dificuldade, tentando parecer inocente.
— O que fez vejamos... — Desferiu um soco violento no estômago do outro que dobrou em dois. — Isso é por ter ousado olhar para minha noiva. E isso... — Outro soco. — por ousar tocar nela, ontem à noite. — Lívio ia levantar, mas Humberto plantou a bota no seu rosto. — Da próxima vez... O que é isso? — Sentiu uma lâmina fria perfurar-lhe a pele perto das costelas. — Ora, a irmãzinha! Vai me matar?
Lucília ignorou a pergunta de Humberto e falou com voz pausada:
— Lívio, levante-se. É uma vergonha ter um irmão incapaz de se defender de um imbecil como esse. Agora suma daqui! Falo com você depois. — Ele obedeceu com certa dificuldade. — Nunca mais ouse se aproximar do meu irmão, ouviu? Ou eu vou matá-lo como se mata um porco! — Ela tirou a faca. O corte tinha sido superficial.
— Eu poderia aniquilar vocês dois sem esforço... — Humberto tinha sangue nos olhos.
— Posso lhe dar a chance de tentar a sorte um dia, se quiser... — Sua voz era de uma frieza glacial e seu rosto estava duro como pedra. — Mas agora, sua Majestade o aguarda e ela detesta esperar.
— Outro dia então... — Disse se retirando com um sorriso de desdém. — Mulherzinha imbecil, nunca ouse me dar às costas ou será o seu fim, seu e de seu irmão.
— Mesmo?! — Ela sorriu com superioridade. — Aproveite e repita as mesmas palavras para a minha tia, a Rainha, e vejamos o que ela diz. Com licença,... Ah! Pode tentar agora que estou de costas. — Humberto não fez nada como seria de esperar, mas sempre haveria uma próxima vez.
XXX
A Rainha recebeu as medidas de Alda e imaginou que tipo de vestido faria. Seria uma magia simples, mas era uma forma de manter-se em forma. O tecido estava sob uma bancada. Uma peça de brocado dourado, caríssimo, e outra de um tecido vermelho mais fino. Ela tomou seu cetro mágico e agitando-o no ar fez com que o tecido se desdobrasse e começasse a dançar diante dela. “Por onde começaremos? Ah, já sei!”, um raio tênue saiu do cetro e atingiu os tecidos que começaram a ganhar as formas de um vestido. “Um pouco de caimento na manga, um decote mais generoso... Não deixa de ter alguma graça...” Um pouco mais de brilho e mágica e o vestido estava pronto e belíssimo, por sinal. “Se não tem um noivo digno pelo menos terá um belo vestido! Aliás, ela já deve estar preste a chegar.” Realmente, Alda não demorou a aparecer.
— Bem-vinda, minha querida. — A Rainha falou tão logo a viu. Alda fez uma mesura profunda, adequada à posição que a outra ocupava. — Espero que esteja ansiosa para hoje à noite.
— Como poderia não estar, Majestade? — Alda falou com sinceridade, pois realmente estava ansiosa.
— Ótimo, então. — “Queria ter os poderes de Richard, agora, para saber o que vai em sua mente. Por que não foi com os outros?” — Seu vestido está pronto. Veja. — Descobriu o belo vestido e Alda não pode se furtar uma exclamação de admiração. — Espero que goste. Desejo que seja o único que usará na vida.
— É lindo, realmente. — Fez pausa, para controlar sua voz. — Mas como foi feito tão rápido?
— Nossas costureiras são muito hábeis, menina. — A Rainha sorriu. — E eu sou muito exigente.
— Entendo. — “Sua mágica é muito poderosa, quer dizer. Se pudesse, eu rejeitaria este vestido!”
— Mas, temos algumas coisas que conversar. — A Rainha começou séria. — Seu noivo se queixou que não o trata como devia e que não se comporta de acordo com sua posição.
— Se queixou!? — Alda se fez de desentendida. — Não vejo em que lhe fui desagradável. Ele deveria ter senso de humor e não se aborrecer por causa do torneio. — Dominique ficou surpresa ao ouvir palavras tão levianas.
— Creio que seu pai lhe disse quem é seu noivo, quer dizer lhe explicou de onde vem e sua fama como grande guerreiro. — “Grande guerreiro! Pois, sim! Salteador e assassino!”, Alda pensou furiosa. — Ele não está acostumado a ser contrariado e espero que entenda que é seu dever, como esposa, agradá-lo e obedecê-lo. Além disso, eu ordeno que assim o faça. — As palavras eram duras, mas o tom de voz era cordial.
— Eu compreendo. — Falou Alda sentando-se mais ereta.
— Sei que não teve um exemplo de lar ideal no que se espelhar e que seu pai a educou de uma maneira, digamos, inadequada... Não, não me interrompa. Deve esquecer o seu passado. — Foi enfática. — Sua vida será diferente daqui para frente e espero que esteja atenta ao que vou dizer agora. — Dissertou cerca de duas horas sobre os deveres e obrigações de uma esposa, de como Alda deveria se comportar e o que era esperado dela na noite de núpcias. Alda sentia-se invadir por um sentimento de ódio e repugnância, mas permaneceu como estava, na face uma leve, e falsa, expressão de atenção. — Creio que me compreendeu, pois vejo que mesmo não seja sábia, é inteligente. Nunca tive uma filha e esperava poder instruir Marina quando fosse sua hora... Senti que era meu dever fazer isso por você. Já que não tem mãe e seu pai se mostrou tão relapso. — Alda se sentiu ofendida pelo comentário, mas sabia que não deveria retrucar. A Rainha levantou-se e a beijou no rosto. — Espero que seja feliz, — Sorriu, um sorriso falso. — como eu mesma fui.
Ela se levantou, o que obrigou Alda a se por de pé. Ela estava sendo despachada.
— Pode ir agora. — Alda foi em direção à saída e quando ia abrir a porta, a Rainha a chamou. — Esqueça, também, o que aconteceu ontem. Breve resgataremos Marina e a cabeça daqueles traidores estarão penduradas nas ameias desse castelo. — Falou em tom ameaçador. “Eu duvido que ela tenha coragem de seguir-lhes os passos, agora. Além disso, é filha de De Mülle, não acredito que possa agir de forma tão diferente da dele!” — Do aposento contíguo, saiu Humberto de Dorsos. — Espero que esteja satisfeito com a instrução de sua noiva.
— Satisfeitíssimo, Majestade. — Ele falou.
— Acredito que ela não será mais tão rude e insubmissa daqui para frente. E se não se emendar, você saberá como lidar com a situação, eu suponho. — Ela percebeu o olhar perverso de Humberto e teve certeza de que ele tinha experiência no assunto.
— Antes de sair, eu tenho mais um pedido a fazer.
— Pedido? — A Rainha se surpreendeu.
— Mantenha seu sobrinho longe dela e de mim, também. Ontem eu os vi juntos à tarde e ele ousou dançar com minha noiva mesmo sabendo que estava comprometida comigo. — Sentia-se inferiorizado frente qualquer homem por causa de sua face deformada e o incidente que ocorrera mais cedo o deixara possesso. — Tire-o do meu caminho, ou eu terei que fazer isso com minhas próprias mãos!
— Meu sobrinho!? Francamente, Sir Humberto, meu sobrinho é inofensivo e creio que o interpretou mal. — Era isso que ela achava realmente. — Ele nunca se interessou por mulheres, queria mesmo seguir carreira eclesiástica... Além disso, é um péssimo cavaleiro e extremamente ingênuo para ameaçar um homem como você. Nenhuma mulher olharia para um fedelho com ares de padre quando pode pertencer a um guerreiro poderoso. Seria ridículo! — Ela adulou, mas no fundo sentia desprezo por ele. De qualquer forma, iria ficar atenta ao que seu sobrinho andava fazendo. — Esqueça-o, eu ordeno. — Fez pausa. — Creio que, a partir de hoje, será dever seu zelar pela virtude de sua esposa, não meu. Fui clara?
— Claríssima, Majestade. — “Farei o que me ordena... pelo menos, por enquanto...” .
1 pessoas comentaram:
Voltei a acompanhar a história ^^
Continua escrevendo Valeria tá muito legal, principalmente agora tá começando a esquentar...tivemos fuga...o lindinho do Livio todo cavalheiro.
Mal posso esperar para a fuga do guilherme e o casamento ^^
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