Chegamos ao capítulo 3. Como ele é menor que os outros, será postado bem mais rápido, acredito. Esta é a segund aparte, a primeira está aqui. Para quem não sabe do que se trata, estou postando uma história que venho escrevendo faz algum tempo. Tenho alguns capítulos escritos e outros, não. Por exemplo, o capítulo 5 eu não terminei, mas tenho o 6 e o 7. O primeiro capítulo se chama Ecos do Passado e o segundo Sem Olhar para Trás.
Prometi postar continuamente até o capítulo 3 e fico sempre no aguardo dos comentários e sugestões, pois assim posso melhorar e mexer em coisas que não estejam funcionando. Já vi pela pesquisinha que coloquei, que o Alan está como personagem favorta de quem votou. Acho que ninguém gosta do Konrad, pelo jeito. Só inclui os jovens, então não sei qual a popularidade de Sir Richard, por exemplo. Como escrevi essa parte faz mais de dez anos e fiz várias revisões, talvez hoje fizesse tudo diferente, ou não. Aguardo os comentários e boa leitura.
Prometi postar continuamente até o capítulo 3 e fico sempre no aguardo dos comentários e sugestões, pois assim posso melhorar e mexer em coisas que não estejam funcionando. Já vi pela pesquisinha que coloquei, que o Alan está como personagem favorta de quem votou. Acho que ninguém gosta do Konrad, pelo jeito. Só inclui os jovens, então não sei qual a popularidade de Sir Richard, por exemplo. Como escrevi essa parte faz mais de dez anos e fiz várias revisões, talvez hoje fizesse tudo diferente, ou não. Aguardo os comentários e boa leitura.
Ventos de Mudança
Capítulo 3: Sem Olhar Para Trás (Parte 2)
Capítulo 3: Sem Olhar Para Trás (Parte 2)
— Sir Konrad, quero que diga tudo o que viu e ouviu. — Disse o Capitão Gaston pela quinta vez. — Algo pode ter lhe escapado.
Konrad repetiu tudo, mais uma vez, sem permitir que a impaciência que sentia refletisse em sua voz ou seu rosto. Só, que no fundo, o rapaz estava furioso. Este interrogatório era uma afronta. Uma afronta! Ele nada tinha a ver com a traição. Teria mesmo impedido Alan, não fosse seu ombro. “Como ele pode? Como ele pode fazer isso comigo? E Flora... É humilhante para ela ter que se submeter a este interrogatório! É ultrajante!” No entanto, Flora não parecia nem um pouco ofendida, aliás, estava como sempre, com a mesma expressão de tranqüilidade, os olhos ternos e o tom gentil na voz. Konrad então se acalmou e ficou olhando para ela. Se Flora conseguia suportar, ele também poderia.
— Foi isso o que vi, Capitão. Alan levou a Princesa. Konrad não pode fazer nada e eu, tampouco. — Flora disse ao terminar. — Eu desejaria poder colaborar mais com o senhor. — Havia sinceridade em sua voz e o Capitão deu-se por satisfeito. Pelo menos por enquanto.
— Sir Konrad, eu creio que o dia foi longo para todos nós. — Fez pausa. — Leve a Senhora até seus aposentos. Eu ainda tenho muito a fazer por hoje.
— Com sua licença. — Tomou o braço de Flora, mas antes de retirar-se, virou-se e perguntou. — Capitão, o senhor viu Sir Richard?
— Sir Richard!? — Havia desdém em sua voz. — Não, ele desapareceu, depois do ocorrido. Creio que foi livrar-se do piche. “Queria ver debochar de meu mestre se ele estivesse aqui. Covarde imbecil!”, Konrad pensou.
Richard realmente tinha ido limpar-se, tinha sua aparência em mui alta conta e detestava não estar sempre impecável, além disso, estava furioso por ter sido obrigado a deixar Alan escapar e temia que os planos da Rainha não corressem como ela esperava. “Eu poderia ter posto fim neles em segundos. É um absurdo por todos os planos em perigo, para conseguir esta Espada! Não consigo entender... Dominique pode destruir nossos planos por causa dos seus caprichos. Tudo o que construímos... Alan é um De Brier e eles só se tornam inofensivos quando estão no túmulo...” Alguém bateu na porta.
— Quem é? — Perguntou contrariado por ser desperto tão repentinamente de seus pensamentos.
— Sou eu, Sir Richard.
— Entre, Sir Konrad. — O rapaz entrou prontamente. — Não deveria se sentir culpado, meu rapaz. — Richard comentou e Konrad ficou espantado por ele “conhecê-lo tão bem”. — O Capitão é um tolo que acha que por ter um bando de plebeus às suas ordens pode se equivaler a um de nós. Só que nossa superioridade se assenta no sangue, é o nosso destino. — Comentou com desdém, pois ele e Gaston tinham velhas diferenças. — Sei bem que se não fosse seu ferimento, aquele traidor jamais teria escapado.
— Às vezes, me surpreendo. O Senhor parece poder ler meus pensamentos, Mestre.
— Somos parecidos, meu caro, é só isso. Nossa forma de pensar e sentir é muito semelhante. — Fez pausa. — Só que você ainda tem muito que aprender. Precisa entender que nem todos aqueles que parecem estar do nosso lado, são confiáveis realmente. — Falou de forma casual. — Creio que entende o que digo.
— Eu entendo. — Respirou fundo. — Eu esperava que ele não fosse capaz de trair o Reino por ser meu amigo de infância. — Balançou a cabeça desconsolado. — Depois de tudo o que houve com sua família, depois de meu pai tê-lo educado, eu não entendo... — Richard se sentiu particularmente satisfeito, pois percebia que poderia minar a amizade dos dois e a confiança de Konrad em seu pai ao mesmo tempo.
— O filho de um traidor, tem tudo para seguir os passos do pai. — Fez pausa. — Principalmente, quando se mantém vivo em sua mente os maus exemplos. Eu sei que seu pai é fiel ao reino, no entanto, ele também era amigo de Estevão De Brier e sempre respeitou e cultuou sua memória. Este estado de coisas, com certeza, terminou alimentando o desejo de vingança do rapaz. — Seus olhos encontraram os de Konrad e viu que ele estava cheio de dúvidas e temores. — Você deve ter cuidado, caro amigo, para que seus sentimentos não suplantem a sua razão e seu senso de dever.
— Eu não permitirei que isto ocorra, Senhor. — Fez pausa. — Alan é um traidor e eu me disponho a persegui-lo e trazê-lo a juízo. Farei qualquer coisa para cumprir meus deveres para com o Reino, Sir Richard.
— Guarde suas forças e recupere-se. — Pôs a mão no ombro são do rapaz. — Pois, em breve, Sua Majestade precisará de todos os braços em condições de lutar e o seu, com certeza, será um dos mais importantes. — Parou, estava ficando com fome e precisava ir em busca de alimento. — Vá e descanse, agora. Amanhã, conversaremos. — O rapaz obedeceu, mas ainda estava preocupado, consigo mesmo, com seu pai e, até, com Alan, mesmo que agora ele fosse seu inimigo.
No outro dia, Alda foi acordada por uma turba de criadas que desejavam tirar suas medidas e prepará-la para as bodas. A moça se deixou medir, embora duvidasse que pudessem preparar um vestido de casamento adequado em poucas horas.
— Podem me deixar em paz, agora? — Pergunto enervada.
— Sua Majestade pede que vá vê-la dentro de duas horas nos seus aposentos. — Uma das aias falou retirando-se com as outras, deixando-lhe o desjejum sobre a mesa.
Alda sentou-se na cama e respirou fundo. Sabia que tinha poucas horas para pôr todo um plano em andamento e, mais que isso, libertar o Príncipe Guilherme. Levantou e olhou-se no espelho, acariciando com carinho suas longas tranças negras, a parte que mais gostava em si mesma. “Será uma pena...” Alguém bateu à porta, era seu pai. Mal abriu a porta foi abraçada e beijada por ele, notou que seu pai tinha lágrimas em seus olhos. Só que ela não poderia deixar que falasse, ou então, tinha certeza, sentiria medo e não conseguiria levar seu plano adiante.
— Pai, não diga nada. — Fez pausa. — Eu não tenho escolha, nem você. — Sua voz estava ficando embargada pelas lágrimas que se recusava a derramar. — Eu farei o que for preciso, por nós dois. — De Mülle beijou-a de novo e se retirou sem dizer palavra.
“Ela é tudo o que eu nunca consegui ser. Embora não mereça, o que mais eu poderia desejar?” O que lhe chocava era a expressão resignada, a aceitação do casamento, o comportamento de mártir que ela assumia, como uma vítima passiva em holocausto. De Mülle lembrou-se de seu próprio casamento, só que ele já não tinha mais nada a perder, só a ganhar com a aliança. “Eu havia perdido Júlia para sempre... mas ela... ela tem toda uma vida pela frente...” Havia outra coisa que, no momento, o incomodava: as profecias. “Com certeza, eu irei perdê-la, se falharem ou forem vitoriosos, eu irei perdê-la.” Ao contrário de muitos dos envolvidos, ele conhecia bem as profecias e sabia que se a rainha vencesse, sua filha seria morta, e se Ádina fosse vitoriosa, ele mesmo morreria como o traidor que era. “Aconteça o que acontecer, minha filha, daqui pra frente, estaremos para sempre separados.”.
Konrad repetiu tudo, mais uma vez, sem permitir que a impaciência que sentia refletisse em sua voz ou seu rosto. Só, que no fundo, o rapaz estava furioso. Este interrogatório era uma afronta. Uma afronta! Ele nada tinha a ver com a traição. Teria mesmo impedido Alan, não fosse seu ombro. “Como ele pode? Como ele pode fazer isso comigo? E Flora... É humilhante para ela ter que se submeter a este interrogatório! É ultrajante!” No entanto, Flora não parecia nem um pouco ofendida, aliás, estava como sempre, com a mesma expressão de tranqüilidade, os olhos ternos e o tom gentil na voz. Konrad então se acalmou e ficou olhando para ela. Se Flora conseguia suportar, ele também poderia.
— Foi isso o que vi, Capitão. Alan levou a Princesa. Konrad não pode fazer nada e eu, tampouco. — Flora disse ao terminar. — Eu desejaria poder colaborar mais com o senhor. — Havia sinceridade em sua voz e o Capitão deu-se por satisfeito. Pelo menos por enquanto.
— Sir Konrad, eu creio que o dia foi longo para todos nós. — Fez pausa. — Leve a Senhora até seus aposentos. Eu ainda tenho muito a fazer por hoje.
— Com sua licença. — Tomou o braço de Flora, mas antes de retirar-se, virou-se e perguntou. — Capitão, o senhor viu Sir Richard?
— Sir Richard!? — Havia desdém em sua voz. — Não, ele desapareceu, depois do ocorrido. Creio que foi livrar-se do piche. “Queria ver debochar de meu mestre se ele estivesse aqui. Covarde imbecil!”, Konrad pensou.
XXX
Richard realmente tinha ido limpar-se, tinha sua aparência em mui alta conta e detestava não estar sempre impecável, além disso, estava furioso por ter sido obrigado a deixar Alan escapar e temia que os planos da Rainha não corressem como ela esperava. “Eu poderia ter posto fim neles em segundos. É um absurdo por todos os planos em perigo, para conseguir esta Espada! Não consigo entender... Dominique pode destruir nossos planos por causa dos seus caprichos. Tudo o que construímos... Alan é um De Brier e eles só se tornam inofensivos quando estão no túmulo...” Alguém bateu na porta.
— Quem é? — Perguntou contrariado por ser desperto tão repentinamente de seus pensamentos.
— Sou eu, Sir Richard.
— Entre, Sir Konrad. — O rapaz entrou prontamente. — Não deveria se sentir culpado, meu rapaz. — Richard comentou e Konrad ficou espantado por ele “conhecê-lo tão bem”. — O Capitão é um tolo que acha que por ter um bando de plebeus às suas ordens pode se equivaler a um de nós. Só que nossa superioridade se assenta no sangue, é o nosso destino. — Comentou com desdém, pois ele e Gaston tinham velhas diferenças. — Sei bem que se não fosse seu ferimento, aquele traidor jamais teria escapado.
— Às vezes, me surpreendo. O Senhor parece poder ler meus pensamentos, Mestre.
— Somos parecidos, meu caro, é só isso. Nossa forma de pensar e sentir é muito semelhante. — Fez pausa. — Só que você ainda tem muito que aprender. Precisa entender que nem todos aqueles que parecem estar do nosso lado, são confiáveis realmente. — Falou de forma casual. — Creio que entende o que digo.
— Eu entendo. — Respirou fundo. — Eu esperava que ele não fosse capaz de trair o Reino por ser meu amigo de infância. — Balançou a cabeça desconsolado. — Depois de tudo o que houve com sua família, depois de meu pai tê-lo educado, eu não entendo... — Richard se sentiu particularmente satisfeito, pois percebia que poderia minar a amizade dos dois e a confiança de Konrad em seu pai ao mesmo tempo.
— O filho de um traidor, tem tudo para seguir os passos do pai. — Fez pausa. — Principalmente, quando se mantém vivo em sua mente os maus exemplos. Eu sei que seu pai é fiel ao reino, no entanto, ele também era amigo de Estevão De Brier e sempre respeitou e cultuou sua memória. Este estado de coisas, com certeza, terminou alimentando o desejo de vingança do rapaz. — Seus olhos encontraram os de Konrad e viu que ele estava cheio de dúvidas e temores. — Você deve ter cuidado, caro amigo, para que seus sentimentos não suplantem a sua razão e seu senso de dever.
— Eu não permitirei que isto ocorra, Senhor. — Fez pausa. — Alan é um traidor e eu me disponho a persegui-lo e trazê-lo a juízo. Farei qualquer coisa para cumprir meus deveres para com o Reino, Sir Richard.
— Guarde suas forças e recupere-se. — Pôs a mão no ombro são do rapaz. — Pois, em breve, Sua Majestade precisará de todos os braços em condições de lutar e o seu, com certeza, será um dos mais importantes. — Parou, estava ficando com fome e precisava ir em busca de alimento. — Vá e descanse, agora. Amanhã, conversaremos. — O rapaz obedeceu, mas ainda estava preocupado, consigo mesmo, com seu pai e, até, com Alan, mesmo que agora ele fosse seu inimigo.
XXX
No outro dia, Alda foi acordada por uma turba de criadas que desejavam tirar suas medidas e prepará-la para as bodas. A moça se deixou medir, embora duvidasse que pudessem preparar um vestido de casamento adequado em poucas horas.
— Podem me deixar em paz, agora? — Pergunto enervada.
— Sua Majestade pede que vá vê-la dentro de duas horas nos seus aposentos. — Uma das aias falou retirando-se com as outras, deixando-lhe o desjejum sobre a mesa.
Alda sentou-se na cama e respirou fundo. Sabia que tinha poucas horas para pôr todo um plano em andamento e, mais que isso, libertar o Príncipe Guilherme. Levantou e olhou-se no espelho, acariciando com carinho suas longas tranças negras, a parte que mais gostava em si mesma. “Será uma pena...” Alguém bateu à porta, era seu pai. Mal abriu a porta foi abraçada e beijada por ele, notou que seu pai tinha lágrimas em seus olhos. Só que ela não poderia deixar que falasse, ou então, tinha certeza, sentiria medo e não conseguiria levar seu plano adiante.
— Pai, não diga nada. — Fez pausa. — Eu não tenho escolha, nem você. — Sua voz estava ficando embargada pelas lágrimas que se recusava a derramar. — Eu farei o que for preciso, por nós dois. — De Mülle beijou-a de novo e se retirou sem dizer palavra.
“Ela é tudo o que eu nunca consegui ser. Embora não mereça, o que mais eu poderia desejar?” O que lhe chocava era a expressão resignada, a aceitação do casamento, o comportamento de mártir que ela assumia, como uma vítima passiva em holocausto. De Mülle lembrou-se de seu próprio casamento, só que ele já não tinha mais nada a perder, só a ganhar com a aliança. “Eu havia perdido Júlia para sempre... mas ela... ela tem toda uma vida pela frente...” Havia outra coisa que, no momento, o incomodava: as profecias. “Com certeza, eu irei perdê-la, se falharem ou forem vitoriosos, eu irei perdê-la.” Ao contrário de muitos dos envolvidos, ele conhecia bem as profecias e sabia que se a rainha vencesse, sua filha seria morta, e se Ádina fosse vitoriosa, ele mesmo morreria como o traidor que era. “Aconteça o que acontecer, minha filha, daqui pra frente, estaremos para sempre separados.”.
2 pessoas comentaram:
Valéria, já pensou em converter os capítulos em arquivos em PDF? É fácil e dá pra fazer no próprio Word. Basta baixar um programinha gratuito que faz a conversão e, para fazê-la, é só mandar imprimir o documento e, em "nome da impressora", colocar o programa.
Seria legal também colocar os links para os capítulos anteriores na barra lateral do blog.
No mais, que a inspiração continue fluindo pra você escrever seu livro! Só espero que consiga um tiquinho para mim, eu estou empacada no meu... :/
Bj!
Oi, Elaine! Obrigada pelas sugestões. Mas minha imaginação não está fluindo, não... O meterial já está escrito, ou melhor, pelo menos os quatro primeiros capítulos. Depois...
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