Se você está lendo este post, deve ter passado pelo capítulo 1. Agora, você está na oitava parte do capítulo 2. Se caiu aqui por engano, clique para retornar para a parte anterior, se você clicar na tag Rosas, poderá acessar todos as partes que coloquei no blog até aqui. Agora estamos caminhando para o final do capítulo e quem estiver perdido é só perguntar. Continuarei a postagem até o terceiro capítulo e depois, só se realmente houver interesse.
Ventos de Mudança
Capítulo 2: A Decisão de uma Vida (Parte 8)
Capítulo 2: A Decisão de uma Vida (Parte 8)
Marina procurou Alan em todos os lugares possíveis, estava cada vez mais confusa e a idéia de vê-lo no exílio, o que significava necessariamente, não vê-lo nunca mais, a atormentava. “Mas por que me preocupo com ele quando ele me trata tão mal?” Nos jardins, avistou Konrad com Flora, mas Alan não estava com eles. Terminou por encontrá-lo no mesmo estábulo do dia anterior com Elaine e Haroldo. Ao vê-la entrar correndo, todos se espantaram e se colocaram de pé.
— Alan, eu precisava vir. — Falou esbaforida. — Sua Majestade o considera perigoso! A Rainha vai mandá-lo para o exílio. — Elaine lançou um olhar aterrorizado para seu irmão. — Você precisa fugir. — Disse segurando-o pelos dois braços e ele se desvencilhou rapidamente, afastando-a.
— É o que pretendemos fazer esta noite, se bem se recorda. — Falou levemente irônico.
— Eu vou com vocês. — Falou.
— Vai conosco!? — Haroldo se espantou. — O que aconteceu?
— Nada aconteceu. — Respirou e ficou bem ereta. — Simplesmente decidi ir com vocês. — Tentou parecer firme e decidida. — Creio que preciso conversar com a Rainha das Fadas e entender melhor essa história... Se não gostar, eu volto.
— Vai conosco e se não gostar volta? — Alan balançou a cabeça. — Você não tem nenhum juízo, tem?
— Claro que tenho. — Ela respondeu ofendida. — Como falei, eu quero conversar com a Rainha das Fadas. Além disso, sou a princesa. — Os três olhavam para ela, Alan, perplexo; Elaine, com alguma simpatia; Haroldo, achando que tudo seria engraçado se suas vidas não estivessem em risco. — Se for tudo um equívoco, eu retornarei e vocês estarão livres para irem onde quiserem.
— E se formos os monstros mentirosos que você imaginou? Já pensou nisso? Pode ser tudo um plano para matá-la ou pior... E o que você faria então? — Alan comentou com humor e até ensaiou um sorriso. — A partir do momento que iniciarmos a missão, Alteza, seremos considerarmos traidores. Nossas vidas não valerão mais nada!
— O que no seu caso não será muito diferente da situação em que me encontra atualmente, não é? — Haroldo comentou e Alan deu de ombros. — Aliás, este é meu caso também.
— Se for mentira, vocês terão que se ver com a Rainha, pois com certeza, ela irá pensar que me levaram à força, não é mesmo? — Falou achando que iria aborrecer Alan, mas o rapaz soltou uma sonora gargalhada.
— Você é a pessoa, mas idiota que já conheci, sabia?
Marina sentiu-se ofendida e humilhada e Haroldo, percebendo o que estava acontecendo, começou a falar para que ele parasse de rir e prestasse atenção:
— Muito engenhoso, Princesa. Certamente seria mais fácil convencer a Rainha e quem mais interessasse de que a seqüestramos. — Fez pausa. — Mas eu tenho algo para mostrar a vocês dois. Elaine sabe o que é. Venham comigo.
— Para aonde? — Perguntou Alan.
— É segredo... Ou era, até agora. — E Haroldo deu uma piscadela.
— Sua Alteza primeiro. — Alan disse com uma mesura seca. — Agora que veio tem que entrar.
Marina entrou, mas havia tanta poeira que ela começou a tossir.
— Você não costuma limpar isso aqui?
— Se eu limpar, deixa de parecer um lugar abandonado. — Haroldo disse. Ele foi até o centro do aposento e pegou uma chave que estava pendurada em seu pescoço. — Foi meu pai quem construiu esse lugar, e o único que sabe de sua existência, sou eu mesmo e Elaine.
— Você costuma trazer minha irmã para lugares como este? — Alan perguntou em um tom de poucos amigos.
— Não meu irmão, eu venho com meus próprios pés. Mas este não é o pior lugar aonde tenho que ir. Haroldo é meu amigo e ninguém me respeita mais do que ele. — Elaine falou com voz pausada e tranqüila. Alan corou um pouco e Marina ficou impressionada porque ele não respondeu. Elaine não se parecia fisicamente com sua mãe, mas nesse momento Alan a viu ali e isso o assustou.
— Me desculpe, eu não deveria pensar mal de seu amigo.
Haroldo ergueu uma das suas sobrancelhas. Obviamente, Alan não conhecia Elaine. Ela não era uma tola. Haroldo abaixou-se e abriu o alçapão.
— Eu não posso acender lamparinas aqui. Tenham cuidado com o degrau. — Foi só ele falar e Marina escorregou, iria cair escada abaixo se não fosse amparada rapidamente por Alan.
— Deve ter mais cuidado. — Disse isso e a soltou rapidamente, embora ela desejasse que ela não o fizesse. — Estou começando a achar que você faz estas coisas de propósito, sabia?
— O que? — Ela perguntou rápido.
— Sorte sua eu estar aqui. — Ele disse virando o rosto.
— Está escuro, eu não estou acostumada a lugares como estes, como deve bem saber. — Marina falou para dissipar seu constrangimento.
Cegaram diante de uma porta. Havia um painel como feito de vidro. Haroldo tocou-o com sua mão e a porta abriu como se por efeito de magia. Alan e Marina ficaram assustados.
— Luz! — Haroldo ordenou depois de fechada a porta e o aposento se iluminou como por mágica. — É aqui que venho sempre que posso. — Disse apontando um objeto enorme, parecido com um barco, que jazia no centro do aposento. — É meu tesouro. — Alan rodeou o objeto com curiosidade.
— O que é isso? — Disse tocando na superfície de metal.
— É o veículo que vai nos tirar daqui. — Falou com simplicidade. — É uma nave. Ela não é como a que trouxe minha família até aqui, mas pode voar bem alto e rápido. Meu pai utilizou parte do que sobrou do nosso veículo para construí-la. Como ela é menor e gasta menos energia, o estoque de baterias que trouxemos do meu mundo pode durar por décadas. Desculpem... Vocês não estão entendendo nada, não é? — Alan tinha um olhar curioso e Marina estava com a boca abertas. — Quando meu pai a construiu, acho que pensava em fugir do reino, talvez cruzar o oceano. Vocês chamam de “Grande Mar”, não é? Mas ele se foi antes de poder fazer isso... — Suspirou. — Passo boa parte das minhas noites aqui, trabalhando e estudando. — Estava explicado o porquê da aparência doentia do rapaz. — Eu tinha que estar pronto para partir e aprender o máximo de coisas possíveis até então. — Ninguém entendeu muita coisa do que ele disse, e Alan interrompeu curioso:
— Meu amigo, como este... este... este “barco”, vai nos tirar daqui?
— Voando! Pelos ares como um pássaro e mais rápido do que vocês jamais sonharam. — Disse eufórico. — Ah, mas eu já tinha dito isso, não é? Você quer que eu explique... por onde eu começo... — Ficou parado olhando para a nave.
— Isso é loucura. Definitivamente... — Marina sussurrou para Elaine e Haroldo ouviu.
— Não é, não! — Ele tocou a superfície perto do que parecia ser uma porta, fazendo com que parte dela se erguesse deixando à mostra um painel de controle. O rapaz apertou alguns botões e a porta se abriu e uma voz, uma voz de mulher, o saudou:
— Olá, querido, boa tarde! — Marina e Alan se assustaram, mas Elaine simplesmente explicou:
— É Safira o comp... Como é mesmo, Haroldo?
— É o computador da nave. Isso não é mágica, é ciência. Essa voz, na verdade, procede de uma máquina construída por meu pai, seu timbre, sua intensidade, sua presença ou ausência pode ser programada por mim. — Tanto Alan como Marina ficaram na mesma, ainda ia demorar um pouco para que Haroldo pudesse aprender a traduzir melhor seus pensamentos e conhecimentos.
— Esta é uma forma muito fria de se referir a uma amiga, querido. — A nave reclamou.
— Claro, bem, como nada é perfeito, eu devo ter feito alguma coisa de errado e Safira pensa que é um ser humano. — Disse sorrindo, afinal estava com um humor maravilhoso. Poder mostrar aquilo tudo lhe dava enorme prazer. — Entrem. Não tenha medo, Marina. Entre. — Marina quase lhe perguntou quem lhe havia dado a permissão de chamá-la pelo nome, mas decidiu deixar pra lá. — Aqui dentro há lugar para todos nós, inclusive Alda e o Príncipe Guilherme. Tenho tudo pronto para esta noite basta que estejam aqui. — Explicou plenamente satisfeito da sua engenhosidade.
— Mas estamos sob a terra! — Alan exclamou. — Como...
— É um mero detalhe, mas se eu explicar agora perde a graça. — Alan suspirou frente o comentário.
— Quando partiremos então? — Perguntou Elaine.
— Durante o baile. — Alan falou. — Estarão todos tão ocupados que não irão notar nossa ausência. Ou não irão notar em tempo de nos impedir de partir.
— Então Elaine e eu estaremos a postos, para quando vierem. — Depois notando o medo nos olhos de Marina: — Você virá não é?
— Claro, claro que... — Respirou fundo. — Claro que sim.
— Pode ter certeza que ela virá. Nem que eu tenha de arrastar sua Alteza até aqui. — Alan ameaçou.
— Por que tem que ser sempre tão grosseiro comigo? Saiba que não estou acostumada a ser tratada desta forma tão rude. — Falou com indignação e Alan debochou.
— Creio que se tivessem lhe tratado como você merece, não seria tão mimada e irritante!
Marina ia replicar, mas Elaine interveio:
— Acho que não podemos perder tempo discutindo. — Era a voz da razão. — Tenho que voltar para as cozinhas, podem desconfiar de minha ausência e da de vocês, também.
— Corretíssimo. Vamos sair daqui. — Haroldo falou, subindo a escada e abrindo de novo o alçapão. — Até daqui a pouco, Safira. Esteja pronta.
— Como sempre, querido.
Chegando no estábulo, primeiro Elaine saiu, depois Marina e, por fim Alan que ao virar em direção à capela deu de cara com Sir Richard.
— Parece que nossos caminhos sempre se cruzam, jovem De Brier. — Falou com ironia, pois sabia exatamente da onde ele vinha e, depois do torneio, se sentia com um humor excelente.
— Acredito que seja o destino. Boas tardes, Sir Richard. — Cumprimentou e passou direto, sem muita cortesia e o outro simplesmente abriu-lhe caminho. “Jovem tolo, tão logo consiga a espada, eu terei seu sangue em minhas mãos, como tive o de seu pai!”, pensou com um brilho maligno nos olhos.
— Alan, eu precisava vir. — Falou esbaforida. — Sua Majestade o considera perigoso! A Rainha vai mandá-lo para o exílio. — Elaine lançou um olhar aterrorizado para seu irmão. — Você precisa fugir. — Disse segurando-o pelos dois braços e ele se desvencilhou rapidamente, afastando-a.
— É o que pretendemos fazer esta noite, se bem se recorda. — Falou levemente irônico.
— Eu vou com vocês. — Falou.
— Vai conosco!? — Haroldo se espantou. — O que aconteceu?
— Nada aconteceu. — Respirou e ficou bem ereta. — Simplesmente decidi ir com vocês. — Tentou parecer firme e decidida. — Creio que preciso conversar com a Rainha das Fadas e entender melhor essa história... Se não gostar, eu volto.
— Vai conosco e se não gostar volta? — Alan balançou a cabeça. — Você não tem nenhum juízo, tem?
— Claro que tenho. — Ela respondeu ofendida. — Como falei, eu quero conversar com a Rainha das Fadas. Além disso, sou a princesa. — Os três olhavam para ela, Alan, perplexo; Elaine, com alguma simpatia; Haroldo, achando que tudo seria engraçado se suas vidas não estivessem em risco. — Se for tudo um equívoco, eu retornarei e vocês estarão livres para irem onde quiserem.
— E se formos os monstros mentirosos que você imaginou? Já pensou nisso? Pode ser tudo um plano para matá-la ou pior... E o que você faria então? — Alan comentou com humor e até ensaiou um sorriso. — A partir do momento que iniciarmos a missão, Alteza, seremos considerarmos traidores. Nossas vidas não valerão mais nada!
— O que no seu caso não será muito diferente da situação em que me encontra atualmente, não é? — Haroldo comentou e Alan deu de ombros. — Aliás, este é meu caso também.
— Se for mentira, vocês terão que se ver com a Rainha, pois com certeza, ela irá pensar que me levaram à força, não é mesmo? — Falou achando que iria aborrecer Alan, mas o rapaz soltou uma sonora gargalhada.
— Você é a pessoa, mas idiota que já conheci, sabia?
Marina sentiu-se ofendida e humilhada e Haroldo, percebendo o que estava acontecendo, começou a falar para que ele parasse de rir e prestasse atenção:
— Muito engenhoso, Princesa. Certamente seria mais fácil convencer a Rainha e quem mais interessasse de que a seqüestramos. — Fez pausa. — Mas eu tenho algo para mostrar a vocês dois. Elaine sabe o que é. Venham comigo.
— Para aonde? — Perguntou Alan.
— É segredo... Ou era, até agora. — E Haroldo deu uma piscadela.
XXX
Foram os quatro se esgueirando de cocheira em cocheira, ou melhor, tentando. Marina nunca fizera essas coisas e estava com medo e nervosa. Alan não sabia se Haroldo era confiável. Já Elaine, conhecia o caminho e conhecia Haroldo. Estava tranqüila. Por fim chegaram a um estábulo abandonado. O lugar estava em péssimo estado e não havia ninguém em volta. Haroldo abriu a posta com cuidado e entrou com Elaine nos seus calcanhares. Já Marina ficou parada:— Sua Alteza primeiro. — Alan disse com uma mesura seca. — Agora que veio tem que entrar.
Marina entrou, mas havia tanta poeira que ela começou a tossir.
— Você não costuma limpar isso aqui?
— Se eu limpar, deixa de parecer um lugar abandonado. — Haroldo disse. Ele foi até o centro do aposento e pegou uma chave que estava pendurada em seu pescoço. — Foi meu pai quem construiu esse lugar, e o único que sabe de sua existência, sou eu mesmo e Elaine.
— Você costuma trazer minha irmã para lugares como este? — Alan perguntou em um tom de poucos amigos.
— Não meu irmão, eu venho com meus próprios pés. Mas este não é o pior lugar aonde tenho que ir. Haroldo é meu amigo e ninguém me respeita mais do que ele. — Elaine falou com voz pausada e tranqüila. Alan corou um pouco e Marina ficou impressionada porque ele não respondeu. Elaine não se parecia fisicamente com sua mãe, mas nesse momento Alan a viu ali e isso o assustou.
— Me desculpe, eu não deveria pensar mal de seu amigo.
Haroldo ergueu uma das suas sobrancelhas. Obviamente, Alan não conhecia Elaine. Ela não era uma tola. Haroldo abaixou-se e abriu o alçapão.
— Eu não posso acender lamparinas aqui. Tenham cuidado com o degrau. — Foi só ele falar e Marina escorregou, iria cair escada abaixo se não fosse amparada rapidamente por Alan.
— Deve ter mais cuidado. — Disse isso e a soltou rapidamente, embora ela desejasse que ela não o fizesse. — Estou começando a achar que você faz estas coisas de propósito, sabia?
— O que? — Ela perguntou rápido.
— Sorte sua eu estar aqui. — Ele disse virando o rosto.
— Está escuro, eu não estou acostumada a lugares como estes, como deve bem saber. — Marina falou para dissipar seu constrangimento.
Cegaram diante de uma porta. Havia um painel como feito de vidro. Haroldo tocou-o com sua mão e a porta abriu como se por efeito de magia. Alan e Marina ficaram assustados.
— Luz! — Haroldo ordenou depois de fechada a porta e o aposento se iluminou como por mágica. — É aqui que venho sempre que posso. — Disse apontando um objeto enorme, parecido com um barco, que jazia no centro do aposento. — É meu tesouro. — Alan rodeou o objeto com curiosidade.
— O que é isso? — Disse tocando na superfície de metal.
— É o veículo que vai nos tirar daqui. — Falou com simplicidade. — É uma nave. Ela não é como a que trouxe minha família até aqui, mas pode voar bem alto e rápido. Meu pai utilizou parte do que sobrou do nosso veículo para construí-la. Como ela é menor e gasta menos energia, o estoque de baterias que trouxemos do meu mundo pode durar por décadas. Desculpem... Vocês não estão entendendo nada, não é? — Alan tinha um olhar curioso e Marina estava com a boca abertas. — Quando meu pai a construiu, acho que pensava em fugir do reino, talvez cruzar o oceano. Vocês chamam de “Grande Mar”, não é? Mas ele se foi antes de poder fazer isso... — Suspirou. — Passo boa parte das minhas noites aqui, trabalhando e estudando. — Estava explicado o porquê da aparência doentia do rapaz. — Eu tinha que estar pronto para partir e aprender o máximo de coisas possíveis até então. — Ninguém entendeu muita coisa do que ele disse, e Alan interrompeu curioso:
— Meu amigo, como este... este... este “barco”, vai nos tirar daqui?
— Voando! Pelos ares como um pássaro e mais rápido do que vocês jamais sonharam. — Disse eufórico. — Ah, mas eu já tinha dito isso, não é? Você quer que eu explique... por onde eu começo... — Ficou parado olhando para a nave.
— Isso é loucura. Definitivamente... — Marina sussurrou para Elaine e Haroldo ouviu.
— Não é, não! — Ele tocou a superfície perto do que parecia ser uma porta, fazendo com que parte dela se erguesse deixando à mostra um painel de controle. O rapaz apertou alguns botões e a porta se abriu e uma voz, uma voz de mulher, o saudou:
— Olá, querido, boa tarde! — Marina e Alan se assustaram, mas Elaine simplesmente explicou:
— É Safira o comp... Como é mesmo, Haroldo?
— É o computador da nave. Isso não é mágica, é ciência. Essa voz, na verdade, procede de uma máquina construída por meu pai, seu timbre, sua intensidade, sua presença ou ausência pode ser programada por mim. — Tanto Alan como Marina ficaram na mesma, ainda ia demorar um pouco para que Haroldo pudesse aprender a traduzir melhor seus pensamentos e conhecimentos.
— Esta é uma forma muito fria de se referir a uma amiga, querido. — A nave reclamou.
— Claro, bem, como nada é perfeito, eu devo ter feito alguma coisa de errado e Safira pensa que é um ser humano. — Disse sorrindo, afinal estava com um humor maravilhoso. Poder mostrar aquilo tudo lhe dava enorme prazer. — Entrem. Não tenha medo, Marina. Entre. — Marina quase lhe perguntou quem lhe havia dado a permissão de chamá-la pelo nome, mas decidiu deixar pra lá. — Aqui dentro há lugar para todos nós, inclusive Alda e o Príncipe Guilherme. Tenho tudo pronto para esta noite basta que estejam aqui. — Explicou plenamente satisfeito da sua engenhosidade.
— Mas estamos sob a terra! — Alan exclamou. — Como...
— É um mero detalhe, mas se eu explicar agora perde a graça. — Alan suspirou frente o comentário.
— Quando partiremos então? — Perguntou Elaine.
— Durante o baile. — Alan falou. — Estarão todos tão ocupados que não irão notar nossa ausência. Ou não irão notar em tempo de nos impedir de partir.
— Então Elaine e eu estaremos a postos, para quando vierem. — Depois notando o medo nos olhos de Marina: — Você virá não é?
— Claro, claro que... — Respirou fundo. — Claro que sim.
— Pode ter certeza que ela virá. Nem que eu tenha de arrastar sua Alteza até aqui. — Alan ameaçou.
— Por que tem que ser sempre tão grosseiro comigo? Saiba que não estou acostumada a ser tratada desta forma tão rude. — Falou com indignação e Alan debochou.
— Creio que se tivessem lhe tratado como você merece, não seria tão mimada e irritante!
Marina ia replicar, mas Elaine interveio:
— Acho que não podemos perder tempo discutindo. — Era a voz da razão. — Tenho que voltar para as cozinhas, podem desconfiar de minha ausência e da de vocês, também.
— Corretíssimo. Vamos sair daqui. — Haroldo falou, subindo a escada e abrindo de novo o alçapão. — Até daqui a pouco, Safira. Esteja pronta.
— Como sempre, querido.
Chegando no estábulo, primeiro Elaine saiu, depois Marina e, por fim Alan que ao virar em direção à capela deu de cara com Sir Richard.
— Parece que nossos caminhos sempre se cruzam, jovem De Brier. — Falou com ironia, pois sabia exatamente da onde ele vinha e, depois do torneio, se sentia com um humor excelente.
— Acredito que seja o destino. Boas tardes, Sir Richard. — Cumprimentou e passou direto, sem muita cortesia e o outro simplesmente abriu-lhe caminho. “Jovem tolo, tão logo consiga a espada, eu terei seu sangue em minhas mãos, como tive o de seu pai!”, pensou com um brilho maligno nos olhos.
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