A antologia japonesa Shonen Book, da Shueisha, hoje não existe mais – mas em seu tempo, ela foi palco para grandes autores dos mangás. Nela, Osamu Tezuka criou séries como “Big X”, “Flying Guben”, “Vampire e Lucky Adventure-Ken” entre outros; Shotaro Ishinomori, o criador de “Cyborg 009”, publicava séries como “Zero Zero Shirei” e “George George”; mas um dos nomes mais associados com a história editorial da publicação foi Tatsuo Yoshida. Enquanto os grandes autores acabaram produzindo obras menores de suas carreiras nessa revista, a contribuição de Yoshida com a Book sempre gerou verdadeiros clássicos que de alguma forma ou de outra acabaram sendo conhecidos por nós, Brasileiros: de Junho de 1964 a Maio de 1966, Yoshida produziu "Ás do Espaço", exibido por aqui na época da televisão em preto e branco; de Janeiro de 1962 a Março de 1963, a Book publicou "O Judoca" (“Judo Boy”), exibido em nossa televisão pela Rede Record no começo dos anos oitenta. Mas o seu maior sucesso, definitivamente, foi publicado entre Junho de 1966 e Maio de 1968: a legendária série Speed Racer.(...)
A série até hoje é muito popular e teve inúmeros remakes (como o animê “Speed Racer X” ou o mangá infantil “Mach GOGOGO!” de Toshio Tanigami em 1997), além de inúmeras versões em quadrinhos – inclusive, o Brasil chegou a publicar nos anos setenta, via Editora Abril, um quadrinho mexicano de Speed Racer. A Abril chegaria a publicar novamente aventuras do personagem durante a breve fase em que a franquia esteve nas mãos do selo Wildstorm, da DC Comics – notadamente a boa minissérie em três partes com arte e roteiro de Tommy Yune. Mas só tivemos um gostinho do mangá quando a Conrad publicou três aventuras esparsas do personagem em uma edição fechada, baseada em uma edição similar da Wildstorm nos Estados Unidos. Isso foi o mais próximo de contato que tivemos do mangá original... até agora.
A NewPOP orgulhosamente apresenta Speed Racer em EDIÇÃO DEFINITIVA – com todas as páginas a cores presentes na sua publicação regular de 1966. O mangá será publicado em dois volumes – e mais detalhes sobre formato e acabamento virão em breve.
É mais um mangá clássico que chega ao Brasil e no formato certo, isto é, além de não ser espelhado, vai direto para as livrarias. Espero que a distribuição seja regular e os fãs consigam encontrar o material para comprar.
2 pessoas comentaram:
Vou dizer sinceramente o que achei desta notícia, Valeria!
Primeiro eu fiquei super empolgado em saber que finalmente Speed Racer seria publicado integralmente no Brasil. Ja tava mais do que na hora desse classico ter a merecida atenção.
Mas esa história de que ele vai ser publicado em Edição Definitiva, direto para as livrarias, ESFRIOU DEMAIS MEUS ÂNIMOS! Poxa, quantas vezes eu, você e milhares de leitores esperaram a chegada de um mangá classico e com apelo popular e, quando lançam, lançam em um formato com preço alto?!! Sim pois esse mangá certamente não custará menos de 19,90 por volume!
Parece até que a NewPOP tá querendo virar uma Conrad Editora! Por que é que tem que ser desse jeito? E até quando?
Jáder, vou ser muito franca em relação a este assunto. Eu já falei com o Júnior que tenho cá minhas dúvidas se a escolha foi boa, mas a editora acredita que foi, então, eu, que nada tenho a ver com essas seleções, só tenho que ficar olhando mesmo.
Agora, quando o assunto é mangá clássico, eu não vejo possibilidade alguma de lançá-los em banca. Speed Racer tem que ir para a livraria mesmo. Longa exposição, ser colocado perto dos DVDs do anime e do filme. Na banca ele teria o mesmo efeito de A Princesa e o Cavaleiro. Lembra?
Tezuka só deu certo na livraria. O público para os clássicos não é o mesmo público que compra os mangás na banca, ou, pelo menos, não em sua maioria.
É esta a minha percepção. Pode ser um erro trazer Speed Racer, mas não é um erro colocá-lo na livraria. Espero e torço pelo sucesso, para que outros clássicos venham. E, cim, não vejo chance alguma de vendagens decentes para A Rosa de Versalhes em banca de jornal.
É triste? É excludente? Sim, é. Mas eu não confio na maioria dos sujeitos que dizem "Eu vou comprar!", e deconfio, sim, do bom gosto da maioria dos fãs de anime e mangá deste país.
É isso.
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