quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mais um livro sobre o Takarazuka



Em janeiro conheci pessoalmente a Anunciatta, uma professora e museóloga que morou no Japão e é fã do Teatro Takarazuka. Ela me mostrou um livro novo e eu achei que valia a pena correr atrás dele. Depois de sondar a Livraria Cultura e eles quererem me cobrar os olhos da cara, recorri ao mercado de sebos do Amazon. O livro foi postado no dia 08 e acaou de chegar. O nome é Gender Gymnastics: Performing and Consuming Japan's Takarazuka Revue (*Algo como: Ginástica de Gênero: Desempenhando e Consuindo o Takarazuka Revue do Japão*). O autor é um australiano e trabalhou como professor de inglês e canto no Takarazuka. De volta ao seu país, o material que ecolheu serviu para fazer a sua tese de doutorado. Parece ser um material muito bom, mas preciso ler. Eu já tinha um livro sobre o Takarazuka, chamado Takarazuka: Sexual Politics and Popular Culture in Modern Japan que já tem mais de dez anos. Ese último é de 2008, ou seja, novinho.

Engraçado é qu conhecia a Anunciatta, porque ela leu meu blog e me escreveu. Depois descobri que ela conheceu a minha amiga Natania no Fazendo Gênero em Florianópolis. Aquele que perdi por causa da folia da tese. Ela trabalha com ficção científica escrita por mulheres e gênero. Enfim, esse mundinho é muito pequeno. Para quem não sabe o que é o Takarazuka, tem este texto antigo que eu fiz. Depois posso postar algum mais recente que está nos arquivos do meu computador (*ele está passando por reformatação*).

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Ficção científica escrita por mulheres? Espero que ela seja fã de Marion Zimmer Bradley e da série de ficção científica medieval Darkover.

Da série Darkover eu recomendaria A corrente partida (The shattered chain) para você. Trata da história de uma mulher que foi sequestrada quando jovem para dar filhos com poderes telepáticos ao seu captor/marido, um bandido que vive em uma região de Darkover em que as mulheres vivem acorrentadas.

É interessante porque trata das correntes (inclusive as invisiveis e que são bastante reais), tem amazonas(ou irmandade da espada) que rompem com a sociedade patriarcal e extremamente machista aonde vivem e porque a Marion é uma autora fascinante que trata de temas como liberdade, feminismo, preconceito entre outros de maneira clara, rápida, divertida e interessante.

É uma história fechada e quem gostou ainda pode ler as duas sequencias que são totalmente independentes.

Conversei com ela e ela não falou da Marion Zimmer. Aliás, se eu estivesse trabalhando com este tema, buscaria outras autoras. O trabalho que a Anunciata apresentou no Fazendo Gênero VIII foi este aqui: "Gênero, Maternagem e Poder: Variações na ficção científica de Atwood e Butler
Anunciata Sawada, Ildney Cavalcanti, Lucia de La Rocque (COC/Fiocruz / UFAL / COC/Fiocruz)


Os conceitos de maternidade e maternagem têm sido debatidos, tanto no campo das Ciências Humanas, quanto no das Ciências Biomédicas sob múltiplos pontos de vista; um outro aspecto que vem ganhando força é a análise desses conceitos sob a ótica da discussão que envolve Natureza e Cultura, trazendo em seu bojo uma inevitável polêmica, tendo em vista as diversas interpretações com que os campos de estudos marcam esta dualidade. Todo esse embate ganha fôlego a partir do surgimento das novas tecnologias reprodutivas (NTRs), cujo desenvolvimento tem suscitado um aprofundamento sobre questões relativas aos conceitos em foco.Como representação das relações entre o ser humano e a ciência/tecnologia, a ficção científica (FC) tem abordado o tema em utopias e distopias, principalmente no âmbito da escrita feminista. No presente trabalho, é nosso objetivo tratar de duas obras de FC, o romance The Handmaid's Tale (em português, O Conto da Aia), de 1985, da escritora canadense Margaret Atwood, e o conto "Bloodchild" (sem tradução para o português), de 1987, da autora afro-americana Octavia Butler, enfocando principalmente os conceitos de maternidade e maternagem. Ambas as obras lidam com fatos que podem ser associados a questões latentes na atualidade, como as NTRs, cujas pontuações estão impregnadas pelo frágil equilíbrio de poder na relação entre os gêneros."

Está on line: http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST58/Sawada-Cavalcanti-Rocque_58.pdf

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