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Ventos de Mudança
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 7)
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 7)
— Alan, cuide dos cavalos e depois venha até meus aposentos. — De Sayers ordenou. Percebendo a cara de “Não sei onde são” do rapaz, De Sayers acrescentou. — Informe-se, sei que é capaz de se virar sozinho. — Fez pausa. — Nesse meio tempo mantenha-se longe de confusões. — Disse afastando-se junto com Flora que lançou um olhar lamentoso para ele, pois Alan deveria ficar hospedado nos dormitórios coletivos destinados aos rapazes solteiros.
— Pare onde está, mocinha. Creio que já se excedeu por hoje. — Ordenou o Marquês De Mülle para sua filha Alda. — Erik cuidará dos cavalos, você vem comigo. Precisamos conversar. — A moça suspirou e obedeceu sem nenhuma palavra, seguindo seu pai para os aposentos que lhes foram designados. — Erik, cuide de tudo.
Alan seguiu para as cocheiras, junto com os cavalariços do Conde, procurando um lugar para alojar os cavalos. Como todos os espaços estavam ocupados teve certa dificuldade, pois não conseguia achar um responsável. “Raios! Nunca vi lugar tão desorganizado!” De repente, ouviu uma voz conhecida.
— Alan! — Era Konrad. Seu amigo, Konrad! Só que ele estava bem diferente do menino que vira partir anos antes, diferente como ele próprio deveria estar aos olhos do companheiro de infância.
— Pensei que não chegaria tão cedo! — Alan fez menção de abraçá-lo, mas o outro o afastou com um olhar e continuou com uma voz controlada, treinada e distante. — Onde está meu pai?
— Em seus aposentos. Mas por que tanta frieza, meu amigo? — Ele notou que o outro ficou um pouco perturbado e desviou seus olhos cristalinos.
— Não se trata de frieza, mas, sim, de previdência. — Falou sem tirar os olhos de Alan. — Serei armado cavaleiro amanhã, não posso ser visto abraçando em público o filho de um traidor. — Falou baixo e Alan sentiu os músculos do seu rosto contraírem involuntariamente, seus olhos também encheram-se de lágrimas, mas ele não chorou. — Espero que compreenda.
— Faça-se sua vontade. Com sua licença, tenho trabalho a fazer. — Disse afastando-se, ainda em busca de um responsável, e deixando Konrad plantado, cuja face tranqüila dissimulava o que sentia, mas, dentro de seu coração lamentava cada palavra que dissera ao amigo.
— Você é Alan? Alan De Brier? — Perguntou, em voz baixa, um rapaz que o seguia.
— Eu o conheço? — Alan perguntou mal humorado.
— Bom, creio que não, ou melhor, nós costumávamos subir em árvores faz uns dez anos atrás, ou quase. Vê esta cicatriz? — Disse abaixando a cabeça e apontando. — Foi bem feio o tombo. Você teve me carregou... Mas não importa... — O rapaz falou de forma atropelada e desconexa e Alan ficou olhando para ele. — Eu sou Haroldo e tenho um recado de sua irmã.
Os olhos de Alan se iluminaram e ele parou, encarando o rapaz: — O que você disse?
— Venha comigo, afinal você precisa guardar os cavalos e esta é minha função por aqui, ao que parece. — Disse tomando as rédeas do cavalo das mãos de Alan — Sabe de uma coisa? Odeio cavalos!
— Pare onde está, mocinha. Creio que já se excedeu por hoje. — Ordenou o Marquês De Mülle para sua filha Alda. — Erik cuidará dos cavalos, você vem comigo. Precisamos conversar. — A moça suspirou e obedeceu sem nenhuma palavra, seguindo seu pai para os aposentos que lhes foram designados. — Erik, cuide de tudo.
Alan seguiu para as cocheiras, junto com os cavalariços do Conde, procurando um lugar para alojar os cavalos. Como todos os espaços estavam ocupados teve certa dificuldade, pois não conseguia achar um responsável. “Raios! Nunca vi lugar tão desorganizado!” De repente, ouviu uma voz conhecida.
— Alan! — Era Konrad. Seu amigo, Konrad! Só que ele estava bem diferente do menino que vira partir anos antes, diferente como ele próprio deveria estar aos olhos do companheiro de infância.
— Pensei que não chegaria tão cedo! — Alan fez menção de abraçá-lo, mas o outro o afastou com um olhar e continuou com uma voz controlada, treinada e distante. — Onde está meu pai?
— Em seus aposentos. Mas por que tanta frieza, meu amigo? — Ele notou que o outro ficou um pouco perturbado e desviou seus olhos cristalinos.
— Não se trata de frieza, mas, sim, de previdência. — Falou sem tirar os olhos de Alan. — Serei armado cavaleiro amanhã, não posso ser visto abraçando em público o filho de um traidor. — Falou baixo e Alan sentiu os músculos do seu rosto contraírem involuntariamente, seus olhos também encheram-se de lágrimas, mas ele não chorou. — Espero que compreenda.
— Faça-se sua vontade. Com sua licença, tenho trabalho a fazer. — Disse afastando-se, ainda em busca de um responsável, e deixando Konrad plantado, cuja face tranqüila dissimulava o que sentia, mas, dentro de seu coração lamentava cada palavra que dissera ao amigo.
— Você é Alan? Alan De Brier? — Perguntou, em voz baixa, um rapaz que o seguia.
— Eu o conheço? — Alan perguntou mal humorado.
— Bom, creio que não, ou melhor, nós costumávamos subir em árvores faz uns dez anos atrás, ou quase. Vê esta cicatriz? — Disse abaixando a cabeça e apontando. — Foi bem feio o tombo. Você teve me carregou... Mas não importa... — O rapaz falou de forma atropelada e desconexa e Alan ficou olhando para ele. — Eu sou Haroldo e tenho um recado de sua irmã.
Os olhos de Alan se iluminaram e ele parou, encarando o rapaz: — O que você disse?
— Venha comigo, afinal você precisa guardar os cavalos e esta é minha função por aqui, ao que parece. — Disse tomando as rédeas do cavalo das mãos de Alan — Sabe de uma coisa? Odeio cavalos!
XXX
Richard estava furioso, este sentimento lhe dava sede, muita sede. Todo seu corpo pedia para ser saciado. Neste estado, se ficasse vagando poderia atacar alguém, por isso, era melhor se recolher e refletir. Ao entrar em seus aposentos pisando duro, encontrou uma moça, de pé, esperando por ele.
— Quem é você? O que faz aqui? — Perguntou impaciente, tentando dissimular a ansiedade que sentia, seus olhos caindo sobre o pescoço da moça involuntariamente.
— A Rainha me mandou para que o servisse, Senhor. — Falou de olhos baixos, sem ousar encará-lo, pois apesar de recém chegada já havia sido avisada para não se aproximar de Sir Richard, embora ninguém dissesse o motivo, e quase desmaiou quando a Rainha disse que iria dar-lhe como criada. — Sua Majestade disse que aguardasse aqui. Que iria precisar de mim. — Fez pausa. — Que deseja que eu faça, Senhor?
Richard ficou encarando a moça fixamente, sabia bem o que ia em sua mente. Ela temia que ele a desejasse, era uma donzela e estava assustada. “Virgem tola, me interesso por você, mas, não, da forma como espera!”, pensou, pois o medo da moça fazia com que ficasse altamente estimulado. Rodeou a moça, como uma fera que espreita a presa indefesa, examinando-a com frieza, até que notou um detalhe que o fez engolir em seco e perder, por um segundo, sua presença de espírito. “Maldita, Dominique! Como esta camponesa é parecida com Elizabeth! Foi por isso que ela a enviou, para me compensar pela ofensa!” Sentiu-se invadir, de repente, por um misto de raiva, desejo e frustração.
— Erga seu rosto e solte os cabelos! — Ordenou, olhando fundo nos olhos da moça. A criada obedeceu, retirando a coifa que prendia seus cabelos, com as mãos trêmulas e imprecisas, deixando que uma cascata castanha lhe emoldurasse o rosto de adolescente. “Parece Elizabeth, mas não passa de um triste e pálido reflexo. É só uma camponesa assustada que sabe que sua vida ou sua morte depende da minha vontade. Minha Elizabeth, nem quando eu destruí sua Casa e tinha sua vida à minha mercê, tremeu diante de mim. Mesmo sabendo o que eu era, ela sempre se portou como se eu é que tivesse que temer a sua presença. Tive que destruí-la porque não consegui dominá-la. Mas é tolice esperar que qualquer uma se porte como ela, ainda mais esta reles camponesa.” Lembrar de Elizabeth abria velhas e dolorosas feridas em seu coração, tão dolorosas, que só o sangue inocente poderia aliviá-lo. — Retire o corpete! — Ordenou novamente e a moça tentou obedecer, só que terminou caindo em prantos. — Faça o que disse ou eu mesmo irei arrancá-lo. — Sabia que seus olhos já estavam alterados e que seus dentes se tinham projetado com a excitação que o terror da moça lhe inspirava. — Se é o que deseja... — “É um presente, pois bem... Estou com sede e ela irá me servir, por hora. Mas não será tão simples pagar aquela ofensa, Dominique.” A moça tremia cada vez mais e Richard se aproximando, arrancou-lhe o corpete, a pobre moça, pouco mais que uma menina, começou a chorar e seu terror alimentou ainda mais sua luxúria sanguinária. Ele a agarrou com violência, torcendo seu braço, descarregando sobre a moça a raiva que sentia.
— Não, por favor, Senhor! — Suplicou. — Isso dói!
— Bom saber disso, menina. Garanto que farei com que seja ainda mais doloroso!
Primeiro mordeu-lhe um dos pulsos, depois os seios e ela gritou de dor, poderia sugá-la sem que a fizesse sofrer, ou poderia mesmo fazer com que sentisse algum prazer enquanto lhe tirava a vida, só que estava furioso e precisava descontar em alguém.
— Óh, Senhor, piedade. — A menina pedia em vão. — Farei tudo o que quiser, tudo o que quiser, mas não me mate! O que eu fiz para que me odeie?
Suas súplicas e gemidos fizeram com que Richard perdesse absolutamente o controle, desprezava os fracos e, principalmente, via em toda a mulher que torturava a viva imagem daquela que o desprezara. Forçou seu pescoço para o lado, com violência, e cravou seus dentes na jugular saliente, sugando seu sangue e sua vida, prolongando o mais que podia o sofrimento da moça e deixando-a se debater em seus braços em agonia. Depois atirou seu corpo, agora, uma simples casca vazia, sobre o chão frio e duro. “Está feito. Mas ainda preciso de mais, preciso de mais ...” Voou pela janela, iria para os campos em busca de outros corpos jovens para aplacar sua ira e sua sede, fazendo com que naquela noite algumas famílias camponesas estivessem de luto e a lenda do “Demônio dos Olhos de Luz” se espalhasse ainda mais.
— Quem é você? O que faz aqui? — Perguntou impaciente, tentando dissimular a ansiedade que sentia, seus olhos caindo sobre o pescoço da moça involuntariamente.
— A Rainha me mandou para que o servisse, Senhor. — Falou de olhos baixos, sem ousar encará-lo, pois apesar de recém chegada já havia sido avisada para não se aproximar de Sir Richard, embora ninguém dissesse o motivo, e quase desmaiou quando a Rainha disse que iria dar-lhe como criada. — Sua Majestade disse que aguardasse aqui. Que iria precisar de mim. — Fez pausa. — Que deseja que eu faça, Senhor?
Richard ficou encarando a moça fixamente, sabia bem o que ia em sua mente. Ela temia que ele a desejasse, era uma donzela e estava assustada. “Virgem tola, me interesso por você, mas, não, da forma como espera!”, pensou, pois o medo da moça fazia com que ficasse altamente estimulado. Rodeou a moça, como uma fera que espreita a presa indefesa, examinando-a com frieza, até que notou um detalhe que o fez engolir em seco e perder, por um segundo, sua presença de espírito. “Maldita, Dominique! Como esta camponesa é parecida com Elizabeth! Foi por isso que ela a enviou, para me compensar pela ofensa!” Sentiu-se invadir, de repente, por um misto de raiva, desejo e frustração.
— Erga seu rosto e solte os cabelos! — Ordenou, olhando fundo nos olhos da moça. A criada obedeceu, retirando a coifa que prendia seus cabelos, com as mãos trêmulas e imprecisas, deixando que uma cascata castanha lhe emoldurasse o rosto de adolescente. “Parece Elizabeth, mas não passa de um triste e pálido reflexo. É só uma camponesa assustada que sabe que sua vida ou sua morte depende da minha vontade. Minha Elizabeth, nem quando eu destruí sua Casa e tinha sua vida à minha mercê, tremeu diante de mim. Mesmo sabendo o que eu era, ela sempre se portou como se eu é que tivesse que temer a sua presença. Tive que destruí-la porque não consegui dominá-la. Mas é tolice esperar que qualquer uma se porte como ela, ainda mais esta reles camponesa.” Lembrar de Elizabeth abria velhas e dolorosas feridas em seu coração, tão dolorosas, que só o sangue inocente poderia aliviá-lo. — Retire o corpete! — Ordenou novamente e a moça tentou obedecer, só que terminou caindo em prantos. — Faça o que disse ou eu mesmo irei arrancá-lo. — Sabia que seus olhos já estavam alterados e que seus dentes se tinham projetado com a excitação que o terror da moça lhe inspirava. — Se é o que deseja... — “É um presente, pois bem... Estou com sede e ela irá me servir, por hora. Mas não será tão simples pagar aquela ofensa, Dominique.” A moça tremia cada vez mais e Richard se aproximando, arrancou-lhe o corpete, a pobre moça, pouco mais que uma menina, começou a chorar e seu terror alimentou ainda mais sua luxúria sanguinária. Ele a agarrou com violência, torcendo seu braço, descarregando sobre a moça a raiva que sentia.
— Não, por favor, Senhor! — Suplicou. — Isso dói!
— Bom saber disso, menina. Garanto que farei com que seja ainda mais doloroso!
Primeiro mordeu-lhe um dos pulsos, depois os seios e ela gritou de dor, poderia sugá-la sem que a fizesse sofrer, ou poderia mesmo fazer com que sentisse algum prazer enquanto lhe tirava a vida, só que estava furioso e precisava descontar em alguém.
— Óh, Senhor, piedade. — A menina pedia em vão. — Farei tudo o que quiser, tudo o que quiser, mas não me mate! O que eu fiz para que me odeie?
Suas súplicas e gemidos fizeram com que Richard perdesse absolutamente o controle, desprezava os fracos e, principalmente, via em toda a mulher que torturava a viva imagem daquela que o desprezara. Forçou seu pescoço para o lado, com violência, e cravou seus dentes na jugular saliente, sugando seu sangue e sua vida, prolongando o mais que podia o sofrimento da moça e deixando-a se debater em seus braços em agonia. Depois atirou seu corpo, agora, uma simples casca vazia, sobre o chão frio e duro. “Está feito. Mas ainda preciso de mais, preciso de mais ...” Voou pela janela, iria para os campos em busca de outros corpos jovens para aplacar sua ira e sua sede, fazendo com que naquela noite algumas famílias camponesas estivessem de luto e a lenda do “Demônio dos Olhos de Luz” se espalhasse ainda mais.
XXX
Tão logo descobriu onde estava seu pai, Konrad foi ao seu encontro. Sabia que não teria muito tempo e que precisava se preparar para a cerimônia, mas faria o possível para esticar seu tempo. No entanto, ao entrar no aposento seus olhos caíram primeiro sobre Flora, que se atirou nos seus braços sem a mínima cerimônia.
— Konrad, Konrad! Quanta saudade eu tive de você, meu primo! — Ela o cobriu de beijos e o rapaz, entre extasiado e sem-graça, retribuiu o abraço com intensidade, seu coração palpitando de alegria. Estava inebriado pelo cheiro doce que a moça exalava.
— Flora, eu também só pensava no momento em que ia rever você. Mas me deixe vê-la melhor. — Ela o largou e ele segurou as duas mãos da moça. — Como você cresceu! — Ela sabia que era exagero, afinal, continuava sendo pequena e seria sempre uma mulher miúda, ainda mais ao lado de Konrad. — E está tão linda, é quase um sonho!
— Meu filho, eu me congratulo com você. — Falou o Conde e Konrad soltou Flora e se lançou nos braços do pai. — Eu não poderia deixar de estar aqui em um momento tão importante.
Depois das saudações de praxe e confraternizações familiares, Konrad ficou sério e tocou em um assunto que lhe parecia penoso.
— Pai, acha que fez bem em trazer Alan até a Corte? — O Conde olhou fixo para o filho. — Não me entenda mal, Pai, mas ele é um De Brier e muitos odeiam sua família... Como amigo, eu temo por sua vida.
— Alan não pode ficar escondido nas montanhas por toda a vida, meu filho. Além disso, foi a própria Rainha quem exigiu sua presença.
— E isso não lhe preocupa? — Tateou nas palavras. — Digo isso porque Sir Richard, quer dizer, todos aqui, dizem coisas horríveis a respeito do Duque Estevão e todos por aqui o confirmam. Eu sei que eram amigos, Pai, mas ele é filho de um traidor, sua presença aqui pode comprometer o seu nome...
— E a sua gloriosa carreira, é isso que quer dizer, meu filho? — O Conde interrompeu irritado. — Deve ouvir menos o que Evilblood diz, Konrad, ou então guardar suas preocupações para si mesmo. Você é um De Sayers, ainda assim, sua honra e sua glória dependem menos do seu sangue do que do seu próprio caráter. — O rapaz ficou rubro de vergonha com este último comentário do pai e Flora se afastou o máximo que pode, fingindo olhar pela janela. — A própria Rainha me mandou uma mensagem, solicitando que Alan estivesse presente ao Grande Salão, hoje à noite. Eu sou fiel à Realeza, como bem sabe, e obedeci. — Para desanuviar a atmosfera o Conde mudou de assunto. — Ah, eu quase me esqueci, eu trouxe um presente, e gostaria que usasse amanhã. Está em nossa família há muitas gerações. — Pegou um pesado embrulho e o rapaz abriu, era uma armadura belíssima, só que ao invés de mostrar-se feliz, o rapaz empalideceu. — Mas o que há, por que esta cara?
— Pai, eu lamento... Já prometi a Sir Richard que usaria a armadura que me presenteou... — Gaguejou. — Eu realmente lamento!
— Prometeu a Evilblood! Ora, todos os De Sayers em sua sagração sempre usaram esta armadura. Você é meu filho único, se não o fizer, será um ultraje! — De Sayers estava furioso e enciumado. “Maldito, Evilblood! Ele está tirando meu filho de mim!”
— Calma, Tio. — Flora falou finalmente, com voz pausada e humilde. — Konrad não queria ofendê-lo. Ele não tinha como saber... — Seu olha para Konrad era uma súplica para que tentasse se retratar. — Não é verdade, primo?
— Realmente, não era minha intenção, meu pai. — A voz do rapaz, agora, assumiu um tom grave, adulto, sério e ele cruzou seus braços, seu rosto assumindo uma expressão de frieza e ponderação, muito semelhante a de Sir Richard. — Se soubesse com antecedência disso, meu pai, não prometeria nada a ninguém pois a prioridade é sua. Só que, nunca comentou comigo sobre isso, Pai. — “Claro que não, era uma surpresa!”, pensou o Conde. — Agora, conforme me ensinou, um De Sayers só tem uma palavra. Empenhei a minha com Sir Richard e se a traísse, aí, sim, estaria sendo indigno de seu nome. — Konrad tinha razão nisso, o Conde pensou a contragosto, mas o grande problema era usar a armadura dada por Evilblood, era isso que o ofendia. — Se me permite, agora, meu pai, devo me retirar, pois o tempo urge. — O Conde fez sinal, permitindo que saísse e Flora pediu:
— Tio, será que Konrad poderia me mostrar o Castelo?
— Se não houver impedimento, ou tenha prometido algo mais a Sir Richard... — Murmurou a última frase para si mesmo em um tom amargo.
— Não, não há impedimento. — O rapaz falou rápido, o sorriso retornando aos seus lábios. — Seria um prazer. Eu a trarei de volta, sã e salva. — Flora pegou o braço do rapaz e os dois se foram deixando um vinco de preocupação na testa do Conde, que não gostara nem um pouco da forma como seu filho olhara para Flora... nem um pouco...
— Konrad, Konrad! Quanta saudade eu tive de você, meu primo! — Ela o cobriu de beijos e o rapaz, entre extasiado e sem-graça, retribuiu o abraço com intensidade, seu coração palpitando de alegria. Estava inebriado pelo cheiro doce que a moça exalava.
— Flora, eu também só pensava no momento em que ia rever você. Mas me deixe vê-la melhor. — Ela o largou e ele segurou as duas mãos da moça. — Como você cresceu! — Ela sabia que era exagero, afinal, continuava sendo pequena e seria sempre uma mulher miúda, ainda mais ao lado de Konrad. — E está tão linda, é quase um sonho!
— Meu filho, eu me congratulo com você. — Falou o Conde e Konrad soltou Flora e se lançou nos braços do pai. — Eu não poderia deixar de estar aqui em um momento tão importante.
Depois das saudações de praxe e confraternizações familiares, Konrad ficou sério e tocou em um assunto que lhe parecia penoso.
— Pai, acha que fez bem em trazer Alan até a Corte? — O Conde olhou fixo para o filho. — Não me entenda mal, Pai, mas ele é um De Brier e muitos odeiam sua família... Como amigo, eu temo por sua vida.
— Alan não pode ficar escondido nas montanhas por toda a vida, meu filho. Além disso, foi a própria Rainha quem exigiu sua presença.
— E isso não lhe preocupa? — Tateou nas palavras. — Digo isso porque Sir Richard, quer dizer, todos aqui, dizem coisas horríveis a respeito do Duque Estevão e todos por aqui o confirmam. Eu sei que eram amigos, Pai, mas ele é filho de um traidor, sua presença aqui pode comprometer o seu nome...
— E a sua gloriosa carreira, é isso que quer dizer, meu filho? — O Conde interrompeu irritado. — Deve ouvir menos o que Evilblood diz, Konrad, ou então guardar suas preocupações para si mesmo. Você é um De Sayers, ainda assim, sua honra e sua glória dependem menos do seu sangue do que do seu próprio caráter. — O rapaz ficou rubro de vergonha com este último comentário do pai e Flora se afastou o máximo que pode, fingindo olhar pela janela. — A própria Rainha me mandou uma mensagem, solicitando que Alan estivesse presente ao Grande Salão, hoje à noite. Eu sou fiel à Realeza, como bem sabe, e obedeci. — Para desanuviar a atmosfera o Conde mudou de assunto. — Ah, eu quase me esqueci, eu trouxe um presente, e gostaria que usasse amanhã. Está em nossa família há muitas gerações. — Pegou um pesado embrulho e o rapaz abriu, era uma armadura belíssima, só que ao invés de mostrar-se feliz, o rapaz empalideceu. — Mas o que há, por que esta cara?
— Pai, eu lamento... Já prometi a Sir Richard que usaria a armadura que me presenteou... — Gaguejou. — Eu realmente lamento!
— Prometeu a Evilblood! Ora, todos os De Sayers em sua sagração sempre usaram esta armadura. Você é meu filho único, se não o fizer, será um ultraje! — De Sayers estava furioso e enciumado. “Maldito, Evilblood! Ele está tirando meu filho de mim!”
— Calma, Tio. — Flora falou finalmente, com voz pausada e humilde. — Konrad não queria ofendê-lo. Ele não tinha como saber... — Seu olha para Konrad era uma súplica para que tentasse se retratar. — Não é verdade, primo?
— Realmente, não era minha intenção, meu pai. — A voz do rapaz, agora, assumiu um tom grave, adulto, sério e ele cruzou seus braços, seu rosto assumindo uma expressão de frieza e ponderação, muito semelhante a de Sir Richard. — Se soubesse com antecedência disso, meu pai, não prometeria nada a ninguém pois a prioridade é sua. Só que, nunca comentou comigo sobre isso, Pai. — “Claro que não, era uma surpresa!”, pensou o Conde. — Agora, conforme me ensinou, um De Sayers só tem uma palavra. Empenhei a minha com Sir Richard e se a traísse, aí, sim, estaria sendo indigno de seu nome. — Konrad tinha razão nisso, o Conde pensou a contragosto, mas o grande problema era usar a armadura dada por Evilblood, era isso que o ofendia. — Se me permite, agora, meu pai, devo me retirar, pois o tempo urge. — O Conde fez sinal, permitindo que saísse e Flora pediu:
— Tio, será que Konrad poderia me mostrar o Castelo?
— Se não houver impedimento, ou tenha prometido algo mais a Sir Richard... — Murmurou a última frase para si mesmo em um tom amargo.
— Não, não há impedimento. — O rapaz falou rápido, o sorriso retornando aos seus lábios. — Seria um prazer. Eu a trarei de volta, sã e salva. — Flora pegou o braço do rapaz e os dois se foram deixando um vinco de preocupação na testa do Conde, que não gostara nem um pouco da forma como seu filho olhara para Flora... nem um pouco...
9 pessoas comentaram:
Bom, bom.
Estou gostando ^^
Obrigada, Anderson. Acho que você é o único que está aguentando ler. :D
Mas se quiser comentar alguma coisa, sem problema.
Não acho. Por experiencia eu sei que os numeros de comentarios raramente refletem os de leitura.
Não sou muito bom em resenhas, até pq não tenho experiencia em escrever assim, uma historia completa, escrevo coisas de RPG, mas elas são bem mais desorganizadas, por isso minha opinião não é "profissional", só digo mesmo se a historia me agrada ou não.
Por hora, oq vc escreve, apesar de simples (oq muitas vezes é algo positivo),esta agradando.
Estou lendo, apenas não estou comentando por ora.:)
Alexandre, você não conta. Acho que já tinha lido uma versão anerior. :P
Ah, nderson, mas eu não quro comentários profissionais. eu quero saber do que as pessoas gostam ou não, as críticas. Eu não sou prossional, nao desse ramo.
Mas obrigada por ler. Obrigada mesmo. :)
Disponha.
Sempre que precisar de um leitor cobaia estou disponivel^^
Valeria!!!! passei um tempo sem internet e quando volto vejo essa surpresa maravilhosa!!!
Estou adorando seu texto. Sabia que você era inteligente e escrevia bem, mas não que era uma romancista! ^^ E falo sem bajulação tá?
No começo achei que a história estava indo rápido com vários personagens surgindo, mas ela está se desenrolando muito bem. Estou gostando dos personagens, eles estão me conquistando. Por enquanto gosto mais da tímida Elaine e do simpático Haroldo (adoro personagens "cinderela" ou que sofrem); da doce Flora e do Konrad (ele está com más intenções e pai reparou srsrrs) e o temerário Alan. E claro principalmente do Evilblood (apesar dele ser vilão ^^"), não consigo me manter longe de vilões e vampiros. ^^
Poxa, Sett, muito obrigada. Mas romancista eu não sou... Preciso melhorar muito.
O character design eu prometo postar. Chegando em csa eu escaneio e desenho o que puder. :)
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