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Ventos de Mudança
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 11)
Capítulo 1: Ecos do Passado (parte 11)
Quando a procissão de nobres terminou, a cerimônia de sagração teve início. Os sete rapazes que deveriam se tornar cavaleiros entraram. Vestidos em suas túnicas brancas, na passagem recebendo o olhar admirado de todos. Konrad era o que causava a melhor impressão: alto, sério, elegante, com os olhos azuis brilhando como nunca. Só mesmo esta visão acalmou um pouco o coração atribulado do Conde, embora seu desejo fosse ver seu filho sagrado cavaleiro pelo jovem Rei Eduardo e usando a armadura da família. Ao chegarem ao trono, os rapazes se ajoelharam diante a Rainha.
— Hoje é um grande dia, pois estes jovens hão de receber uma das maiores honras terrenas, o privilégio da cavalaria. — Alan suspirou. Será que um dia, ele também seria um cavaleiro? — Que venham seus padrinhos! — De Sayers tremeu de indignação porque Richard se postou ao lado de seu filho, pondo a mão em seu ombro. Seu sangue ferveu com esta última visão. — Acompanha-los-ão em sua vigília d’armas e amanhã pela manhã ficarão a seu lado na sagração. Mas antes de se retirarem, vejam qual a sorte daqueles que não honram tão grande privilégio. — O olhar de todos acompanhou o da Rainha e todos viram entrar um rapaz ruivo acorrentado e ferido, mas que mesmo neste estado oferecia poderosa resistência do alto de sua titânica constituição física. Arrastando-o estava o Capitão Gaston, figura conhecida na Corte e, ao seu lado, dois jovens morenos, uma moça e um rapaz, tão parecidos, que poderiam ser gêmeos.
— Eis aqui, Majestade, o traidor Guilherme De Auston que tantos problemas nos trouxe. — Um sussurro de horror e pena perpassou todos os presentes. — Ele era chamado de Leão Vermelho, e agora está enjaulado afinal. — Falou tentando soar engraçado.
— Pobre rapaz! — Lamentou De Sayers. — Não esperava que o pegassem vivo. Mais um infeliz que cai nas garras desta mulher!
— Este traidor, queimou as terras que pertencem ao Reino e se revoltou contra a autoridade de Sua Majestade...
— Minhas terras, quer dizer! Terras que me foram roubadas! — O rapaz gritou com toda sua voz de trovão e foi calado com um murro do Capitão Gaston que usava a sua luva com malha de ferro. O sangue jorrou abundantemente. Se o Conde não houvesse colocado a mão no ombro de Alan, ele teria voado sobre o covarde.
— Pai, as terras são dele realmente, é inj...
— Alda, por favor, esta não é a hora. — Suplicou seu pai.
— A pena por esta vilania é a morte! — A Rainha falou. — E este cão encontrará seu destino dentro de dois dias, a partir de hoje. — Começou a pronunciar a sentença que nos últimos tempos dispensava tribunal ou qualquer procedimento judicial mínimo. — Será submetido ao suplício da roda publicamente, para que todos tomem ciência da justiça real e, depois, sua cabeça será separada de seu corpo e este cortado em quatro partes será enviado aos quatro cantos do Reino. — Marina sentiu um calafrio, nunca virá a face sanguinária de sua madrasta. Nunca assistira uma execução. Lembrava-se de Guilherme na Corte de seu pai, quando fora enviado pelo Rei de Auston para que fosse educado e se tornasse cavaleiro. — Devemos agradecer, também, a estes dois jovens que foram fundamentais para sua captura, meus sobrinho, filhos do Rei de Isna, meu nobre irmão, meus sobrinhos, Lívio e Lucília De Gaglioni. — Disse apresentando os dois, sem explicar o porquê, à Corte perplexa. — Levem este verme da minha presença! — Antes, porém que cumprissem a ordem, uma luz intensa encheu o salão e um velho, envergando um manto cor de vinho e portando um cajado característico da Ordem dos Magos, apareceu.
— Não tão rápido, “Majestade”. — Dominique encarou o velho, já o conhecia, e de certa forma o esperava. — Hoje se cumpre o tempo, os fios estão juntos e seu reinado terror começa a terminar.
— Retirem este velho da minha presença. — Os soldados fizeram menção de se aproximar, mas seus pés não obedeciam. Ela mesma teria que agir, então, mas não antes que o velho terminasse de pronunciar a sua ladainha. Fez sinal para que Richard retirasse os postulantes a cavaleiro dali e eles saíram.
— Vós governastes até agora, mas o jovem Rei vive e deve ser libertado.
— Sim, é o que espero que a Rainha das Fadas, sua Senhora, faça, caro Oblin. Foi a famigerada Silena quem levou o príncipe, não eu. Aliás, nesta época eu nem sonhava em ser Rainha de Rosas. — Provocou. — Nós sequer sabemos se ele vive, ou se sentará neste trono um dia. Mas dificilmente alguém poderia nos culpar por isso.
— Eu saúdo aquela que vem cumprir a profecia. — Disse ignorando a Rainha e apontando seu cajado para Marina, cujo colar começou a emitir uma forte luz, como se estivesse em chamas e uma aura de fogo a recobriu por completo. — E seus companheiros. — O mesmo brilho envolveu Alan, Alda e Guilherme. E na cozinha e na cocheira, Elaine e Haroldo. — Cabe a vocês romper este reinado de terror e fazer com que a luz da justiça volte a imperar sobre Rosas. A Rainha das Fadas espera que cumpram seu dever e... — De repente, um raio fulminou o velho, que desapareceu. Ninguém ousava falar, mas, quase todos os presentes, sabiam bem quem tinha sido responsável por ele. Entretanto, uma voz, a voz do mago, ecoou pelo salão: “Antes que a próxima lua nasça no céu, eles se reunirão e cavalgarão pelo Reino com as lendárias armas, o Rei será encontrado, seu trono restaurado e a paz reinará. Tremei, Dominique, pois o tempo chegou!”
Um calafrio, involuntário, perpassou a espinha da Rainha, mesmo que acreditasse ter tudo sob controle. Ela se levantou e retirou-se abruptamente. Guilherme foi arrastado para as masmorras e Marina, Alda e Alan ficaram sem entender o que tudo aquilo queria dizer, enquanto De Sayers pensava cheio de alegria, apesar de lamentar que seu filho não fosse um dos escolhidos: “Então o tempo chegou! Eu sabia que deveria ter esperança! Temei, Dominique, pois as profecias vão se cumprir e o Guardião estará pronto para executar o seu dever!” “Mas não com tanta facilidade, eu garanto! Que pense que está na frente, Ádina, pois serei eu, a dar a cartada final!” Pensou a Rainha com segurança, nada daquilo a iria abalar, ela garantia. Enquanto tudo isso ocorria, o belo cavaleiro que Marina elogiara, observava, silenciosa e atentamente, guardando para si tudo o que assistia.
— Hoje é um grande dia, pois estes jovens hão de receber uma das maiores honras terrenas, o privilégio da cavalaria. — Alan suspirou. Será que um dia, ele também seria um cavaleiro? — Que venham seus padrinhos! — De Sayers tremeu de indignação porque Richard se postou ao lado de seu filho, pondo a mão em seu ombro. Seu sangue ferveu com esta última visão. — Acompanha-los-ão em sua vigília d’armas e amanhã pela manhã ficarão a seu lado na sagração. Mas antes de se retirarem, vejam qual a sorte daqueles que não honram tão grande privilégio. — O olhar de todos acompanhou o da Rainha e todos viram entrar um rapaz ruivo acorrentado e ferido, mas que mesmo neste estado oferecia poderosa resistência do alto de sua titânica constituição física. Arrastando-o estava o Capitão Gaston, figura conhecida na Corte e, ao seu lado, dois jovens morenos, uma moça e um rapaz, tão parecidos, que poderiam ser gêmeos.
— Eis aqui, Majestade, o traidor Guilherme De Auston que tantos problemas nos trouxe. — Um sussurro de horror e pena perpassou todos os presentes. — Ele era chamado de Leão Vermelho, e agora está enjaulado afinal. — Falou tentando soar engraçado.
— Pobre rapaz! — Lamentou De Sayers. — Não esperava que o pegassem vivo. Mais um infeliz que cai nas garras desta mulher!
— Este traidor, queimou as terras que pertencem ao Reino e se revoltou contra a autoridade de Sua Majestade...
— Minhas terras, quer dizer! Terras que me foram roubadas! — O rapaz gritou com toda sua voz de trovão e foi calado com um murro do Capitão Gaston que usava a sua luva com malha de ferro. O sangue jorrou abundantemente. Se o Conde não houvesse colocado a mão no ombro de Alan, ele teria voado sobre o covarde.
— Pai, as terras são dele realmente, é inj...
— Alda, por favor, esta não é a hora. — Suplicou seu pai.
— A pena por esta vilania é a morte! — A Rainha falou. — E este cão encontrará seu destino dentro de dois dias, a partir de hoje. — Começou a pronunciar a sentença que nos últimos tempos dispensava tribunal ou qualquer procedimento judicial mínimo. — Será submetido ao suplício da roda publicamente, para que todos tomem ciência da justiça real e, depois, sua cabeça será separada de seu corpo e este cortado em quatro partes será enviado aos quatro cantos do Reino. — Marina sentiu um calafrio, nunca virá a face sanguinária de sua madrasta. Nunca assistira uma execução. Lembrava-se de Guilherme na Corte de seu pai, quando fora enviado pelo Rei de Auston para que fosse educado e se tornasse cavaleiro. — Devemos agradecer, também, a estes dois jovens que foram fundamentais para sua captura, meus sobrinho, filhos do Rei de Isna, meu nobre irmão, meus sobrinhos, Lívio e Lucília De Gaglioni. — Disse apresentando os dois, sem explicar o porquê, à Corte perplexa. — Levem este verme da minha presença! — Antes, porém que cumprissem a ordem, uma luz intensa encheu o salão e um velho, envergando um manto cor de vinho e portando um cajado característico da Ordem dos Magos, apareceu.
— Não tão rápido, “Majestade”. — Dominique encarou o velho, já o conhecia, e de certa forma o esperava. — Hoje se cumpre o tempo, os fios estão juntos e seu reinado terror começa a terminar.
— Retirem este velho da minha presença. — Os soldados fizeram menção de se aproximar, mas seus pés não obedeciam. Ela mesma teria que agir, então, mas não antes que o velho terminasse de pronunciar a sua ladainha. Fez sinal para que Richard retirasse os postulantes a cavaleiro dali e eles saíram.
— Vós governastes até agora, mas o jovem Rei vive e deve ser libertado.
— Sim, é o que espero que a Rainha das Fadas, sua Senhora, faça, caro Oblin. Foi a famigerada Silena quem levou o príncipe, não eu. Aliás, nesta época eu nem sonhava em ser Rainha de Rosas. — Provocou. — Nós sequer sabemos se ele vive, ou se sentará neste trono um dia. Mas dificilmente alguém poderia nos culpar por isso.
— Eu saúdo aquela que vem cumprir a profecia. — Disse ignorando a Rainha e apontando seu cajado para Marina, cujo colar começou a emitir uma forte luz, como se estivesse em chamas e uma aura de fogo a recobriu por completo. — E seus companheiros. — O mesmo brilho envolveu Alan, Alda e Guilherme. E na cozinha e na cocheira, Elaine e Haroldo. — Cabe a vocês romper este reinado de terror e fazer com que a luz da justiça volte a imperar sobre Rosas. A Rainha das Fadas espera que cumpram seu dever e... — De repente, um raio fulminou o velho, que desapareceu. Ninguém ousava falar, mas, quase todos os presentes, sabiam bem quem tinha sido responsável por ele. Entretanto, uma voz, a voz do mago, ecoou pelo salão: “Antes que a próxima lua nasça no céu, eles se reunirão e cavalgarão pelo Reino com as lendárias armas, o Rei será encontrado, seu trono restaurado e a paz reinará. Tremei, Dominique, pois o tempo chegou!”
Um calafrio, involuntário, perpassou a espinha da Rainha, mesmo que acreditasse ter tudo sob controle. Ela se levantou e retirou-se abruptamente. Guilherme foi arrastado para as masmorras e Marina, Alda e Alan ficaram sem entender o que tudo aquilo queria dizer, enquanto De Sayers pensava cheio de alegria, apesar de lamentar que seu filho não fosse um dos escolhidos: “Então o tempo chegou! Eu sabia que deveria ter esperança! Temei, Dominique, pois as profecias vão se cumprir e o Guardião estará pronto para executar o seu dever!” “Mas não com tanta facilidade, eu garanto! Que pense que está na frente, Ádina, pois serei eu, a dar a cartada final!” Pensou a Rainha com segurança, nada daquilo a iria abalar, ela garantia. Enquanto tudo isso ocorria, o belo cavaleiro que Marina elogiara, observava, silenciosa e atentamente, guardando para si tudo o que assistia.
6 pessoas comentaram:
Ola.
Vc foi rapida em colocar os capitulos mais recentes, e aproveitei para le-los de uma vez.
Continua bom, mas achei a Rainha muito cliche, principalmente a parte da inveja.
De resto mantem o bom nivel.
Oi, Anderson.
A rapidez é fácil de explicar, eu tenho vários capítulos escritos. Só fiz algmas mudanças... Coloquei diálogos, tirei diálogos... E a única cena escrita por completo foi aquela do Alan socando o outro cavaleiro. Lembro que quando dei esse material para que meu marido - que não era marido ainda, se bem me lembro - ler ele disse que faltava uma cena assim, que a personagem precisava ser exposta como um pária e reagir. Foi a única coisa realmente nova.
Relendo o material, que já sofreu várias revisões desde 1998, concordo com você. A Rainha é um elo fraco da corrente. Voltado para casa, eu vou olhar o capítulo dois e três e ver como posso tentar reverter isso.
De resto, muito, muito obrigada por ler. E por comentar. ;)
"A Rainha é um elo fraco da corrente"
Isso deve ser culpa dos classicos Disney, hehehehe
Afinal neles, a unica Rainha boa gente que em lembro era a mãe da Aurora e nem o nome dela era citado. ^^
Ah, mas isso só vale para as rainhas boas. :P
Valeria mal posso esperar pelos proximos capitulos ^^ e olha que li o a parte 10 e 11 juntos. A historia está muito boa de ler.
Vou ter que me aguentar e esperar como os personagens vão acabar procurando o principe *_*
Sabe que nem reparei na rainha srrsr meus olhos foram pra espevitada Alda, o olhar escorpiano do Evilblood e o ruivo indomado *_* E a Flora gracinha é misteriosa né? ^^
Valeu, Sett. u gosto muito da Flora, também, e do Richard. :) Mas é assim, eu tenho 4 capítulos escritos... O capítulo 5 não está escrito, daí eu tenho o 6, o 7 e outros mais pingados. :)
Preciso dar consistência para a Marina e fazer vocês gostarem dela, também. :) E eu gosto do Konrad, claro. ;)
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