Sim, isto merece destaque, não sei se houve algo antes disso em revistas shounen (*pelo destaque, eu duvido um pouco*), mas o primeiro quadrinho no mundo a falar de HIV foi um shoujo, Tomoi, em 1986. Enfim, segundo o ANN, este mangá em duas partes sobre HIV faz parte das comemorações dos 50 anos da Shounen Magazine e se chama 15 no Yoru (15の夜). Ah, e, claro, o mangá é sobre um rapaz que descobre que pode ter pego a doença da namorada. Não esperava algo muito diferente disso, mesmo que os maiores transmissores da doença para as companheiras sejam os homens, inclusive no japão e os dados são fáceis de achar na net.
Segundo a matéria, 15 no Yoru é uma série publicada irregularmente na revista desde 2005 e que trata de assuntos "polêmicos", como negligência de crianças e idosos, vício em drogas, o fênomeno dos hikikomori e bullying. Ainda segundo a notícia, as campanhas de prevenção no Japão, especialmente entre os jovens, são praticamente inexistentes. Daí a função dos mangás, mas os shoujo saíram na frente, Tomoi em especial, mas Confidential Confessions, também. Queria ler essa história, mas duvido que consiga passar perto desses dois mangás, que, aliás, não são os únicos shoujo/josei a lidar com a questão.
Como estou mantendo uma discussão paralela com o Alexandre nos comentários, vou trazer minha posição mais radical para cá: você pode tratar a AIDS de várias maneiras, não somente acusando as mulheres de originarem o contágio. Um garoto heterossexual poderia pegar AIDS compartilhando agulhas na primeira vez que usasse drogas (*sim, essas histórias de "primeira vez" são ótimas para produzir impacto*), por exemplo, ou como foi em Confidential Confessions poderiam usar uma transfusão de sangue (*se quisessem repetir*). Não existiria "o culpado", mas neste mangá se elege um.
É bom que o mangá ensine os meninos a usarem camisinha, porque gravidez, vocês sabem, é problema da parceira, aqui ou no Japão. E lá o aborto é liberado e existem matérias na net sobre as altas estatísticas da prática entre adolescentes (1 - 2). Fora isso, as pílulas anticoncepcionais quase não foram liberadas e são desestimuladas pelos médicos e pela mídia. É poder demais nas mãos das mulheres. Agora, tomando o caráter doentio dos otakus hardcore, a coisa pode ser mais um incentivo aos relacionamentos com personagens virtuais. Essas, não pegam nem passam o HIV e devem ser de preferência virgens. Vide a confusão sobre uma personagem que apareceu com um ex-namorado em um mangá e agora está provocando protestos. Para os fãs tarados misóginos, ela não é mais virgem, foi usada. Assim como a mulher que passa o HIV para o parceiro.
E como avisei nos comentários, se conseguir colocar as mãos em scanlations deste mangá e ele for diferente de tudo que falei aqui, a começar pela misoginia, me retrato prazeirosamente em um longo post. No mais, continuo cética e identificando um problema de base na premissa da historinha.
Segundo a matéria, 15 no Yoru é uma série publicada irregularmente na revista desde 2005 e que trata de assuntos "polêmicos", como negligência de crianças e idosos, vício em drogas, o fênomeno dos hikikomori e bullying. Ainda segundo a notícia, as campanhas de prevenção no Japão, especialmente entre os jovens, são praticamente inexistentes. Daí a função dos mangás, mas os shoujo saíram na frente, Tomoi em especial, mas Confidential Confessions, também. Queria ler essa história, mas duvido que consiga passar perto desses dois mangás, que, aliás, não são os únicos shoujo/josei a lidar com a questão.
Como estou mantendo uma discussão paralela com o Alexandre nos comentários, vou trazer minha posição mais radical para cá: você pode tratar a AIDS de várias maneiras, não somente acusando as mulheres de originarem o contágio. Um garoto heterossexual poderia pegar AIDS compartilhando agulhas na primeira vez que usasse drogas (*sim, essas histórias de "primeira vez" são ótimas para produzir impacto*), por exemplo, ou como foi em Confidential Confessions poderiam usar uma transfusão de sangue (*se quisessem repetir*). Não existiria "o culpado", mas neste mangá se elege um.
É bom que o mangá ensine os meninos a usarem camisinha, porque gravidez, vocês sabem, é problema da parceira, aqui ou no Japão. E lá o aborto é liberado e existem matérias na net sobre as altas estatísticas da prática entre adolescentes (1 - 2). Fora isso, as pílulas anticoncepcionais quase não foram liberadas e são desestimuladas pelos médicos e pela mídia. É poder demais nas mãos das mulheres. Agora, tomando o caráter doentio dos otakus hardcore, a coisa pode ser mais um incentivo aos relacionamentos com personagens virtuais. Essas, não pegam nem passam o HIV e devem ser de preferência virgens. Vide a confusão sobre uma personagem que apareceu com um ex-namorado em um mangá e agora está provocando protestos. Para os fãs tarados misóginos, ela não é mais virgem, foi usada. Assim como a mulher que passa o HIV para o parceiro.
E como avisei nos comentários, se conseguir colocar as mãos em scanlations deste mangá e ele for diferente de tudo que falei aqui, a começar pela misoginia, me retrato prazeirosamente em um longo post. No mais, continuo cética e identificando um problema de base na premissa da historinha.
9 pessoas comentaram:
Val, lembre de duas coisas:
1) a revista é para garotos.
2) um homem também pode pegar a doença de sua namorada. Aliás, é injusto procurar culpados: as meninas contraem de seus namorados, mas os rapazes precisaram contrair de uma mulher para poder contaminar alguém na próxima relação.
A tragédia tem duas faces aqui. Não há como negar isso.:(
Alexandre, eu sei disso, ainda assim, a abordagem é mais que óbvia. E outra, Tomoi falava sobre o início da doença, de forma realista e coerente e usavba um homossexual. E era para meninas, mas dificilmente poderia se qualificar como yaoi ou algo próximo. eu queria ver o tal mangá para saber se a abordagem pelo menos será honesta ou na linha cuidado com as mulheres que transmitem doentças. Aliás, demorar tanto tempo para tocar no assunto mostra bem a importância que os quadrinistas shounen dão a questão.
E pegue as estatísticas de transmissão. você vai ver que apesar d eduas ffaces, os homens são os maiores transmissores e as companhaires as maiores vítimas. a possibilidade de uma mulehr contaminar um homem é muito menor. As mulehres somente são as principais transmissoras na relação mãe-bebê.
Ah, perdi, os homens podem contrari de outros homens. aliás, muitos dos homens transmissores são bissexuais. E você deveria saber disso. logo, a namorada/esposa transmissora é uma figura muito limitada.
Em Confidential Confessions, a menina adquire a doença por transfusão de sangue. Aliás, esta e uso de drogas são outras possibilidades.
O problema não é a importância dada à questão até agora, e sim o ceticismo com que ESTA iniciativa está sendo comentada. Só isso. E sim, claro que os bissexuais tem sua parcela na questão, mas convenhamos: o mundo não é feito só deles e os garotos também precisam de orientação.
Alexandre, usar as mulheres como fonte de contágio já me incomoda. poderiam ser drogas, não é? Meninos usam drogas, certo?
Enfim, sou cética mesmo. Deixo o otimismo para você. A premissa já me cheira a misoginia. Use camisinha par anão pegar AIDS, gravidez não é problema seu mesmo, o aborto é livre. Se conseguir olhar este negócio e for realment ediferente do qeu eu imagino. Me retrato aqui. Por enquanto é só isso que eu posso e quero oferecer.
É uma boa discurssão.
Mas infelizmente acho que a Valeria esta certa em suas perspectivas, o tratamento do tema me parece vai ser raso e meio descriminatorio.
Quem sabe essa revista serve de precedente p/ algum autor melhor tratar o tema com a seriedade e amplitude que´ele precisa.
Só não entendi seu tom sobre o aborto. pensei que vc fosse favoravel ao direito.
Sou a favor do direito de aborto, sim, Anderson. Sou a favor da descriminalização até a 12ª semana. Só que o aborto não pode ser utilizado como método anticoncepcional. E isso é o qeu aprece acontecer com as adolescentes no Japão por vários motivos.
Na época da Copa da Coréia/Japão, houve uma revista daqui (*que parecia ser mais um guia da prostituição no Japão, para os brasileiros se divertirem por lá*) que trouxe uma matéria entrevistando um médico que dizia que algumas meninas japonesas de 17 anos já tinham ido até sua clínica fazer até 10 abortos. Ele dizia que era satisfação garantida ou o dinheiro de volta e não se preocupava com a saúde dessas garotas. É este tipo de atitude e desprezo por si, além de assujeitamento (*nada de camisinha, nada de pílula*) que eu estou criticando.
Entendo. ja tinha visto comentarios da situação do Japão com seus altos indices de aborto, mas parece que a coisa é ainda pior.principalmente pq não ha preocupação com a sauda fisica e psicologica das mulheres que passam por isso.
no fim em vez de um direito acaba sendo mais uma forma de tirar as responsabilidade dos homens.
Anderson, a coisa não pode ser encarada como automática assim. Cultural e religiosamente, o aborto é visto como aceitável no Japão. é uma forma de tirar a responsabilidade do pai? Sem dúvida. Muitas destas acolescentes grávidas estão se relacionando com homens mais velhos, talvez, alguns casados, em certos casos clientes mesmo.
Por outro lado, a figura da mãe solteira é pouco aceitável no Japão. Engravidou? O que você faz? Se é uma adolescente, seu futuro pode estar em jogo.
Mas há também a banalização de certas práticas. A própria prostituição de colegiais, que muita gente gosta de romantizar, é um sintoma de que essas meninas se colocam como mercadorias e auferem lucros com isso. Tente dar uma olhada no início do mangá Super Gals! é bem didático. Ou então o bem pesado Confidential Confessions... estou esquecendo de um outro que teve dorama...
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