Segundo os sites especializados, a Udon Entertainment, sediada em Ontario, Canadá, decidiu criar uma linha de mangás infantis. Sendo assim, ela licenciou uma série de titulos japoneses da editora Poplar para crianças em fase de alfabetização e além. Estão agendados até agora 4 lançamentos, dois visando os garotos (Ninja Baseball Kyuma, Swan in Space) e dois visando as garotas (The Big Adventures of Majoko, Fairy Idol Kanon). A linha se chama Manga for Kids e será distribuída nos EUA pela Diamond.
É importante ressaltar que aqui, como nos EUA, há uma carência de títulos infantis. Este vazio pode ser suprido mal e mal por mangás como Naruto, que é pensado para um público um pouco mais velho e masculino (*em primeiro lugar*), ou, talvez, Kitchen Princess, que vem vendendo bem, mas que não seria para crianças em alfabetização. Outro aspecto importante é a preocupação da editora com meninos e meninas. O público leitor nos EUA, no Brasil e em todos os países que importam mangás é misto, mas há quem ainda ache que menino é que lê quadrinho, menina faz sei lá o quê. Esta editora está preocupada em ganhar dinheiro entrando no buraco que existe, e formar leitores e leitoras no processo. O bom leitor é formado na infância.
Aliás, preocupa-me esta ênfase em outras mídias (*computador, especialmente*) e o desprezo pelo livro. Ontem estava assistindo uma matéria em um dos jornais televisivos sobre uma escola moderníssima em São Paulo que usa realidade virtual. Ótimo, se ajuda. Mas a todo momento ecoava explicitamente que "livros são chatos", "computador e games é que são legais". Você realmente pode educar sem estimular a leitura? Como professora, eu tenho certeza que não.
Mas voltando aos quadrinhos, acredito que Maurício de Souza tenha acertado em cheio (*talvez sem perceber*) ao fazer seu Mônica Jovem. Primeiro, ofereceu Mônica e Cia crescidos que muita gente queria ver (*os Simpsons ganhariam novo fôlego se fizessem o mesmo. Quem não gostaria de ver Bart adolescente?*), depois, pegou em cheio o público dos 7 aos 12 anos que não tem muita escolha e que pode até ler Naruto, mas quer mais variedade. No post que fiz sobre WITCH, muitas ex-leitoras concordaram com o que eu falei, a revista vinha perdendo qualidade e isso somado a um desenho animado ruim (*com as meninas tendo que dividir a cena com um garoto "herói" para tornar a coisa palatável ao público masculino*) foi perdendo público e não consguiu compensar. Eu falo da renovação de leitores, pois quem pega a seção de cartas de WITCH, vê que as idades das leitoras vão no máximo até os 14 anos, com raras exceções.
Uma coisa que eu percebo quando vou à Livraria Cultura no fim de semana são as meninas sentedas no chão lendo Mônica Jovem. Menina spequenas, não o público dos mangás shoujo que saem aqui. As editoras precisam pensar. Vejo mil defeitos em Mônica Jovem, mas, por enquanto, ela encontrou o seu público e tem um bom traço. Resta saber se será um efeito WITCH ou se vai durar.
Enfim, é preciso investir na formação de leitores. Nossos mangás focam no público adolescente e até adulto, mas as crianças leitoras representam uma fatia menor. Há mangás para elas e animes, também. Mas, ao que parece, a preocupação é limitada. O blog Maximum Cosmo tambem analisou a questão. Vale uma visita.
É importante ressaltar que aqui, como nos EUA, há uma carência de títulos infantis. Este vazio pode ser suprido mal e mal por mangás como Naruto, que é pensado para um público um pouco mais velho e masculino (*em primeiro lugar*), ou, talvez, Kitchen Princess, que vem vendendo bem, mas que não seria para crianças em alfabetização. Outro aspecto importante é a preocupação da editora com meninos e meninas. O público leitor nos EUA, no Brasil e em todos os países que importam mangás é misto, mas há quem ainda ache que menino é que lê quadrinho, menina faz sei lá o quê. Esta editora está preocupada em ganhar dinheiro entrando no buraco que existe, e formar leitores e leitoras no processo. O bom leitor é formado na infância.
Aliás, preocupa-me esta ênfase em outras mídias (*computador, especialmente*) e o desprezo pelo livro. Ontem estava assistindo uma matéria em um dos jornais televisivos sobre uma escola moderníssima em São Paulo que usa realidade virtual. Ótimo, se ajuda. Mas a todo momento ecoava explicitamente que "livros são chatos", "computador e games é que são legais". Você realmente pode educar sem estimular a leitura? Como professora, eu tenho certeza que não.
Mas voltando aos quadrinhos, acredito que Maurício de Souza tenha acertado em cheio (*talvez sem perceber*) ao fazer seu Mônica Jovem. Primeiro, ofereceu Mônica e Cia crescidos que muita gente queria ver (*os Simpsons ganhariam novo fôlego se fizessem o mesmo. Quem não gostaria de ver Bart adolescente?*), depois, pegou em cheio o público dos 7 aos 12 anos que não tem muita escolha e que pode até ler Naruto, mas quer mais variedade. No post que fiz sobre WITCH, muitas ex-leitoras concordaram com o que eu falei, a revista vinha perdendo qualidade e isso somado a um desenho animado ruim (*com as meninas tendo que dividir a cena com um garoto "herói" para tornar a coisa palatável ao público masculino*) foi perdendo público e não consguiu compensar. Eu falo da renovação de leitores, pois quem pega a seção de cartas de WITCH, vê que as idades das leitoras vão no máximo até os 14 anos, com raras exceções.
Uma coisa que eu percebo quando vou à Livraria Cultura no fim de semana são as meninas sentedas no chão lendo Mônica Jovem. Menina spequenas, não o público dos mangás shoujo que saem aqui. As editoras precisam pensar. Vejo mil defeitos em Mônica Jovem, mas, por enquanto, ela encontrou o seu público e tem um bom traço. Resta saber se será um efeito WITCH ou se vai durar.
Enfim, é preciso investir na formação de leitores. Nossos mangás focam no público adolescente e até adulto, mas as crianças leitoras representam uma fatia menor. Há mangás para elas e animes, também. Mas, ao que parece, a preocupação é limitada. O blog Maximum Cosmo tambem analisou a questão. Vale uma visita.
1 pessoas comentaram:
Olá Valéria!
Me chamo Elisabete e já faz alguns meses que acompanho seu blog, que cada vez mais me surpreende com a qualidade das informações que vc posta.
Gostei muito deste tópico, e achei muito interessante a aposta desta editora canadense em mangás para o público infantil. É algo que também é necessário aqui no nosso país para estimular a leitura das crianças e formar novos leitores.
Pelo menos estamos em um começo com a Turma da Mônica jovem. Não tenho nenhuma edição, li apenas o primeiro que uma prima minha tinha comprado(ela tem 10 anos),e achei muto criativo as mudanças dos personagens e também gostei do traço dos desenhos. E creio que este projeto vai longe.
Por enquanto é só. :)
E obrigado pela dedicação na busca e postagem de informações sobre shoujo mangá.
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