sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

"Boys Love" um escape para as garotas



A coluna THROUGH OTAKU EYES (Através dos olhos de um Otaku) do Jornal Yomiuri tem por autor um autodenominado “otaku” que fala de algo relacionado ao meio. Desta vez, ele está falando sobre as fujoshi, as fãs de yaoi. E ele usa o termo yaoi (*como uma autora do gênero também usou em entrevista, e como vejo sendo usado em Genshiken e outros lugares*), coisa que as fãs hardcore desse tipo de material fazem questão de dizer e repetir que não é termo usado no Japão, ou que é tão restrito que o correto é usar BL.

Acredito que o que ofenda as fãs é que yaoi ("yama nashi, ochi nashi, imi nashi") é um termo que depreciaria o gênero, porque quer dizer “sem clímax, sem significado”. Há bons mangás de todos os gêneros e os BL/Yaoi não seriam exceção. De qualquer forma, é mais um incentivo para que eu use yaoi a despeito de quem quer que venha reclamar. Voltando ao texto, o autor coloca que o termo otaku foi criado para depreciar os fãs hardcore de anime e outros componentes da cultura pop japonesa, já o termo fujoshi (mulher estragada ou apodrecida ou aind apervertida) é autodepreciativo, isto é, as próprias fãs cunharam o termo e diziam “deixe-nos em paz, somos fujoshi”

O que ele diz perceber é que hoje as fujoshi começam a sair das sombras, dar entrevistas, falar sobre seus gostos. Não me surpreende, yaoi vende, as BL novels, mangás, animes, games, doramas e movies se multiplicam, fora que estes produtos estão sendo exportados. Talvez sejam as empresas japonesas que querem “deixar que as fujoshi falem”, porque isso agora está ficando lucrativo.

De muito importante, o autor, Kanta Ishida, ele cita a socióloga Chizuko UIeno e sua tese de que o Japão organiza-se em subculturas que tem a segregação sexual como base, isto é, mesmo que o sistema de escolas femininas e masculinas não seja mais dominante, é essa idéia que prevalece, ao contrário do que a autora chama de “cultura do casal” que impera nos EUA. No Japão homens otakus e mulheres otakus vivem em mundos separados, especialmente no tocante à suas fantasias sexuais.

A pergunta deixada pelo autos é “Pode o romance [heterossexual] florescer entre eles?” Interessante é que o autor do texto diz que autores como Kio Shimoku de Genshiken e Kojima Ajiko de Tonari no Yaoi-chan discutem a questão, mas que eles são homens, é preciso que as mulheres opinem. Só por essa colocação o texto cresceu em importância, pois o autor se mostra bem consciente de que a resposta dos homens não é a resposta para a questão. Há pelo menos um outro lado a ser ouvido. O link para o texto está aqui, ele estava no site Comipress e eu decidi não traduzir.

P.S.: A Sabrina traduziu o artigo e colocou no blog dela o The2Moons, além de comentá-lo. Ela é uma fujoshi e tem algo mais a dizer sobre a questão. Dêem uma passadinha lá.

1 pessoas comentaram:

Bem, para pessoal mais relax como os brasileiro que mesmo por vezes sendo fan ardorosos, existe sim muita possibilidade de fujoshis namorarem otakus pervertidos por fantasias de empregadinhas, claro guardadas as devidas proporções porque existem alguns e algumas hardcore que tem de ser internados em manicômios com urgência.

Já no japão e suas distorções sociais extremas acho complicado ainda mais que japonês é bicho lesado mesmo pra arrumar mulher, eles são muito bons pra trabalhar duro e criar historinhas de sacanagem mas conseguir quem tope fazer essa sacanagem de graça com eles ai são outros 500.

Pra isso eles tem o sake para embebedar as garotas para elas ficarem mais saidinhas e librarem as piriquitas para uma diversão em dupla e quem sabe tira as teias de aranhar e os meninos liberarem o queijo.

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