Semana passada eu fui entrevistada pela Folha de São Paulo para a matéria on line sobre imigração japonesa. De acordo com a repórter, meu artigo sobre o mangá da Rosa de Versalhes chamou sua atenção. Foi um papo de quase meia hora mas virou um pedacinho. De qualquer forma, sinto-me honrada em dividir o espaço com a Prof.ª Luyten e a Christine Akune Sato que são pessoas que realmente têm pesquisas e publicações na área de mangá. Ah, a lista onde conheci meu marido foi a Anime-BR, e descobri os mangás na década de 90, com Cavaleiros e revistas como a Animax, mas os animes já conhecia desde Speed Racer no início dos anos 80.
Mulheres podem ganhar o mesmo que homens no mercado de mangás
DAYANNE MIKEVIS
da Folha Online
Uma das características mais marcantes do mercado japonês de mangá é a segmentação, segundo as pesquisadoras Sônia Maria Bibe Luyten e Christine Akune Sato. Um setor específico, o dos mangás femininos, chamou a atenção da professora de história Valéria Fernandes da Silva, 31.
Segundo Silva, as mulheres, que ainda enfrentam diversos desafios no mercado de trabalho japonês, podem ganhar o mesmo ou até mais no setor dos mangás. No caso dos femininos, geralmente são as desenhistas que se encarregam do formato e até mesmo do enredo.
Luyten afirma que o universo dos mangás é muito variado, há até publicações institucionais e científicas neste formato.
Sato afirma que há duas divisões básicas no mercado de mangás no Japão: gênero e idade. Até os oito anos, basicamente meninos e meninas lêem o mesmo tipo de mangás. Após esta idade, ocorre a primeira grande segmentação, de gênero.
Os desenhos dos mangás para as meninas passam a ser mais delicados, os assuntos são mais românticos e até mesmo "novelizados", segundo Sato. Já o universo retratado nos mangás para meninos é muito parecido com o dos videogames.
A faixa etária seguinte na qual ocorre uma grande mudança é na de 20 a 30 anos, tanto para mulheres quanto para homens. Temas como casamento, família, saúde sexual, começam a surgir nos mangás femininos. Os masculinos focam ainda mais em diversão e também surgem os eróticos, entre eles o hentai.
Após os 35 anos, a faixa de interesses novamente converge, afirma Sato. Temas mais maduros como a criação de filhos, divórcio, desafios da aposentadoria passam a ser centrais nas histórias.
Temática gay
Um dos exemplos interessantes de segmentação no mercado editorial japonês de mangás são os temas Yaoi, uma subdivisão da divisão de gênero, mas dos mangás femininos, segundo Sato.
As histórias deste tipo de publicação seguem o mesmo estilo dos demais desenhos femininos e são desenhados por mulheres, apesar de os personagens principais serem homens e manterem relações entre eles, afirmou Sato.
A pesquisadora afirma que as leitoras deste tipo de mangá dizem que gostam de ler sobre a relação amorosa de dois homens porque o casal se trata com igualdade e não há subordinação ao marido.
Na escola
Pesquisadora de relações de gênero e professora de história para o Ensino Médio em Brasília, Silva usa mangás para trabalhar tais questões em sala de aula.
"É um mercado de mulheres para mulheres", disse Silva, que é do Rio de Janeiro e não tem nenhuma origem japonesa. Isto foi um desafio para a pesquisadora, que tem de ler seus mangás em inglês, francês e outras línguas. Além disto, muitas vezes ela acompanha os quadrinhos em japonês com o roteiro em outra língua.
Ela se interessou pelos mangás por meio dos animês populares na década de 1990. Os mangás se tornaram tão presentes na vida de Silva, que ela acabou encontrando o marido, Júlio César Rodrigues da Silva, em uma lista de discussão sobre o assunto.
1 pessoas comentaram:
Nossa q legal! você usa mangá pra ensinar as coisas aos seus alunos?
A sua matéria tmb é incrivel, nem acredito que encontrei seu blog só passando "próximo blog" nessa barrinha do blogger (que doido não?!).
também amo mangas shoujo e yaoi (a maioria dos tipos).
amei seu blog!
kissano :*
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