terça-feira, 27 de novembro de 2007

Editoras lançam novos mangás em um Mercado que encolhe



Achei o link para essa matéria do Yomiuri Shimbun no site do Comipress. É um artigo discutindo o mercado atual das revistas coletâneas de quadrinho. Nada profundo, o repórter se mostra reservado, mas os editores otimistas. Parte do otimismo se justifica não na leitura das condições do mercado, mas na “tradição” das revistas coletânea que não pode morrer. Ora bolas, tradição não vende. A fala de um dos editores também contraria outras matérias que apontam para a evasão de leitores jovens para outras mídias, aliás, o sucesso da CoroCoro é menos por conta de Doraemon e Pokemon e mais porque souberam atrair os fãs de vídeo game para a revista, estratégia que remonta o fim dos anos 80, de acordo com o Frederik Schodt. Enfim, o mercado de mangá não está em crise, mas as publicações compiladas, sim, esse otimismo todo tem pouca base na realidade. Mas vamos esperar... Se o mangá da Kamio Yoko na Jump SQ. Render anime, eu não reclamo.

Editoras lançam novos mangás em um Mercado que encolhe
Kenichi Sato / Yomiuri Shimbun Staff Writer

Enquanto o mercado doméstico de mangás no Japão está encolhendo gradualmente, duas das maiores editoras inauguraram recentemente duas compilações mensais de quadrinhos – a Shueisha lançou a Jump SQ (Square) para garotos e a Kadakawa Shoten a KeroKero A (Ace) para crianças. Será que elas conseguiram impedir os jovens leitores de continuarem abandonando as revistas e conseguir uma posição segura em um mercado que encolhe?

“A cultura de mangá [no Japão] é criação das compilações. Não devemos destruir a tradição. Se as revistas não vendem bem, todo o mundo dos mangás vai perder energia,” disse Masahiko Ibaraki, o editor-chefe da Jump SQ., que foi inaugurada como sucessora da Monthly Shonen Jump. A Monthly Shonen Jump era publicada desde 1969, mas a editor decidiu encerrar a publicação este ano.

A edição inaugural da Jump SQ. Traz séries regulares, incluindo quatro que saíam na Shonen Jump, enquanto apresentará histórias completas a cada mês, incluindo as de Masanori Morita e Takeshi Obata. Como uma revista de quadrinhos com uma variedade de informações, a Jump SQ. Também apresentará artigos sobre anime, vídeo games e novelas [romances curtos] para garotos e garotas. Diferente da Shonen Jump, a nova revista expandiu o seu público alvo, visando leitores entre 15 e 25 anos.

A Weekly Shonen Jump da Shueisha, enquanto isso, ganhou mais leitoras com suas muitas séries populares. Com isso em mente, a Jump SQ. Também tem como objetivo atrair o público feminino, enquanto busca atingir os fãs mais hard-core. Ibaraki explica a sua estratégia promocional: [Para lancer a revista,] nós fizemos tudo o que podíamos fazer, e temos o interesse de fazer histórias [a serem serializadas na revista] que se tornem anime.”

A KeroKero A da Kadokawa Shoten foi lançada em 26 de outubro para competir com a CoroCodo Comic da Shogakukan, que atualmente domina o mercado das revistas para alunos do primário.

Esperando rivalizar com a CoroCoco, que traz histórias populares como Pokemon e Doraemon, a KeroKero A apresenta Keroro Gunso como sua principal série. A protagonista que dá nome ao mangá é um alien em formato de sapo que também estrela um anime muito popular. A revista também trará Mobile Suit Gundam 00, a última série de Gundam, a popular franquia de animes e mangás. Trabalhando junto com a fabricante de brinquedos Bandai, a revista está fazendo merchandising da personagem através de várias mídias.

O editor-chefe da revista, Hideaki Kobayashi, disse, “Diferente da CoroCoro, nossa revista será caracterizada pelos robôs e personagens heróicas. Em colaboração com a Bandai, queremos desenvolver uma nova personagem que seja extremamente vendável como Pokemon.”

No entanto, a situação atual das revistas de quadrinhos parece ser realmente dura. De acordo com um estudo, o número total das revistas impressas no país durante a primeira metade deste ano caiu 1.4%, comparado com o mesmo período do ano passado.

Junto com a Monthly Shonen Jump da Shueisha, que parou de ser publicada em junho, a Kodansha também decidiu interromper a publicação da revista mensal Comic Bonbon para crianças a partir da ediçãod e dezembro, publicada neste mês. A agência de entretenimento Yoshimoto Kogyo também interrompeu a publicação quinzenal Comic Yoshimoto, que foi lançada em junho, depois de somente sete volumes.

Não parece haver nenhuma notícia encorajadora para o mercado no momento. Será que as novas revistas têm alguma chance de serem bem sucedidas com essas condições?

Um dos editors da KeroKero A disse: “As revistas em quadrinho estão perdendo os leitores adultos que podem ter acesso a uma variedade de conteúdo on line através da internet na quantidade que desejarem. Mas nós continuamos contando que entre nossos leitores teremos muitas crianças que não têm ainda computadores próprios.”

Analisando as chances das novas revistas, o mangá-ka e crítico Jun Ishikawa disse: “As revistas em quadrinho publicadas pelas grandes editoras com experiência nos negócios terão uma chance de sobreviver, eu creio. Revistas competindo entre si tornam o mercado maior do que ele é quando monopolizado.”

(23 de novembro de 2007)

5 pessoas comentaram:

Acho que o que diz é que a SQ Jump não tem interesse em transformar suas histórias em anime --> "with any eye" ;D

Um... Será que cometi um erro tão crasso? Que horror...

Eu também não notei a primeira vez que eu li mas ai eu pensei "que estranho, a SQ Jump não me parece o tipo de revista que faz mangá para se tornar anime" e ai eu re-li duas vezes e só então notei o quase imperceptível 'any'.

Pensando bem, eu reli também e não sei se este "any" vai invalidar a coisa. Acho que tudo na revista, ou a maioria tem perfil para tentar ser anime, aliás, é isso que de uma certa forma alimenta as vendas. Por isso não mexi no parágrafo ainda. Não tenho certeza de que realmente nao é como eu entendi. ^_^

"[To launch the magazine,] we've done all things we could do, with any eye toward making the stories [to be carried in the magazine] into anime shows." --> nós fizemos tudo que poderiamos, sem nenhum olho em direção a transformar as histórias em anime. Eu acho que essa é a tradução literal.

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