Traduzi a entrevista com a Arina Tanemura que está no site do Publishers Weekly. É interessante, embora não tenha me impressionado tanto quanto ler entrevistas com Hagio Moto e outras de sua geração. Aliás, achei estranho o papo de dizer que não lia as autoras dos anos 70 porque elas estavam fora de moda... Bem, mas uma amiga acabou de me informar que ela nasceu em 1978. A Tanemura é bem novinha e realmente quando ela começou a ler mangá essa turma já tinha migrado apr ao josei, salvo algumas exceções. Arina Tanemura parece ser sensível e quer que suas leitoras sintam intensamente suas histórias, também passa a impressão de ser uma pessoa solitária ou que não consegue ou gosta de trabalhar em equipe. Tentar evitar as influências me parece algo impossível, mas parece ser uma de suas fixações e, a meu ver, um esforço inútil.
Falando de Shoujo com Arina Tanemura
Por Kai-Ming Cha -- Publishers Weekly, 7/31/2007
Arina Tanemura é a mangá-ka (roteirista e desenhista) da série Full Moon e de Gentleman’s Alliance, ambos publicados pela VIZ Media, assim como Kamikaze Kaito Jeanne da CMX. O volume 1 de Gentleman’s Alliance (Shinshi Doumei Cross) estreou na lista de quadrinhos mais vendidos do Publishers Weekly, e pudemos entrevistar a autora no último fim de semana no último fim de semana no San Diego Comi-con. A assessora de marketinh da VIZ Media, Hiromi Psaila, estava presente traduzindo.
PW Comics Week: Suas séries – Full Moon, Gentlemen’s Alliance (Shinshi Doumei Cross ) e Kamikaze Kaito Jeanne – todas trazem protagonistas com a capacidade de se transformar das meninas que são em jovens mulheres que desejam ser. Por que essas transformações são importantes para você como criadora.
Arina Tanemura: Eu acredito que todas as meninas querem ser jovens mulheres, e eu queria exagerar esse desejo da menininha em se tornar adulta. E eu queria transformar isso em uma história romântica – nós geralmente temos que ser muito pacientes [para crescer]. Eu queria apagar esse período de espera, de forma que elas pudessem transformar nessas figuras que elas sonham para si mesmas.
PWCW: Como uma autora de shoujo mangá contemporânea, você foi influenciada por mangá-kas icônicas como Keiko Takemiya, Moto Hagio, Ryoko Ikeda?
AT: Na verdade, quando eu era pequena, elas já estavam fora de moda, então eu não as li. Mas tão logo eu estabeleci o meu estilo, eu descobri que o trabalho delas [o seu estilo] era muito interessante. Eu nunca realmente comparei o meu estilo com o tipo de trabalho que elas fazem, mas sempre que eu as leio, eu me sinto estimulada e quero ler mais. As histórias são repletas de suspense, esse tipo de energia. Esse tipo de emoção é o que eu acho interessante.
PWCW: Você considera que é importante que mulheres, diferente dos homens, criem os shoujo mangá?
AT: Eu acredito que nós mulheres temos uma sensibilidade que os homens geralmente não têm – de forma que para expressar essas sensações, as mulheres são melhores que os homens criando shoujo mangá. Mas eu não sou contra ter homens produzindo shoujo mangá.
PWCW: O que você acha do fato de muita gente estar criando mangá fora do Japão?
AT: Eu acho fantástico. É notável. Ao mesmo tempo, eu quero trabalhar ainda mais duro, para competir com eles.
PWCW: Que quadrinhos são os seus favoritos?
AT: Eu tenho tantos títulos favoritos. Eu não posso escolher um só. Mas eu prefiro ler séries nas revistas ao invés de tankoubons. E há três razões para isso. A primeira é que, como autora, eu não quero ser influenciada pelo trabalho de outras pessoas. Se eu ler algum trabalho, isso pode afetar o meu estilo, e eu quero evitar isso. Também, há o fato de eu ser muito, muito ocupada, então eu não tenho muito tempo livre. Em segundo lugar, eu gosto de ler de pouquinho em pouquinho. Eu gosto da expectativa. E em terceiro, revistas têm mais que histórias. Há as cartas das leitoras e os previews de outras histórias, que me ajudam a ficar ansiosa pela próxima edição.
PWCW: Você está tentando inspirar jovens mulheres através do seu trabalho?
AT: Claro que eu gostaria de inspirar, mas eu não quero ser professora ou forçar jovens leitoras a pensarem de uma determinada maneira. De preferência, eu seria mais feliz se minhas histórias as fizerem felizes ou entusiasmadas ou ainda que as fizessem chorar ou sentirem-se tristes. É uma sensação legal, e eu gostaria de deixá-las experimentar muitas emoções possíveis através da leitura das minhas histórias.
PWCW: Você mencionou na sua apresentação que você ouve muita música quando trabalha, e que você presta atenção ao ritmo da música. Qual é a importância do ritmo?
AT: Eu acredito que assim como no caso da música, quando as pessoas lêem histórias ou mangá, elas seguem certo tipo de ritmo. As subidas e descidas – é tudo como música. Uma das minhas estratégias é compor um ritmo realmente perfeito de forma que a leitora possa segui-lo e aproveitar da história. Eu sempre penso sobre isso quando desenho e coloco os diálogos nos balões e quando estou escolhendo um diálogo, o que as personagens vão falar primeiro, o que dirão em seguida. Também onde colocamos os balões – eu vou movê-lo de forma que quando a personagem esteja feliz, eu coloque o balão mais alto no quadro. E quando se sentirem tristes, eu movo o balão para a parte de baixo do quadro.
PWCW: O que fez com que você escolhesse os quadrinhos para contar suas histórias ao invés de romances ou roteiro [para o cinema ou TV]?
AT: A razão pela qual eu considero os mangás a melhor forma de expressar meus sentimentos e histórias é porque se trata de uma mídia no qual eu posso criar sozinha. Eu desenho, faço as histórias. Eu preciso ser o camera man, a atriz e o ator, a figurinista. É diferente de qualquer outra mídia. Mesmo na música, há um compositor e um letrista e um engenheiro de som. Há tantas pessoas envolvidas em um só trabalho. Com o mangá, eu posso criar meu próprio mundo. Também acho m,ais fácil, porque eu posso fazer as coisas do jeito que eu quiser.
Falando de Shoujo com Arina Tanemura
Por Kai-Ming Cha -- Publishers Weekly, 7/31/2007
Arina Tanemura é a mangá-ka (roteirista e desenhista) da série Full Moon e de Gentleman’s Alliance, ambos publicados pela VIZ Media, assim como Kamikaze Kaito Jeanne da CMX. O volume 1 de Gentleman’s Alliance (Shinshi Doumei Cross) estreou na lista de quadrinhos mais vendidos do Publishers Weekly, e pudemos entrevistar a autora no último fim de semana no último fim de semana no San Diego Comi-con. A assessora de marketinh da VIZ Media, Hiromi Psaila, estava presente traduzindo.
PW Comics Week: Suas séries – Full Moon, Gentlemen’s Alliance (Shinshi Doumei Cross ) e Kamikaze Kaito Jeanne – todas trazem protagonistas com a capacidade de se transformar das meninas que são em jovens mulheres que desejam ser. Por que essas transformações são importantes para você como criadora.
Arina Tanemura: Eu acredito que todas as meninas querem ser jovens mulheres, e eu queria exagerar esse desejo da menininha em se tornar adulta. E eu queria transformar isso em uma história romântica – nós geralmente temos que ser muito pacientes [para crescer]. Eu queria apagar esse período de espera, de forma que elas pudessem transformar nessas figuras que elas sonham para si mesmas.
PWCW: Como uma autora de shoujo mangá contemporânea, você foi influenciada por mangá-kas icônicas como Keiko Takemiya, Moto Hagio, Ryoko Ikeda?
AT: Na verdade, quando eu era pequena, elas já estavam fora de moda, então eu não as li. Mas tão logo eu estabeleci o meu estilo, eu descobri que o trabalho delas [o seu estilo] era muito interessante. Eu nunca realmente comparei o meu estilo com o tipo de trabalho que elas fazem, mas sempre que eu as leio, eu me sinto estimulada e quero ler mais. As histórias são repletas de suspense, esse tipo de energia. Esse tipo de emoção é o que eu acho interessante.
PWCW: Você considera que é importante que mulheres, diferente dos homens, criem os shoujo mangá?
AT: Eu acredito que nós mulheres temos uma sensibilidade que os homens geralmente não têm – de forma que para expressar essas sensações, as mulheres são melhores que os homens criando shoujo mangá. Mas eu não sou contra ter homens produzindo shoujo mangá.
PWCW: O que você acha do fato de muita gente estar criando mangá fora do Japão?
AT: Eu acho fantástico. É notável. Ao mesmo tempo, eu quero trabalhar ainda mais duro, para competir com eles.
PWCW: Que quadrinhos são os seus favoritos?
AT: Eu tenho tantos títulos favoritos. Eu não posso escolher um só. Mas eu prefiro ler séries nas revistas ao invés de tankoubons. E há três razões para isso. A primeira é que, como autora, eu não quero ser influenciada pelo trabalho de outras pessoas. Se eu ler algum trabalho, isso pode afetar o meu estilo, e eu quero evitar isso. Também, há o fato de eu ser muito, muito ocupada, então eu não tenho muito tempo livre. Em segundo lugar, eu gosto de ler de pouquinho em pouquinho. Eu gosto da expectativa. E em terceiro, revistas têm mais que histórias. Há as cartas das leitoras e os previews de outras histórias, que me ajudam a ficar ansiosa pela próxima edição.
PWCW: Você está tentando inspirar jovens mulheres através do seu trabalho?
AT: Claro que eu gostaria de inspirar, mas eu não quero ser professora ou forçar jovens leitoras a pensarem de uma determinada maneira. De preferência, eu seria mais feliz se minhas histórias as fizerem felizes ou entusiasmadas ou ainda que as fizessem chorar ou sentirem-se tristes. É uma sensação legal, e eu gostaria de deixá-las experimentar muitas emoções possíveis através da leitura das minhas histórias.
PWCW: Você mencionou na sua apresentação que você ouve muita música quando trabalha, e que você presta atenção ao ritmo da música. Qual é a importância do ritmo?
AT: Eu acredito que assim como no caso da música, quando as pessoas lêem histórias ou mangá, elas seguem certo tipo de ritmo. As subidas e descidas – é tudo como música. Uma das minhas estratégias é compor um ritmo realmente perfeito de forma que a leitora possa segui-lo e aproveitar da história. Eu sempre penso sobre isso quando desenho e coloco os diálogos nos balões e quando estou escolhendo um diálogo, o que as personagens vão falar primeiro, o que dirão em seguida. Também onde colocamos os balões – eu vou movê-lo de forma que quando a personagem esteja feliz, eu coloque o balão mais alto no quadro. E quando se sentirem tristes, eu movo o balão para a parte de baixo do quadro.
PWCW: O que fez com que você escolhesse os quadrinhos para contar suas histórias ao invés de romances ou roteiro [para o cinema ou TV]?
AT: A razão pela qual eu considero os mangás a melhor forma de expressar meus sentimentos e histórias é porque se trata de uma mídia no qual eu posso criar sozinha. Eu desenho, faço as histórias. Eu preciso ser o camera man, a atriz e o ator, a figurinista. É diferente de qualquer outra mídia. Mesmo na música, há um compositor e um letrista e um engenheiro de som. Há tantas pessoas envolvidas em um só trabalho. Com o mangá, eu posso criar meu próprio mundo. Também acho m,ais fácil, porque eu posso fazer as coisas do jeito que eu quiser.
4 pessoas comentaram:
Weird weird news: O mangá Choco Mimi (http://annex.s-manga.net/manga-online/chocomimi/main.html) públicado na Ribon vai virar drama de acordo com o Tokyograph. De todos os mangás populares atualmente, esse era o último que eu esperava que virasse drama o.o
Doramas estão na moda...x tudo vira dorama...
Oi Valéria! Aqui é a Sá-chan! ^_^ Lembrando, em relação a uma das críticas feitas, assim como apontei na Tomodachi no Shoujo, a Arina nasceu em 12/03/1978, o que talvez explique ela não ter lido as autoras dos anos 70!
No mais, obrigada pela entrevista! ^_^
Quando você postou, já tinha feito a correção, Sá-chan. ^_^
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