Minhas Impressões sobre o Kodama 2007

É chato dizer isso, mas achei este Kodama 2007 - o maior evento de animes e mangás da região Centro-Oeste - o mais fraco de todos. O Júnior Fonseca até tinha sugerido que eu fizesse matéria sobre o Kodama, mas teria que levantar tantos pontos negativos que decidi não fazer. Não tenho muito parâmetro para comparar com outros eventos, só fui nos do Rio e o Kodama, com todos os defeitos, ganha de lavada, além disso, conheço gente que freqüenta vários e afirma que o Kodama é um dos mais bem organizados, então, seria injusto ficar "falando mal" de um evento que é um dos maiores do Brasil. Talvez, eu esteja velha demais para ir ao Kodama, não vejo nada que realmente me interesse, como as palestras que rolaram no primeiro e segundo ano, pensarei melhor no ano que vem. Daí, decidi comentar somente aqui, no meu blog, e talvez em uma coluna do Anime-Pró.

Não enfrentei fila, mas sei que rolou fila de três horas e não separaram quem comprou antes de quem estava comprando ingresso na hora. Dava para fazer, mas, como sempre, a organização não melhora os pontos fracos, parece deixar passar. Para evitar o aborrecimento, cheguei depois do almoço. por conta disso, perdi o vestibular de anime. Me avisaram que teria no outro dia de novo (domingo), fui mais cedo, mas quando cheguei fui informada que não haveria. Como quem tinha confirmado era o pessoal responsável e tinham dito a mesma coisa para um amigo que venceu ano passado, decidi procurar mais gente da organização. Resultado, o pessoal da recepção me disse que tinha.

No disse-me-disse, as meninas responsáveis pelo vestibular ficaram inseguras, e chamaram alguém "superior" do staff, uma tal Mana, que me tratou mal, foi grossa e disse que "Nunca houve vestibular no domingo", para depois acrescentar que "A progamação pode mudar a qualquer momento e isto está no site". Ou seja, o problema era meu, eu deveria parar de perturbar. Eu ponderei que se NUNCA houve, porque então me informaram errado, afinal, não haveria motivo para confusão. Bastava dizer que era engano, mas daí ela se alterou e disse que "estava informando agora". Me senti muito mal. Poderiam ter dito "Desculpe, nos confundimos", eu iria ficar satisfeita, mas isso é exigir demais de um staff que se esforça muito, mas que parece não admitir erros, e, por isso, persiste neles.

O caso do vestibular foi pessoal, mas o que realmente me preocupou, foi estarem vendendo shurikens de metal no sábado. O Peixoto, anitgo editor da Animax e que sempre está no evento, estava vendendo umas feitas de ferro. Eu peguei e vi. Ele estava exigindo carteira de identidade. Questionei sobre o risco e ele disse que eram "só para maiores" que para crianças havia as de resina, que também podiam machucar, claro. Deixei para lá. Só que em uma outra banca, o sujeito estava vendendo shurikens em forma de estrela feitas de aço e com corte. Havia outras de metal vagabundo, sem lâmina, mas que também poderiam fazer estrago. Essa outra banca também vendia chacos de madeira com correntes. Parecia material feito para praticantes de artes marciais. O cara não exigia documentos e a criançada estava fazendo a festa. Engraçado é que você não poderia entrar com esse material, porque havia revista, mas poderia comprar no evento. Talvez, se encontrassem a minha lixa de unha em metal, ela tivesse ficado retida na entrada.

Quando cheguei em casa fui até a página do Kodama e pensei em mandar um e-mail. A página é confusa e não achei e-mail para contato, somente e-mail para inscrições, o que não era o caso. Decidi falar com a Márcia, a chefe da organização, diretamente, mas ela - e sei o quão atarantada ela deveria estar - fez pouco caso, disse que eram de resina e que mesmo essas deveriam ficar no guarda-volumes. Disse que quem vendesse esse material em metal não poderia voltar ano que vem... Eu afirmei então que o sujeito da banca deveria ser excluído para o bem da segurança. Ela desconversou, disse que precisava de testemunhas e que caia no mesmo caso das máquinas filmadoras... Bem, você entra com a máquina, não compra no evento, mas sabia que não daria em nada o papo. Passei por idiota de novo, mas tive a chance de fotografar uma barraca vendendo o material em metal, eram as de metal vagabundo, mas eram anunciadas abertamente. Será que a organização não sabia ou não queria saber? Enfim, sorte não ter ocorrido um acidente.

Não sei se foi impressão minha, mas parecia que os cosplays - uma das grandes atrações - estavam mais fracos este ano. Não vi sequer a "Equipe Rocket" (*quem foi em 2002, lembra*), que sempre participa e se produz muito. Além disso, o problema do palco não foi sanado, ele estava baixo, a visibilidade era ruim, havia o poeirão e o sol. Acredito que minha garganta está irritada por conta disso. No sábado, ainda atiravam coisas, uma amiga disse que jogaram canetas e até garrafas com água. Eu só vi papel e nada mais, mas ela reclamou muito e o pessoal no Orkut está reclamando que houve gente que se machucou com gaivotas que quase bateram nos olhos. A reação do staff vinha na forma de ameaças meio vazias contra quem atirasse coisas ou xingasse quem estava se apresentando. Se bem que tem gente reclamando no Orkut que "foi posto para fora". Boa coisa não deve ter feito e sempre tem um pessoal que abusa muito.

Como a programação atrasava e as apresentações em grupo e teatros foram longas demais, fiquei aborrecida e larguei para lá. Senti muita falta dos fanzineiros, também. Não vi o Endymion, nem as gêmeas e não havia mais que um grupo vendendo fanzine, se bem prestei atenção, e era algo que não se ligava muito ao campo anime-mangá. Foi bem pobre esta área. Também não havia música de fundo, música de anime ou live actions. É algo que falta... e já estamos no sexto ano de evento. Quando tocou música, entre uma apresentação e outra no palco, era funk, hip hop, ou sei lá, música fora do contexto, barulhenta e que não me agradava.

As lojas estavam muito boas este ano. Havia uma grande variedade de camisas, algumas realmente legais, só que desta vez eu estava na penúria. então, nem levei meu talão de cheques para não ser tentada. As touquinhas, febre entre a garotada, eram vendidas em variedade e com uma qualidade muito boa. Os preços, aliás, estavam bem razoáveis, acho que havia algo para todos os bolsos, desde que você se dispusesse a procurar. Acabei comprando uns decalques SD feitos por um pessoal muito talentoso, mas ainda estou catando a página deles no Deviantart.

A Comix veio pela primeira vez e montou um grande estande. Havia muito mangá, o nº1 de Naruto para a alegria da molecada. Não sei se enderam tudo, mas devem ter vendido bastante. 1945 também estava a venda e os exemplares sumiram todos. Havia inclusive um grande pôster do mangá. Aliás, no stand da Comix havia muitos posteres para todos os gostos a venda, preço excelente, R$8,00. Como disse, os preços estavam muito bons. Fiquei triste em saber que a Animangá faliu, ou pelo menos mingou. O pessoal que trabalhava na Animangá estava lá, trabalhando em outra loja. Trouxeram poucos mangás, a maioria coisas que são lançadas aqui, mas em japonês. Não tive nada que me tentasse, ano passado ainda comprei o volume 1 de Sugar Sugar Rune e babei em uma edição aizoban (*acho que era*) de Kaze to Ki no Uta.

Cursos havia vários, mas não pude fazer nenhum... Na verdade, acho que não me informei, meus problemas pessoais estão me ocupando muito. O Daniel HDR não foi. Não havia também editores, nos últimos dois anos a Elza Keiko veio, agora, não havia ninguém. Não houve palestras que me interessassem e nem vi a repercussão dos dubladores que é uma das coisas que agrada o pessoal, embora, não me agrade. Senti falta disso, senti falta de muita coisa, como falei o Kodama não me agradou, não me senti bem tratada, também, e isso pesou.

De qualquer forma, o que nós temos aqui no DF? O Kodama e mais nada. então, acredito que os erros continuem e que alguns membros do staff possam se dar ao luxo de não ouvir aquilo que não interessa. Mas é aquilo, se não gostei sou minoria, então, o evento valeu e valeu bastante, mas não sei se vou ano que vem, talvez eu tente ir até um dos eventos em São Paulo, de repente, é melhor investir na diversidade, até para poder ter um parâmetro de comparação.