segunda-feira, 30 de abril de 2007

Sobre Títulos e Subtítulos...



no Orkut, duas pessoas reclamaram do subtítulo escolhido pela Conrad, O Namorado Perfeito, lembraria os romances tipo Júlia e Sabrinas. Ora, pode até não ser um subtítulo agradável, mas olhando o significado no dicionário de "絶対" (zettai), encontrei absoluto (*no sentido do inglês de completo), perfeito. Em Inglês o título dado pela VIZ é Absolute Boyfriend. Se vai parecer Júlia ou Sabrina, a culpa não é da editora, que por bom senso tem que dar um subtítulo para facilitar a procura nas bancas e livrarias, mas da autora que escolheu um título de romance Harlequin. E podem torcer o nariz, mas no Japão, júlias e sabrinas vendem aos tubos e viram mangá, desenhados por gente como Kayono, Chiho Saito e autoras de peso.

Acho que nenhuma editora brasileira iria ficar triste se algumas leitoras de romance de banca passassem a ler mangá e engrossassem seus lucros. Em alguns shoujos elas encontrariam romances (*no sentido amoroso mesmo*) tão legais quanto os dos livros e histórias bem melhores em muitos casos. Parem para contar quantos desses volumes saem por mês pela Harlequin e pela Nova Cultural nas bancas brasileiras, talvez, elas superem em muito o número dos leitores de alguns mangás lançados é algo bem próximo da linha de montagem que são os mangás no japão. Tem gente que chuta vendagens astronômicas para nossos mangás, como se todo título fosse um Dragon Ball, mas há mangás que não devem vender nem 5 mil exemplares, para o desespero das editoras.

Se a gente for ter medo dos preconceituosos por conta de títulos, bem, vamos estar se igualando a quem tem preconceito contra shoujo, contra cores de capa, contra mulher que lê ou faz quadrinho, contra mangá "porque é violento" ou "é tudo pornografia" ou "se lê ao contrário", e por aí vai. Mas se vocês pudessem dar um outro subtítulo ao mangá, qual seria? Em francês, por exemplo, virou Lui ou Rien, Ele ou Nada. Será que está de acordo com o título original? Ficou um título mais interessante? Menos “vexatório”? Para mim realmente não faz diferença. Por exemplo, eu preferia que Karekano aqui no Brasil tivesse o subtítulo que o primeiro fansuber no mundo (*sim, é verdade*) que legendou deu Coisas de Namorado, mas o subtítulo escolhido pela Panini é o mais usado no mundo inteiro. Acho que não é coerente reclamar nesse caso. O que vocês acham?

4 pessoas comentaram:

Oi Valéria,
Parabéns pelo seu blog, visito a página todos os dias e a considero o melhor informativo sobre shoujo do país.
Quanto à questão evocada pelo subtítulo de ZK, embora não tenha base para argumentar dessa forma, já que só tive a oportunidade de ler um destes livros do tipo "Sabrina", creio, sinceramente, que o conteúdo nenhum mangá de Yuu Watase se diferencie muito destes "livros de banca se revista" (Como eles são chamados?), aliás, a maior parte dos shoujo mangá se assemelha bastante ao que li nessa minha breve incursão ao mundo das "Sabrinas", já que destilam "mel" em histórias onde toda e única preocupação da protagonista é encontrar o príncipe encantado (Vide Momo, protagonista do chatíssimo, Peach Girl).
Não gosto da obra de Y. W., bem como das autoras que seguem seu estilo, e até as obras de autoras aclamadas pelas fãs como Chiho Saito se assemelham mais a uma novela mexicana que a qualquer outra coisa (Eu simplesmente não consegui terminar de ler a Waltz de Shiroi Dress, é mel demais numa obra só).
Por mais que nós fãs de shoujo hesitemos em admitir, sim boa parte do que lemos é lixo feito para mulherzinhas, e graças a Zeus, nem todos os shoujos são como os de Yuu Watase.

Sucesso

Maho


P.S.: O que você tem achado da tradução de KareKano?

Eu diria que muitos mangás são lixo, feitos para "mulherzinhas" ou não. E, realmente, eu não tenho tanta aversão por romances, acho que existe espaço apra tudo, desde que não passe pela apologia à violência contra as mulheres.

No caso de Waltz, eu gosto bastante deste mangá. É uma novela romântica, mas não busca enganar ninguém a esse respeito. Só que nos oferece uma heroína, Koto, que é forte e luta por seu amor e, também, pelo direito a ter uma carreira. Isso não é muito típico em novelas, sejam as nossas ou as mexicanas. Eu sempre recomendo Waltz.

No mais, acho que o texto de Karekano flui bem... Muita gente não sabe, mas eu não leio japonês... Eu efetivamente sou refém das traduções para o português, o inglês, o italiano etc etc etc... Preciso tomar vergonha e arrumar tempo para estudar japonês e verdade.

O ideal seria nem ter o nome em japonês...
Quem reclama disso é gente fanática e mal acostumada, infantil sem noção de mercado.

O ideal é ter o título original e o subtítulo, a meu ver ambos são importantes e todos se sentem contemplados, os fanáticos de um lado e de outro... se bem que fanáticos nunca se sentem felizes... Sempre precisam reclamar de alguma coisa e falar mal de alguém. ^_^

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