quinta-feira, 4 de maio de 2006

Depois Falam que Não Há Discriminação...


Tomando a definição dada em algum lugar do livro 12 Faces do Preconceito, organizado pelo Jaime Pinsky, "discriminação" é o "preconceito em ação". No Ocidente, a discriminação contra às mulheres nos quadrinhos - seja como criadoras, seja como consumidoras - vem de longe. Nos EUA e em outros lugares, as coisas vêm mudando, por aqui, as coisas são cada vez mais reforçadas, até com colocações estranhas como aquela de que Sade seria "para os fãs de shoujo". Devem achar que o conjunto dos fãs de shoujo - que reúne gente que acabou de sair da alfabetização até adultos como eu - curtem pornografia. Isso, claro, se Sade fosse shoujo... Mas o que me veio a cabeça agora é o seguinte, já saíram quatro quadrinhos coreanos por aqui, se bem me lembro. Algum é para mulheres ou shoujo, já que o termo está sendo usado para os coreanos, também? Não! É falta de material interessante? Duvido!

por que não aqui no Brasil, tmabém?

Lá nos EUA, a coisa tem sido diferente e a Tokyopop tem investido em quadrinhos coreanos femininos faz tempo. Hoje, no site ICV, tem a notícia de mais um lançamento de quadrinhos coreanos pela Net Comics, a líder no setor nos EUA. Dois títulos, um deles para mulheres. 50%, como seria justo. Aliás, o outro título é uma ficção científica, outro gênero pouco estimulado por aqui, e olha que existe FC para todos os gostos. Aliás, no Japão existem excelentes FC shoujo. Aliás, dois dos títulos de Hagio Moto na área saíram nos EUA, sem falar em longas sagas como please Save My Earth.

O título Your Lover é de autoria de Seungwon Han, que alguns consideram ser o grande nome dos quadrinhos coreanos românticos. A história se passa na Europa e mostra o romande real entre a pintora parisiense Marie Laurencin e o poeta Guillaume Apollinaire. A ICV aponta logo que "os fãs de todas as idades de grandes dramas históricos e romance irão gostar". E aqui? Aqui, bem, a editora que parece ser líder no mercado de mangás cults e adultos nos ignora e atira Sade como consolo. Para quem? As políticas editorias são um bom exemplo do "preconceito em ação" em nosso país.

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