O mais promissor dos novos shoujo animes a meu ver é Ouran Host Club. É uma comédia meio histérica que sai na revista LaLa, vende bem no Japão, foi licenciado pela VIZ nos EUA. Antes do anime ser anunciado, eu tinha pego o primeiro capítulo do mangá e não tinha me empolgado, acho que em um primeiro momento o considerei meio bobo, não sei, faltava um estímulo para ler.
Não digo que o mangá de Bisco Hatori seja ruim, porque não é, simplesmente o anime pegou as boas qualidades e potencializou, o resultado foi um primeiro capítulo com uma animação nota 10, character design bonito, metáforas visuais criativas (*o jogo de lâmpadas, por exemplo*) e uma narrativa acelerada. O resultado? Voltei para reavaliar o mangá e passei a vê-lo com outros olhos, quero saber se o anime está sendo fiel e o que foi mudado.
A história de Ouran é simples e até lembra um pouco Hana Yori Dango. Haruhi é uma garota pobre que consegue uma bolsa de estudo em uma escola de prestígio. Ela, que conseguiu a vaga por excelência acadêmica, tem desprezo pelos alunos ricos, esnobes e sem interesse pelos estudos; já os colegas de escola ou fingem ignorá-la ou a desprezam pela sua pobreza. Aliás, Haruhi é tão pobre que nem uniforme tem. Como não está nem aí, veste-se com um jeans qualquer e seu jeito largado e tomboy fazem com que muita gente nem saiba que se trata de uma garota.
Em uma tarde, Haruhi está procurando um lugar para estudar, uma sala vazia qualquer quando entra, por engano, na sala do Host Club. Um host club é um estabelecimento aonde os clientes vão para se beber, conversar amenidades, enfim, passar horas agradáveis. Lá, são atendidos por homens ou mulheres. Há host clubs para mulheres, para homens, para homossexuais (masculinos e femininos) e eles sempre são representados nos mangás. Pode rolar prostituição, mas este não é o caso do host club do Colégio Ouran.
Tomada por um garoto, os bishounens do host club, não entendem o que a menina procura por ali. Começam a brincar com ela, insinuar que se trata de um homossexual, e por aí vai... Constrangida e querendo desaparecer da frente daqueles garotos bonitos e esnobes, o mais rápido possível, Haruhi acaba derrubando um vaso estimado em mais ou menos 80 milhões de Yens. A partir daí, Haruhi passa a ser obrigada a trabalhar para os garotos do host club para pagar o tal vaso, o que, de acordo com um deles, vai demorar até a formatura. Só que os garotos percebem o potencial de Haruhi para ser host, afinal, seu jeito kawai é adorado pelas garotas. O problema é: quanto tempo eles vão demorar a descobrir que se trata não de um garoto bonito, mas de uma menina bonita?
As tiradas de humor são ótimas e tudo é muito rápido. O clima homoerótico é falso, porque no fim das contas trata-se de uma menina. Tamaki (o lourinho mais alto) é o mais cômico de todos, exibido, narcisista, ele é o centro das atenções e adora cutucar Haruhi de quem se diz “pai”, já que o está treinando no ofício e vê que “o garoto” tem potencial. Ele, aliás, é o último a ficar sabendo do segredo. Mas como a série não perde tempo enrolando, a descoberta não demora a vir e o choque, também. Foi um primeiro capítulo redondinho, muito além das minhas melhores expectativas. A página oficial do anime é aqui.
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