Como decidi citar a matéria na minha coluna desta semana (11/10/2005), decidi colocar o artigo disponível. A história dos "papéis claros", essa é a melhor parte. Na vida real, alguém sempre faz papel de bonzinho ou malzinho? Quando era criança, lembro que a ambigüidade é que me atraia para os animes. "Gente como a gente", bem mais fácil de se identificar. Eis o texto:
TV assusta, mas pode ser aliada na educação dos filhos Desenhos e filmes com papéis bem claros estimulam senso crítico
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma das maiores polêmicas na educação das crianças se aloja no coração da casa, mais precisamente na sala de estar. É exatamente diante da TV, janela para um mundo contraditório e violento, que os pais precisam lidar com valores e questões que surgem inesperadamente, como corrupção, morte, sexualidade."Lida-se muito cedo com conflitos adultos que não pertencem ao mundo infantil, mas que podem ser vistos na televisão", constata Ismar de Oliveira Soares, coordenador do NCE (Núcleo de Comunicação e Educação) da Escola de Comunicações e Artes da USP.E, se não adianta impedir a criança de ver TV, filmes e desenhos, pois esses elementos fazem parte do contexto em que ela vive, a única saída é partilhar dos momentos diante da TV orientando a criança para uma programação adequada e semeando senso crítico para saber o que é certo e errado, o que é bom e o que é mau.
Mas prepare-se: isso pode significar rever o mesmo DVD dezenas de vezes. "Assistir muitas vezes ao mesmo enredo dá prazer à criança, que reelabora os dramas vivenciados no filme", explica a neuropsicóloga e psicopedagoga Sandra Pasquali Pacheco.
Os pais só devem se preocupar "se a criança repetir a violência do desenho no dia-a-dia de maneira obsessiva". Então é hora de buscar auxílio profissional.
Regina Alcântara de Assis, psicóloga e presidente da Multirio (produtora ligada à Prefeitura do Rio de Janeiro), defende que as crianças devem entrar em contato com o filme só após os quatro ou cinco anos. "O bom cinema é o que trabalha os arquétipos que induzem a identificação: o herói, o mau, a coragem, o medo. Os clássicos fazem isso bem."
Se bem usados, os filmes criam pessoas mais críticas. Só não vale usar a TV de babá eletrônica, para distrair a criança enquanto os pais realizam outros afazeres. Orientação, como em tudo na vida infantil, continua a ser fundamental. (GIOVANNY GEROLLA)
1 pessoas comentaram:
Eu fico assustada com esse tipo de matéria, pois induz a super-proteção das crianças.Até parece que no mundo real algém faz o papel de ''bonzinho'' e o outro de ''malzinho'', como foi citado por você(espero que não tenha problema em lhe chamar de você),antes da matéria.
Também já li uma ''especialista'' demonizar alguns contos infatis. como ''O Barba Azul'' e enfatizar a violência de ''Tom e Jerry''.
E como você, fui atraida pela dualidade do anime/mangá.Onde os personagens agem como pessoas reais, com defeitos e qualidades.
Karina.
OBS: Obrigada por responder meu comentário à sua coluna do Anime Pro.
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