terça-feira, 6 de setembro de 2005

Passeando pelas Bancas


No fim de semana comprei o segundo e último volume de Onegai Teacher. Confesso que não gostei do anime. Vi um episódio e enjoei, mas o mangá é muito bem feitinho e até poderia ser maior. Não apela para o fanservice, tem personagens simpáticas e até uma amiga que não é leitora de mangá disse ter comprado e gostado. Enfim, colocar Onegai Teacher no mesmo saco que Mouse e Love Junkies é ou maldade ou desconhecimento. Onegai Teacher não é shoujo, mas é um shounen romance bem acima da média, só de não enrolar e estagnar as personagens já é um grande alívio.

Falando em Mouse, agora, meu marido comprou o primeiro volume (*e já disse que não comprará o resto*) e eu dei uma folheada e uma lida por alto. Sinceramente, sei que minha veia feminista-moralista vai falar mais alto agora: Mas o que é aquilo? Além de uma história rasteira, o mangá é de uma vulgaridade sem tamanho. Há quem goste e eu não sou público leitor desse material, mas começo a me perguntar se não valeria a pena escrever para alguém, tipo os sites
Mixbrasil e GLS Planet, denunciando a JBC por homofobia. Ainda correria o risco das vendagens deles aumentarem...

Só recordando: um diálogo bobo de Fruits Basket, no qual uma personagem brincava dizendo que poderia ser o "passivo" em uma relação homossexual, foi censurado. Era uma única frase. Já Mouse traz mulheres escravas se colocando na posição de “bichinhos de estimação”. Houve censura? Por que duas medidas? Será que alguém lá dentro acha que gays (*ou alguém fazendo uma brincadeira*) em mangá censura livre não pode, mas colocar na banca um mangá baixaria com mulheres sendo tratadas como carne no açougue pode? São mulheres de papel, eu sei, mas os gays dos mangás também são. E enquanto Love Junkies – que pelo é hentai soft, mas tem uma história que o sustente, ao que parece – aqui na banca perto de casa está na seção de pornografia e materiais eróticos, Mouse está tranqüilo na prateleira de mangá, lacrado, claro, mas ainda assim do lado de Shaman King, Slayers e Fruits Basket. Estou esperando para vê-lo na mão de alguma criança.

Aliás, me preocupo também com Berserk. Enquanto O Lobo Solitário – que tem violência e sexo, mas sem exageros escatológicos – vem lacrado, Berserk pode ser folheado livremente, como se fosse material "censura livre". Claro que isso não é problema, o que não pode é o Ayame dizendo fazendo piadas infames em Fruits Basket...

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