sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Sobre Censura


Estou acompanhando o caso do "The L World" mesmo não tendo assistido mais do que poucas cenas da série, que é a primeira sobre lésbicas escrita por lésbicas na tv americana. Pois bem, houve uma grita geral porque a Warner estava censurando a série. Coisa absurda, afinal, se trouxeram o material, sabiam bem do seu conteúdo, pois a primeira temporada já tinha sido encerrada nos EUA. E voltaram atrás na censura porque a pressão foi muito grande... depois vem com o papo que a América Latina é "conservadora"... Sei, sei. Agora, vejam que a pressão via e-mails, blogs, jornais, funciona às vezes.

Vamos ao ponto que mais nos interessa aqui: Animes também são censurados, e me choca o discurso de alguns fãs dizendo que não podia mesmo passar "inteiro" porque é "muito forte". É por isso, que a censura somente aumenta, já que alguns fãs são os primeiros à endossarem esse desrespeito, às vezes, somente para tentar fazer com que percebam que os animes Anão são coisa de criança". Ora, ninguém tem o direito de mutilar uma obra, nem tão pouco decidir o que você pode ou não assistir. Aliás, se o problema são as crianças, coloquem o programa em horário adequado e joguem a responsabilidade no colo dos pais, porque são eles que devem educar seus filhos e não deixarem que a tv ou os programadores ou os censores os façam.

Segue a nota da Folha de São Paulo de hoje sobre o desfecho do caso "The L World":

Warner admite que exibiu série censurada

DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA

Um dos canais pagos mais vistos no Brasil, o Warner Channel resolveu admitir que exibiu na América Latina versão censurada de uma série lésbica porque temia rejeição do público heterossexual. Em julho, o canal, tradicional de séries mais "leves", programou a picante "The L Word" aos domingos, às 23h _normalmente, conteúdo erótico na TV paga só entra depois da 0h. Mas exibiu uma "versão básica", sem as cenas de sexo (como uma que mostrava duas protagonistas fazendo sexo oral e tendo orgasmo) e com dublagem em inglês sobre o inglês original de palavrões ("fuck", por exemplo, virou "fugde").

Os cortes irritaram as fãs brasileiras, que bombardearam o canal com mensagens. Há duas semanas, o Warner passou a exibir, no sexto episódio, a "versão sem censura", nas palavras de Wilma Maciel, diretora de programação. Maciel afirma que comprou a "versão básica" da MGM, que fez as alterações sobre o original do canal americano Showtime. Diz que optou pela versão com cortes porque "temia reação negativa" da "conservadora" América Latina. E, por ser um canal básico, tem uma "política de censura mais rigorosa que canais premium [como HBO]. "A gente tinha que fazer um teste para poder investir nesse tipo de programação. Vamos ter mais séries polêmicas. O público, não só o GLS, está adorando ‘The L Word’. Nossa audiência cresceu 30%", diz.

1 pessoas comentaram:

A série é boa mesmo. Deveriam reapresentar essa primeira temporada agora sem cortes.

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