sábado, 9 de julho de 2005

Relatório de leituras


Estava para fazer esse "relatório" desde a semana passada mas como tive um monte de problemas decidi protelar. Finalmente (*mais por causa da ansiedade*), recebi os mangás que tinha comprado com o pessoal do Dreamland: Utena #5 (*tenho em japonês, preciso ter em inglês para ler de forma decente, já que li há anos e usando script*), Short Program #2 (*esse não li ainda, mas já tinha em japonês*), Kindaichi - Case Files #1 e Rede River #6 (*Anatolia Story*). Fora os mangás, finalmente decidi ler alguma coisa de Will eisner fora os livros que ele escreveu sobre quadrinhos.

Começando pelo Eisner, então, devo dizer que estou realmente convencida de que ele é brilhante. Mestre em contar histórias com imagens. O Nome do Jogo - a primeira graphic novel que li - parece um filme muito bem amarrado. Fiquei tão empolgada que engrenei Avenida Dropsie, só para tirar a teima. De novo repito, ele é mestre na arte dos quadrinhos. Como retrata o cotidiano e as relações humanas, Eisner consegue atrair qualquer leitor ou leitora que não seja preconceituoso o bastante para não tocar em quadrinhos. Vale a pena colocar as mãos nos álbuns dele, principalmente para romper de vez com a idéia de que quadrinho americano é burro, superficial, moralista ou se resume ao gênero herói. Bom para variar um pouco e sair do mangá, foi, claro, que serviu para curar meu bolso depois de queimar 25 reais com a Mulher Maravilha do George Perez que é ruim demais. Voltando ao Eisner, ele agora está entre meus autores homens favoritos, junto com Hal Foster e Mitsuru Adachi. Aliás, Mitsuu Adachi lembra muito op estilo de Eisner, outro mestre.

Kindaichi - Case Files (*Kindaichi Shounen no Jikenbo*) é um shounen mangá (*sim, não tenho preconceito contra os mangás que não são shoujo*) que fez muito sucesso no Japão e tem OAV, série de TV e live action. O protagonista é um menino com "sangue" de detetive. Ele é um gênio, no estilo Sherlock Holmes, mas para os outros alunos e professores de sua escola parece um sujeito alienado e deslocado, burro até. Eu gosto de histórias de detetive e tinha curiosidade para ler Kindaichi desde que me conectei na net. Uma das primeiras resenhas que li quando me tornei internauta foi deste mangá. Até fiquei saudosa. ^_^ Só digo o seguinte: é muito bem escrito, com roteiro inteligente, personagens carismáticas e uma arte mais que razoável (*que pode melhorar nos volumes seguintes, não sei*). É o tipo de shounen mangá que eu gostaria de ver por aqui, até porque se afasta muito do estilo "Shounen Jump" que satura nossas bancas. Devo comprar outros volumes no futuro. Como o mangá é episódico, dá para ler fora da ordem também.

Já Anatolia Story, bem, eu sabia que ia gostar e foi bem assim mesmo. Eu tenho o mangé todo no HD em coreano, não leio coisa alguma, mas já sei o que vai rolar basicamente por causa da leitura de imagens e conhecimentos prévios. De qualquer forma, sempre é reconfortante ver o quanto Chie Shinohara escreve bem e a profundidade da pesquisa histórica que fez. É no volume #6, por exemplo, que acontece a primeira menção à Nefertiti que seria uma princesa Mitanni de nome Tatukia. Bem, fui fazer uma pesquisa e realmente essa é uma das teorias à respeito da poderosa rainha do Egito. E os Mitanni realmente construíram um reino poderoso. No volume #6, Yuuri e Kail mostram mais uma vez sua sua coragem e inteligência, coisa reconfortante se levarmos em conta alguns protagonistas que temos por aí. Também é possível ver mais da personalidade do Príncipe das Trevas, o inimigo da vez, que seqüestrou Yuuri e começa a ver na menina a imagem da sua irmã amada e odiada, a Princesa Tatukia. O volume termina com um gancho magnífico e é obrigatório continuar lendo. É nesse volume que Ilbani, o conselheiro do Príncipe Kail dá o braço a torcer e sugere que Yuuri daria uma ótima rainha. Enfim, volume muito, muito bom, como todos os outros. Esse é o tipo de shoujo que faria minha felicidade se fosse lançado por aqui.

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