Esse é o título de uma matéria sobre yaoi que está no site OhaYO!, mas não vi a notícia porque visitei este site, mas porque ela estava em destaque no site Mixbrasil da UOL. Não é a primeira vez que o público GBLT é levado a crer que a representação da homossexualidade nos mangás yaoi é "realista" e que a comunidade de fãs de anime e mangá no Brasil é receptiva e aberta às temáticas gays. Também nunca é deixado claro que os mangás com temáticas homoerótica e lindos bishonens que se amam são feitos por mulheres e para mulheres, e que, em geral, em uma ponta e outra do processo estão heterossexuais. Aliás, um dos "efeitos" secundários dos mangás yaoi é que no Japão algumas mulheres passaram a sonhar que o homem "ideal" seria gay. Mal sabem elas que a maioria dos homossexuais não se parecem com os ukes e semes dos mangás, nem está interessada em mulheres, a não ser quando coagidos por normas sociais.
Enfim, até compreendo a possível identificação do público gay com material yaoi/shounen-ai ou yuri/shoujo-ai dado o caráter dos quadrinhos - em especial os ocidentais - que estão nas bancas. Podem procurar e vão ver que a diversidade sexual não está representada nesses materiais. Aliás, em muitos quadrinhos, romance não está na ordem do dia, seja ele hetero ou gay. Nesse sentido, alguns mangás que encontramos na net podem parecer um avanço e tanto (**e são, em certo sentido**).
Enfim, o que não acho legal é meio que esquecerem ou não quererem saber quais as origens e funções do material yaoi no Japão. Não ressaltarem o espaço que as mulheres tem no mercado de quadrinhos nipônico, como criadoras e consumidoras. De resto, a propaganda é muito benvinda. Ah, e quanto ao "sem preconceito", dúvido que isso seja passível de comprovação, já que muitos dos fãs, homens e mulheres, no Brasil continuam muito resistentes a qualquer material do gênero. Basta visitar o fórum da Henshin ou algumas listas de discussão por aí e ver como a cabecinha das pessoas funciona (**mal**).
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