quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Comentando Flow: Um filme muito simpático com forte influência do Estúdio Ghibli

Sábado, assisti Flow (Straume), uma das animações sensação do ano de 2024.  O filme produzido com recursos limitados, foi o primeiro da Letônia a ser indicado ao Oscar (*na verdade, dois*) e levou o Globo de Ouro de Melhor Animação.  Além disso, o filme atraiu curiosidade por ser completamente renderizado no software de código aberto Blender e não conter nenhum diálogo, utilizando somente os barulhos dos animais.  Como foi revelado que Flow (*esse acabou se tornando seu nome*) foi dublado por uma gata laranja, usarei o feminino para me referir à personagem na minha resenha.

Flow se passa em um lugar indefinido que parece ser o nosso mundo.  Não há humanos e a gatinha cinza escuro Flow parece manter uma rotina de visitar a floresta em busca de alimentos e retornar para a casa onde viveu com seu humano, que parecia ser um escultor obcecado por gatos.  Um dia, a água começa a subir muito rápido.  Para se salvar, Flow tem que vencer seu medo d'água e acaba se juntando a um grupo de animais muito peculiar (*uma capivara gentil, um labrador que parece um tanto deslocado de sua matilha de cães violentos e traiçoeiros, um lêmure que coleciona coisas "bonitas" e uma ave secretária que foi expulsa de seu bando por defender a gatinha*).  Eles não tem um destino certo, seu único desejo é sobreviver.

Flow é um filme simpático e que consegue colocar em tela bichos se comportando como bichos boa parte do tempo, porque, sim, há alguns breves momentos em que seus comportamentos acabam sendo excepcionais, por assim dizer.  Vínculos entre animais de diferentes espécies não são incomuns, eles também podem demonstrar piedade, tristeza e outros sentimentos que muitos julgam serem humanos, mas não são. Agora, animais não pilotam barcos, não de forma consciente, como no filme.  Olhando o grupo improvável de animais, eles formam uma espécie de Exército de Brancaleone no qual um grupo de solitários e/ou rejeitados precisam sobreviver, neste caso à água que parece que vai continuar subindo indefinidamente. Há também uma espécie de monstro marinho que parece uma baleia que, ao aparecer de tempos em tempos, salva Flow e chega a ajudar o bando de animais quando seu barco encalha.

Não sabemos em que lugar a história se passa, não sabemos onde estão os humanos, ainda que seja evidente que o humano de Flow, sumiu faz pouco.  Flow, a gatinha, tem um grande medo, a água e ela precisa não somente sobreviver a ela, mas aprender a tirar dela seu sustento. Na fuga desesperada, ela faz aliados que se tornam amigos. É preciso aprender a tolerar um cachorro emocionado, a entender a simpática e taciturna capivara, a não entrar em conflito com o lêmure. Já ave secretária estabelece um vínculo especial com a protagonista.  O pássaro termina expulso do bando por ajudar a felina.

A não ser que tenhamos um zoológico por perto, não estamos na Europa (Letônia). Só que as aves secretárias estão em bando e ele é grande. São pássaros africanos  e não são migratórios. E temos bananeiras, também. E um montão de lêmures, que são de Madagascar. Enfim, o lugar não importa muito no filme. Os cenários são muito bonitos e certamente parcialmente inspirados em lugares que existem de fato. 

Se tivesse que apontar um problema, achei muito abrupta a descida da água, muito mesmo. Quando começa a enchente, há momentos em que a água sobe mais rápido, ou mais devagar, mas quando ela desce é muito, muito rápido mesmo.  Antes do final e da água descer, há um momento meio místico.  Não sei se é magia, se são extraterrestres, ou o que seja. Já a baleia tinha muitas nadadeiras e  parecia mais um ser de outro mundo.  Talvez essa baleia estranha tenha uma ligação com o evento místico que uniu Flow e a ave secretária.  

Fora a baleia, todos os animais, que foram animados à mão, são fruto de longas horas estudando a sua versão real e seus sons são de animais reais. Somente a capivara recebeu sons de outro animal, nesse caso, um camelo filhote.  Segundo o diretor, o som real da capivara era muito agudo e não combinava com a personagem do filme. E os bichos se comportam mesmo como os verdadeiros, os movimentos do gato são iguais aos dos meus gatos e o cachorro parece com o meu Meteoro, só que mais emocionado que ele, por assim dizer.

O diretor e corroteirista de Flow, Gints Zilbalodis, mantém uma conta no Instagram, em inglês, na qual comenta sobre o filme e sua trajetória.  Inclusive, foi o diretor que informou que a gata não tinha nome, mas como todo mundo a estava chamando de Flow, esse acabou sendo o seu nome. E é preciso esclarecer que o filme é uma coprodução  com a França e a Bélgica.  Mas foi inscrito somente pela Letônia no Oscar, eu imagino, afinal, o filme francês é Emilia Perez.  E há  uma pequena cena pós-crédito, pequenininha mesmo.

O final do filme é bem "não Disney", talvez melancólico demais, e ao longo de toda a película é evidente a forte influência do material do Estúdio Ghibli, inclusive a sua linda trilha sonora. É um filme barato e que foi muito feliz na sua execução.  Melhor que Divertidamente 2, com certeza, e mais corajoso que o belo Robô Selvagem. Estou torcendo por Flow em melhor animação e acredito que ele não é concorrente real em melhor filme estrangeiro, categoria no qual compete com o filme brasileiro Ainda Estou Aqui.  Com certeza, Flow é um grande orgulho para a Letônia e um presente para os amantes de gatos. Queria uma estátua do Flow na minha estante, porque a gatinha é muito fofa.

Mangá josei de ficção cientifica é anunciado por editora novata

Foi anunciado pela editora Baú, o mangá josei Hate no Shoutsuushin (果ての星通信), no Brasil, se chamará Correspondência do Fim do Universo!  Não conhecia a série da mangá-ka Menota, mas a história parece interessante.  O resumo é o seguinte: Marko é um jovem estudante universitário russo que está ansioso para terminar a escola para poder passar mais tempo com sua noiva. No entanto, esses planos vão por água abaixo quando ele é abduzido por alienígenas! Esses extraterrestres têm uma missão para Marko, uma que levará dez anos. Tudo o que Marko pode fazer é aproveitar ao máximo e conhecer as estranhas criaturas que agora são suas colegas de trabalho neste conto excêntrico de uma vida longe da Terra.

Com cinco volumes, a previsão de lançamento da série é no primeiro semestre deste ano, segundo o Instagram da editora.  A Biblioteca Brasileira dos Mangás tem um verbete sobre a editora.  Ela foi aberta no ano passado e fez seus primeiros anúncios este mês.  

Kimi ga Tokubetsu terá filme live action para o cinema

Kimi ga Tokubetsu (君がトクベツ), manga de Momoko Koda, publicado na revista Betsuma, terá filme live action estreando no dia 20 de junho.  O resumo da série é o seguinte: Após uma rejeição mortificante, Sahoko Wakaume jurou que não quer mais nada com garotos bonitos. Mas um encontro casual a coloca na mira da linda estrela do J-pop Kouta Kirigaya do grupo Like Legend. Sahoko precisará de todo o seu cinismo para se defender dos ataques afetuosos e ternos de Kouta para ganhar seu coração!  O vídeo está abaixo:

Segundo o ANN, Mei Hata será Sahoko Wakaume e Naniwa Danshi será Kouta Kirigaya.  Momoko Koda já teve outra série de sucesso, Heroine Shikkaku (ヒロイン失格), transformada em dorama anos atrás.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Mangá sobre médica no Império Mongol do Século XIII terá publicação simultânea na revista Mystery Bonita

Segundo o ANN,  mangá Tenmaku no Jadougal: A Witch's Life in Mongol (天幕のジャードゥーガル) de Tomato Soup, sucesso de crítica e que foi primeiro colocado no Kono Manga ga Sugoi! 2023, terá ppublicação simultânea na revista digital Souffle, onde é publicada desde a sua estreia, e na revista Mystery Bonita a partir de 6 de março.  Ambas as publicações são da editora Akita Shoten.  Eu imagino que, na revista impressa, o mangá deva começar do zero.   A Souffle é uma revista josei, já a Mystery Bonita, é shoujo.  No Japão, a série está no volume #5 e já foi licenciada na França, Espanha e Estados Unidos.

A premiada série, que por lá vai se chamar A Witch's Life in Mongol, conta a história de Fátima, uma jovem persa, que tem conhecimentos médicos e científicos, mas que é capturada e escravizada no Império Mongol do século XIII.  Na corte do imperador, ela cai sob a proteção de Töregene, a sexta esposa de Ögedei, o segundo Grande Khan — uma mulher poderosa com sentimentos complicados sobre a direção do império. Juntas, essas duas mulheres irão interferir não somente na política do palácio, mas de todo o império.  

Cachorrinho garante mais um prêmio para ainda Estou Aqui

Desde 2007, existe uma premiação britânica chamada Fido Awards.  Muito bem, os cachorrinhos que interpretaram Pimpão, porque foram dois, Ozzy e Suri, receberam o prêmio na categoria "Melhor Cachorro de Época".  No filme, Pimpão, interpretado por dois cães jack russell, é encontrado na rua e Marcelo consegue convencer a mãe a aceitá-lo com a ajuda do pai.  E o cachorrinho é  uma graça e responsável por uma das poucas cenas nas quais Eunice Paiva eleva a sua voz furiosa.

O cachorro é um elemento ficcional, segundo Marcelo Rubens Paiva, havia um gato que visitava a casa e entrava no escritório de Rubens Paiva todos os dias, mas, depois que o pai da família é desaparecido pela ditadura, o felino nunca mais voltou.  Bem, mas vocês talvez queiram saber quem eram os outros indicados e vencedores, eles estão aqui.  Eu queria traduzir o nome dos prêmios, mas achei realmente complicado e desisti.